Patrimônio histórico e turismo de ilhas da Bahia foram recuperados com recursos próprios

Isabela Suarez, presidente da Fundação Baía Viva, contou sobre o processo na 9ª edição do Congresso Internacional Náutica

04/10/2024
Foto: Jhony Inácio / Revista Náutica

Em palestra durante o Congresso Internacional Náutica, no painel Sustentabilidade nas ilhas da Baía de Todos-os-Santos, que aconteceu paralelo ao São Paulo Boat Show, a empresária, advogada, presidente da Baía Viva e vice-presidente de sustentabilidade empresarial da Associação Comercial da Bahia, Isabela Suarez, fez um balanço dos 25 anos de atuação da entidade que comanda.

O trabalho de Isabela Suarez é feito com foco na requalificação urbana, social e ambiental das ilhas que se distribuem ao longo da Baía de Todos-os-Santos, em especial duas delas: a Ilha dos Frades e a Bom Jesus dos Passos.

Foto: Jhony Inácio / Revista Náutica

“A Fundação Baía Viva é uma organização social de iniciativa familiar. Ela nasceu de uma ideia do meu pai, abraçada por vários empresários, que, diante de uma inquietação com o subaproveitamento do turismo na Baía de Todos-os-Santos, decidiram se reunir, na forma de sociedade civil, para propor um projeto de revitalização de algumas ilhas da maior baía marítima do país”, conta.

Nosso cartão de visita está concentrado na Ilha dos Frades e na Ilha de Bom Jesus dos Passos– disse Isabela Suarez

Isabela traz consigo um carinho especial por esses lugares por um motivo sentimental: quando ela era criança e na adolescência, era às margens dessas ilhas que ela costumava passar os fins de semana, embarcada em uma lancha Carbrasmar 36.

Foto: Jhony Inácio / Revista Náutica

“A Ilha de Bom Jesus era o nosso lugar preferido de lazer. Mas era um lugar abandonado pelo poder público. Não tinha nem energia elétrica. Funcionava a gerador. Foi o que motivou o nascimento da Fundação Baía Viva, para fazer com que a vida das pessoas melhore”, lembrou a empresária, que assumiu a presidência da entidade em 2012, já sobre a ótica ESG.


Isabela Suarez aproveitou sua participação no Congresso Internacional Náutica para apresentar o resultado dos 25 anos de atuação da Fundação Baía Viva.

 

“O Governo da Bahia já investiu cerca de R$ 400 milhões em estrutura náutica em várias ilhas da Baía de Todos-os-Santos. Eu digo, com muita segurança, que o investimento da nossa fundação superará esses números”, garantiu ela.

Já está claro para todos que, sim, infraestrutura é um instrumento de sustentabilidade, na medida em que interfere em dois pilares da responsabilidade: o social e o econômico– acrescentou

Entre outras ações da Fundação Baía Viva na Ilha dos Frades, a empresária destacou:

  • a restauração da Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, que foi fundada no século 17;
  • diversas intervenções realizadas na Praia do Loreto, como a recuperação da histórica capela construída em 1645, projetos de educação ambiental; a construção de uma base da polícia militar ambiental; o cultivo em viveiros de espécies da Mata Atlântica; e a entrega de um novo píer, onde atracam lanchas e escunas provenientes de Salvador;
  • os investimentos na Costa de Fora, vila onde foi feita a reforma de uma pousada e a construção de um muro de contenção da maré;
  • ações em Paramaná, a principal povoação da ilha, que passou por enorme transformação em sua infraestrutura urbana;
  • a certificação da praia Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe com a Bandeira Azul — selo internacional de qualidade concedido pela Foundation for Environmental Education, que seleciona as melhores praias em todo o mundo, desde 1980, destacando as que têm melhor qualidade de água, infraestrutura e preservação ambiental. Foi a primeira praia da Bahia e do Norte e Nordeste a receber a certificação.

Já na ilha Bom Jesus dos Passos, a Baía Viva efetuou uma requalificação urbana abrangente, desenvolveu programas de conscientização ambiental, bancou a reforma da Igreja Bom Jesus dos Passos e construiu dois píeres.

Mas não só: o projeto que Isabela Soares considera mais expressivo custeado pela fundação é a construção de um pequeno “estaleiro”, com seis casinhas divididas em dois boxes cada, onde são realizados serviços e atividades náuticas artesanais.

Com isso, tivemos uma reativação de uma atividade tradicional na ilha, e que estava decadente, por falta de investimentos– destacou a presidente da Fundação Baía Viva

Para concluir, ela lembrou que o melhor é que tudo isso foi realizado com recursos próprios. “Não tem um real de verba pública”, garantiu.

 

O Congresso Internacional Náutica é o principal evento do Brasil voltado a prefeitos, secretários de turismo e agentes do setor que buscam o crescimento econômico-social por meio do turismo das águas. As palestras antecederam a abertura ao público do São Paulo Boat Show 2024, que contou com mais de 170 barcos em exposição, 50 lançamentos gerais, além de uma série de produtos e serviços.

 

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