Carne de tartaruga marinha causa nove mortes na Tanzânia; consumo não é recomendado
Apesar de ser considerada uma iguaria local, ingestão é perigosa à saúde e animal corre risco de extinção


O consumo de carne de tartaruga marinha foi responsável por levar a óbito diversas pessoas na ilha de Pemba, no arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia. Além disso, outras 78 foram levadas ao hospital, segundo informações do jornal The Guardian.
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Já foram registradas as mortes de um adulto e oito crianças. Segundo Dr. Haji Bakari, médico do distrito de Mkoani, o adulto em questão era mãe de uma das crianças envolvidas no incidente. O profissional de saúde comunicou à Associated Press que todas as vítimas comeram carne de tartaruga marinha.


Considerada uma iguaria em Zanzibar, a ingestão do animal marinho ocasiona algumas mortes frequentemente devido ao quelonitoxismo — um tipo de intoxicação alimentar provocada pelo consumo desse animal.
Para tentar frear o consumo da carne de tartaruga marinha no local, as autoridades de Zanzibar enviaram uma equipe de gestão de desastres à região, com mensagens pedindo aos moradores para que não comam este animal.


Infelizmente, este não é o primeiro caso que acaba em tragédia. Em novembro de 2021, sete pessoas, entre elas uma criança de três anos de idade, morreram no mesmo local após também consumirem carne de tartaruga marinha.
Tartarugas marinhas não são as culpadas
Além da possibilidade de intoxicação com o consumo de sua carne, as tartarugas marinhas também lutam pela sobrevivência constantemente. Afinal, nos últimos 200 anos, as atividades humanas fizeram pender a balança contra estes seres marinhos.
Vítimas de abatimentos de seus ovos, carne, pele e cascas, as tartarugas marinhas sofrem com a caça furtiva e exploração excessiva, bem como a destruição do habitat natural e a pesca ilegal. Outros fatores, como as alterações climáticas, também têm impacto nas espécies.
De acordo com a lista vermelha de espécies ameaçadas da International Union for Conservation of Nature – IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), que classifica o nível de vulnerabilidade de diversos animais, diversas espécies de tartarugas marinhas pelo globo estão em perigo.
Os casos mais preocupantes são da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) e da tartaruga-de-kemp (Lepidochelys kempii), que estão “criticamente ameaçadas de extinção”. A tartaruga-verde (Chelonia mydas), por sua vez, é definida como ameaçada de extinção.
Já as espécies tartaruga-oliva (Lepidochelys olivácea), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) estão classificadas como vulneráveis. Por fim, todas as espécies citadas estão diminuindo, segundo a IUCN.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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