Parque eólico no mar adotará radar flutuante para evitar colisão de pássaros

Na Holanda, sistema que combina tecnologias desligará geradores em caso de aproximações de aves

10/05/2024
Foto: Robin Radar Systems/ Divulgação

Um novo parque eólico em construção sobre as águas na Holanda promete adotar uma solução inovadora para impedir que pássaros e morcegos morram ou se machuquem ao colidir com as pás das turbinas: um radar flutuante.

A novidade, que será instalada a 53 km da costa dos Países Baixos, combina um sistema de alerta com câmeras, sensores e softwares de Inteligência Artificial (IA). Tudo isso para garantir que as turbinas eólicas sejam desligadas ou desaceleradas automaticamente caso haja aproximação das aves, especialmente em picos de migração.

Fruto de uma parceria entre empresas, o radar flutuante usa o sistema MAX, da Robin Radar System — especialista em rastreamento — e a solução MUSE, que une câmeras a reconhecimento de espécies por IA, desenvolvido pela dinamarquesa DHI. Já a plataforma que ficará sobre as águas é da espanhola MIDO.

Essas ferramentas permitem que os operadores encontrem o equilíbrio certo entre maximizar a produção de energia do parque eólico e, ao mesmo tempo, minimizar o risco de colisão com pássaros ou morcegos– Sibylle Giraud, da Robin Radar Systems, à revista Renewable Energy

Esta é a primeira vez que a Robin Radar insere seu sistema de radar em uma plataforma flutuante. A empreitada contribui com o grande foco em sustentabilidade do parque eólico Ecowende — que deve ser entregue em 2026, fruto de uma parceria entre as empresas Shell, Eneco e Chubu.


Benefícios do radar flutuante

Não há uma exatidão numérica quando se fala em quantos pássaros morrem devido a colisões com turbinas, por conta da dificuldade em monitorar tais ambientes. No entanto, teorias apontam que entre 140 mil e 679 mil aves sejam vítimas, por ano, de tais acidentes.

 

A solução do problema, por sua vez, se mostrou bastante eficaz. Em Portugal, estudos mostraram que quase nenhum animal morreu ao longo de cinco outonos consecutivos graças à implementação de sistemas de radar.

 

Quanto às atividades do parque, a opção não se provou um empecilho, já que os desligamentos das turbinas representaram apenas algo entre 0,2% e 1,2% da atividade anual do local.

 

Náutica Responde

Faça uma pergunta para a Náutica

    Relacionadas

    Edição 392 da Revista Náutica já está disponível nas bancas e no app

    Através do aplicativo de NÁUTICA é possível fazer o download do material; confira os principais destaques da edição

    Max Verstappen recebe iate avaliado em mais de R$ 70 milhões na Itália

    Segundo jornal italiano, embarcação de 33 m do estaleiro Mangusta havia sido encomendada há 2 anos pelo piloto

    Megaiate grego O'Madeleine tem deque com cinema e beach club com spa

    Projeto da Golden Yachts aposta em áreas de bem-estar dos hóspedes para conquistar o mercado

    Navegar para descobrir: oportunidades para o turismo náutico no Brasil

    Especialista no tema, Bianca Colepicolo analisa obstáculos para setor e propõe soluções para crescimento da área

    2ª etapa da SailGP: Brasil garante melhor posição em uma regata desde estreia na competição

    Comandado pela campeã olímpica Martine Grael, equipe ainda registrou a maior velocidade atingida no 1º dia de regatas em Auckland