Evento com especialistas debateu regularização de marinas em São Sebastião
Realizado em dezembro, encontro teve ainda autoridades e empresários do setor e foi promovido por Fórum Náutico Paulista e prefeitura


O ano de 2024 terminou com um encontro do Fórum Náutico Paulista para discutir a regularização de marinas e garagens náuticas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo.
Região do Litoral Norte promete ser berço de grandes investimentos no turismo náutico
Por que o turismo é importante para o setor náutico?
Inscreva-se no Canal Náutica no YouTube
Parceria entre o Fórum Náutico Paulista e o município, o evento reuniu, em dezembro último, especialistas, autoridades e empresários do setor, para debater os desafios e oportunidades da regularização.
O então prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, destacou a importância do setor náutico para a economia local e o compromisso da prefeitura com o desenvolvimento sustentável.


“O turismo náutico é um importante gerador de empregos e renda para o município. A regularização das marinas garante a segurança jurídica dos empreendimentos e contribui para a preservação ambiental”, afirmou Augusto.
Especialista em regularização de marinas, o advogado Diogo Levy, diretor do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário, abordou os aspectos legais da questão, incluindo a demarcação de terrenos de Marinha e a cobrança pelo uso do espelho d’água. Levy também alertou para a necessidade de as empresas do setor se adequarem à legislação ambiental.
O engenheiro Paulo Console, da Marina Supmar, compartilhou sua experiência na regularização do Complexo Industrial Naval do Guarujá.
Após um longo processo, conseguimos garantir a segurança jurídica da nossa operação. A união do setor é fundamental para superar os desafios da regularização– Paulo Console, da Marina Supmar
O presidente do Fórum Náutico Paulista, Marco Antonio Castello Branco, ressaltou a importância do diálogo entre o setor público e privado para a construção de soluções eficazes para a regularização de marinas.


“O fórum tem atuado como um mediador entre as empresas, poder público e Ministério Público, buscando soluções que garantam o desenvolvimento sustentável do setor náutico”, afirmou Castello Branco.
Eu, que ajudei a organizar o evento, comemorei a presença de mais de 30 pessoas entre empresários, gestores públicos e ONGs, além do público que nos acompanhou pela transmissão ao vivo. Para mim é satisfatória a coragem de encarar assuntos públicos espinhosos com técnica e planejamento para solução.
O Fórum Náutico Paulista se comprometeu a continuar trabalhando pela regularização das marinas e garagens náuticas, promovendo o diálogo e a articulação entre os diferentes atores envolvidos.
Regularização de Marinas e Garagens Náuticas
A regularização de marinas e garagens náuticas é um processo crucial para o desenvolvimento sustentável do setor náutico, garantindo a segurança jurídica dos empreendimentos e a preservação ambiental.
Abaixo, um resumo das informações discutidas no encontro de dezembro do fórum e os principais aspectos da regularização, desde os trâmites legais até as melhores práticas para garantir o sucesso do seu negócio.
Terrenos de Marinha
É fundamental compreender a legislação sobre terrenos de marinha, que são áreas sob domínio da União. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) é responsável por sua gestão e administração.
Tipos de Regime
Existem dois regimes para terrenos de marinha: ocupação e aforamento. O regime de ocupação é precário, enquanto o aforamento oferece maior segurança jurídica e acesso a crédito.
Demarcação
A SPU realiza a demarcação dos terrenos de marinha para delimitar as áreas de domínio da União. É importante acompanhar os processos de demarcação e apresentar documentos que comprovem a ocupação histórica da área.
Espelho d’Água
A cobrança pelo uso do espelho d’água é um tema sensível. A SPU exige licenças e autorizações para o uso da infraestrutura sobre a água, e a falta de regularização pode resultar em multas.
Legislação Ambiental
A regularização ambiental é essencial para o funcionamento das marinas e garagens náuticas. É necessário obter licenças e autorizações dos órgãos ambientais competentes, como a CETESB, Secretaria de Meio Ambiente, IBAMA e outros.
PEC das Praias
A PEC das Praias propõe a possibilidade de particulares comprarem terrenos de marinha, eliminando a necessidade de pagar foro ou taxa de ocupação.
Casos de Sucesso
O Complexo Industrial Naval do Guarujá é um exemplo de sucesso na regularização de marinas. Após um longo processo judicial, as empresas do complexo conseguiram garantir a segurança jurídica de suas operações.
A Importância da União do Setor
A união do setor náutico é crucial para fortalecer as reivindicações por melhorias na legislação e garantir a representatividade do setor junto aos órgãos governamentais.
Conclusões
A regularização de marinas e garagens náuticas é um processo complexo, mas essencial para o desenvolvimento sustentável do setor.
Ao seguir as diretrizes deste guia e buscar a assessoria de profissionais especializados, você poderá garantir a segurança jurídica do seu empreendimento e contribuir para a preservação do meio ambiente.
Próximos Passos
- Consulte um advogado especialista em direito imobiliário e ambiental para auxiliá-lo no processo de regularização.
- Reúna a documentação necessária para comprovar a ocupação histórica da área e o cumprimento da legislação ambiental.
- Mantenha-se atualizado sobre as mudanças na legislação e participe de fóruns e debates sobre o tema.
Lembre-se: a regularização é um investimento que garante a segurança jurídica do seu negócio e contribui para o desenvolvimento sustentável do setor náutico.
Mestre em Comunicação e Gestão Pública, Bianca Colepicolo é especialista em turismo náutico e coordena o Fórum Náutico Paulista. Autora de “Turismo Pra Quê?”, Bianca também é consultora e palestrante.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Situado à beira-mar, o Disney Abu Dhabi promete tecnologia inovadora e castelo moderno
Exposição leva barcos de papel ao Parlamento Europeu para chamar atenção sobre a crise global de refugiados
Barco gigantesco tem 426 pés e transportará mais de 2 mil passageiros entre a Argentina e Uruguai, no Rio da Prata
Bianca Colepicolo, especialista no assunto, questiona protagonismo brasileiro no turismo das águas
Material conta com o teste de 4 lanchas, conteúdos exclusivos e histórias imperdíveis de nomes conhecidos do setor. Veja!