Mar Cáspio em seca ameaça focas, economia e milhões de vidas
Estudo da Universidade de Leeds, na Inglaterra, alerta para colapso ambiental e impacto social sem precedentes


O Mar Cáspio, maior corpo de água salgada sem litoral do planeta, vem encolhendo em ritmo alarmante devido ao aumento das temperaturas globais. O que poderia soar como um processo geológico lento já coloca em risco a vida marinha, o sustento de milhões e as economias regionais.
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Segundo pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, se o aquecimento global ultrapassar os limites atuais, o Cáspio pode recuar cerca de 21 metros até 2100. Mesmo se o aumento da temperatura for controlado a 2°C, as águas devem baixar entre 5 e 10 metros — cenário suficiente para comprometer o ecossistema e a vida ao redor.
A foca-do-cáspio (Pusa caspica), espécie endêmica, e seis tipos do peixe esturjão estão entre os mais afetados. Com a redução da água, até 81% das áreas de reprodução das focas podem desaparecer. Espécies migratórias e peixes da lagoa costeira também correm sérios riscos.


Com a queda de apenas 10 metros — que é quase o mínimo previsto — quatro dos dez ecossistemas do Cáspio podem desaparecer, afetando a biodiversidade e o equilíbrio ambiental da região.
Economia à deriva
O impacto não será apenas ecológico. Portos estratégicos, como Baku, Anzali e Aktau correm o risco de ficarem isolados do mar, inviabilizando rotas comerciais e o transporte de cargas. Com o Cáspio em seca, os portos teriam que se afastar da costa original a uma distância que pode chegar a quilômetros.
Grandes campos petrolíferos, como Kashagan e Filanovsky, também dependem do acesso ao mar para escoar produção. O recuo mínimo previsto ameaça, ainda, a navegação pelo rio Volga, peça-chave no comércio internacional da região.
Vidas ameaçadas pela seca do Cáspio
Segundo o estudo, mais de 15 milhões de pessoas vivem nas margens do Cáspio. A redução do nível da água pode colapsar a pesca, tornar a agricultura inviável e transformar o leito seco em um novo foco de poeira tóxica, agravando a crise sanitária e social.
Com menos água doce e solos cada vez mais áridos, a migração forçada já desponta como realidade para as comunidades costeiras. Além, é claro, da instabilidade social que já paira o local, conforme informado na pesquisa.
O tempo está se esgotando
Especialistas afirmam que o recuo do Cáspio parece inevitável, mas seus impactos ainda podem ser mitigados. Políticas ambientais, adaptação de infraestruturas e cooperação internacional são apontadas como medidas urgentes para conter o avanço da crise — antes que se torne irreversível.
A situação não é apenas ecológica. O futuro de milhões de pessoas depende de uma resposta rápida — e o tempo para reagir está se esgotando.
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