Encontrada proa de navio dos EUA que navegou de ré por 2,9 mil km após ataque japonês
O USS New Orleans sobreviveu a bombardeio devastador na 2ª Guerra Mundial e protagonizou travessia improvável


Um pedaço da história foi encontrado a 675 metros de profundidade, nas Ilhas Salomão, na Oceania. Trata-se da proa do USS New Orleans, navio americano que foi bombardeado pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial. Embora o ataque tenha gerado uma ampla explosão, o navio não naufragou — e ainda navegou 2,9 mil km de ré até Washington em um movimento heroico da tripulação.
Mistério de 300 anos: naufrágio saqueado por piratas é encontrado em Madagascar
Urso Pooh: embarcação centenária é encontrada em lago dos EUA
Inscreva-se no Canal Náutica no YouTube
Segundo a marinha americana, o ataque aconteceu durante a Batalha de Tassafaronga, em 1942, que vitimou mais de 180 dos 900 tripulantes do USS New Orleans. O confronto aconteceu na Ilha Guadalcanal, que integra o arquipélago de Salomão. Foi por lá que, durante 21 dias, a expedição Nautilus Live, da organização de exploração marinha Ocean Exploration Trust, analisou com veículos subaquáticos.
Jogada de mestre da tripulação
A ofensiva japonesa atingiu o compartimento de munições do New Orleans, causando uma explosão no navio americano e danificando 20% do barco. A proa, parte frontal da embarcação, foi a mais atingida, mas os tripulantes não se deram por vencidos.


Em meio ao caos, os sobreviventes conseguiram levar o navio até o porto da ilha de Tulagi, onde adentraram a floresta em busca de materiais para reparo. O resultado foi uma proa improvisada feita com toras de coco.


Assim, a tripulação conseguiu navegar, em marcha ré, cerca de 2.900 km pelo Pacífico até a Austrália. À CNN, Carl Schuster, capitão aposentado da Marinha dos EUA, destacou que “a palavra ‘difícil’ não descreve de forma adequada o desafio”.
Isso porque a proa do barco é a que tem capacidade de cortar as ondas, diferente da popa — parte de trás do navio –, que não foi feita para enfrentar o mar.
Isso afeta a maneira como o navio responde aos efeitos do mar e do vento e altera a resposta do navio às ações do leme e do hélice– explicou Schuster
Para o ex-capitão, o comandante do Nova Orleans teve que aprender uma nova forma de navegar, e a engenhosidade da tripulação foi a responsável por salvar o navio.
Já em Washington, o barco passou por reparos e seguiu sendo utilizado para as batalhas decisivas de Saipan e Okinawa, sendo peça fundamental na luta dos EUA contra o Japão Imperial. De acordo com o Museu da Segunda Guerra Mundial, o navio foi premiado com 17 estrelas pelas batalhas que passou.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Atingido por três torpedos alemães, cruzador de 437 pés da Marinha Britânica foi naufragado em agosto de 1916
Com modelos produzidos em velocidade impressionante, estaleiro traz ao país resultados de 2 anos no mercado norte-americano
Mais de 40 mil tartarugas-da-amazônia foram identificadas no Rio Guaporé, entre a Bolívia e o Brasil
Roteiro do luxuoso Costa Serena passará por três continentes, 15 países e 14 ilhas. Confira!
Mandíbula de 350 milhões de anos mostra que estratégia de caça evoluiu antes mesmo da forma de nadar