Cientistas descobrem fungo capaz de decompor plásticos na água
Espécie foi encontrada por cientistas do Instituto Real Holandês para a Investigação do Mar (NIOZ)
Ao olhar ao redor, não é difícil observar a presença do plástico em quase tudo o que cerca a vivência humana. Ele está em garrafas, embalagens de alimentos e até itens decorativos, mas a falta de comprometimento humano com a reciclagem faz com que as águas sejam seu destino final. A boa notícia é que cientistas descobriram um fungo capaz de decompor o material no mar.
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Em 2019, o mundo produziu 460 milhões de toneladas de plástico e reciclou menos de 10%, conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Por cair nas águas, acaba comprometendo a saúde dos ecossistemas marinhos.
Sem a ação humana para controlar a situação, entraram em campo organismos das profundezas do mar. É o caso do fungo Parengyodontium album, descoberto por pesquisadores do Instituto Real Holandês para a Investigação do Mar (NIOZ). Um estudo sobre o fungo foi publicado na revista científica Science of the Total Environment e mostra a capacidade da espécie de degradar o plástico.
Para entender melhor a atuação do fungo, cientistas foram até as águas de pontos críticos de poluição por plásticos no Oceano Pacífico Norte. Por lá, isolaram o organismo marinho e o cultivaram em laboratório com materiais especiais, que continham carbono marcado.
A equipe de pesquisadores observou que a decomposição do polietileno (plástico) pelo Parengyodontium album ocorre a uma taxa de cerca de 0,05% por dia e que a maior parte do material degradado é convertido em dióxido de carbono (CO₂).
Apesar de o CO₂ ser um gás do efeito estufa, os estudiosos ressaltam que a quantidade liberada pelo fungo durante o processo é a mesma que a dos seres humanos quando respiram.
Outra característica observada é que a presença da luz solar é essencial para que o Parengyodontium album utilize o plástico como fonte de energia. “[O fungo]só decompõe o polietileno que tenha sido exposto à luz ultravioleta durante, pelo menos, um curto período de tempo. No oceano, o fungo só pode degradar o plástico que tenha estado inicialmente perto da superfície”, explica Annika Vaksmaa, cientista do NIOZ.
Por conta disso, o potencial do fungo para decomposição do plástico fica limitado, mas os pesquisadores entendem que, ainda assim, a espécie abre precedentes para outros fungos que também decomponham o plástico em zonas mais profundas.
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