Pequenos drones subaquáticos podem ajudar a recuperar recifes artificiais

Novidade descrita como "enxame" de peixes-robôs auxiliará cientistas no monitoramento dos ecossistemas marinhos

11/03/2025
Foto: Arkeocean/ Divulgação

O “futuro da vigilância submarina” chegou! Pelo menos assim são descritos os novos “enxames” de drones AUVs (sigla para Veículo Autônomo Subaquático), que prometem revolucionar a maneira como os cientistas observam os recifes artificiais construídos e projetados em impressão 3D. A novidade foi apresentada numa demonstração ao vivo na Marina de Ayia Napa, no Chipre.

Os equipamentos serão equipados com sensores e câmeras de alta definição, que darão aos cientistas do Instituto Marinho e Marítimo de Chipre (CMMI) uma imagem clara da eficácia dos recifes artificiais. A tecnologia também auxiliará as autoridades na restauração e proteção de áreas marinhas protegidas.

Foto: CMMI/ Divulgação

Para isso, estes pequeninos AUVs terão estações de acoplamento nos recifes artificiais, capazes de recarregar e transmitir continuamente os dados recolhidos do ecossistema aos pesquisadores. O aparelho também deve proteger os recifes, já que emitirão alertas a partir de qualquer perturbação em águas protegidas da pesca ilegal e barcos invasores.

Um mergulho no futuro

Os “enxames” em forma de drone da Arkeocean são capazes de transportar até 5kg de sensores e outros equipamentos, além de operararem a uma profundidade de 300 metros — embora as novas versões tenham capacidade para até 3 mil metros.

Foto: CMMI/ Divulgação

Os equipamentos recebem comandos através de uma antena acústica acoplada, sendo possível identificar a sua localização. Esses AUVs têm a capacidade de utilizar as correntes submarinas para se deslocarem — melhor para a bateria do aparelho –, e ainda operam de qualquer parte do mundo com a antena satélite Iridium.

 

De acordo com Tamara Brizard, presidente da Arkeocean, os propulsores alimentados por bateria tornam os drones que protegerão os recifes artificiais “quase indetectáveis”. Tal habilidade os tornaria extremamente úteis para fins de defesa, como a vigilância em águas restritas.

Foto: CMMI/ Divulgação

O nosso objetivo é criar um sistema em que seis dos nossos mini-drones possam fazer o mesmo trabalho pelo preço de um drone convencional– explica Tamara Brizard

Os novos “brinquedos” carregam a vantagem de ter um desconto significativo em comparação aos submersíveis amarrados, segundo Brizard, e podem permanecer debaixo d’água até um mês. Os equipamentos podem ser utilizados também para detectar a atividade sísmica para a exploração de gás e petróleo, além de encontrar áreas adequadas para a construção de parques eólicos e solares, conforme conta Brizard.

Tudo tem um propósito

Os “drones” subaquáticos são, na verdade, o primeiro passo para uma solução totalmente autônoma, chamada EONIOS. O projeto busca proteger e monitorar os ecossistemas marinhos. Para isso, a iniciativa multinacional conta com equipamentos tecnológicos e representa um grande avanço no uso da tecnologia para a conservação dos oceanos.

Foto: Arkeocean/ Divulgação

Futuramente, o projeto deverá ser comercializado para outros países que, segundo Zakarias Siokouros, CEO da CMMI (uma das parceiras do projeto), queiram aumentar as suas populações de peixes utilizando recifes artificiais.

Foto: CMMI/ Divulgação

Entre os planos dos cientistas está colocar esse recifes nas águas ao largo da cidade costeira de Limassol, no sul do Chipre. Para a luz solar chegar ao fundo do mar — para a captação de imagens claras — , a tecnologia seria instalada a 20 metros de profundidade.

Os recifes atraem tudo, desde vegetação a peixes grandes e, nas águas ao largo do Chipre, onde não há comida suficiente para os peixes, o nosso objetivo é criar o ambiente adequado para levar esses peixes para lá– Zakarias Siokouros

Além da CMMI, o programa ENIOS tem parceria com a companhia cipriota de tecnologia SignalGeneriX; a consultoria francesa Lanego e a fabricante dos drones Arkeocean.

 

Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Animação 3D permite conferir detalhes de um naufrágio sueco datado de 1460

    Embarcação, tida como a mais antiga da região feita com a técnica carvel, pode fornecer informações sobre a transição naval medieval e moderna

    Animais transgênicos podem ser solução para eliminar metilmercúrio das águas

    Cientistas modificaram geneticamente dois espécimes para que consumissem a substância e depois a eliminassem

    Veja: cinegrafista de NÁUTICA flagra raia "albina" em meio a cardume

    Animal foi visto no Saco do Céu, em Angra dos Reis (RJ), e pode ser o mesmo avistado em Ubatuba no início do ano

    Iate transoceânico de apenas 87 pés tem comodidades de "gente grande"

    Mako Shark foi inspirado nos tubarões-mako e entrega conforto e lazer sem deixar de lado as características exploradoras

    Três lanchas da Azov Yachts estarão no Rio Boat Show 2025

    Maior embarcação e barco de entrada do estaleiro estão entre os modelos; salão acontece de 26 de abril a 4 de maio