Teste Sessa C36: nova versão com três motores de popa alia velocidade com conforto

Um dos grandes sucessos de venda da Sessa Marine ganhou uma performance ainda mais impressionante; confira

Por: Redação -
30/09/2024
Foto: Divulgação

Com o mesmo design marcante e todos os recursos do modelo com motor de centro-rabeta, a elogiada Sessa C36 ganhou uma nova versão, equipada com três motores de popa de 300 hp cada, com a qual o estaleiro Sessa Marine passa a disputar clientes mundo afora, encarando rivais no mercado mundial.

Essa competição acontece especialmente nos Estados Unidos, onde os motores de popa têm grande aceitação. Porém, ao mesmo tempo, a lancha tenta fisgar no Brasil quem busca embarcações desse tipo. Para isso, apresenta ao mercado um de seus melhores barcos com uma grande novidade na motorização.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Seguindo a tendência norte-americana de oferecer uma sobra de potência na motorização para ganhar mais desempenho — sem que o consumo seja necessariamente ampliado, por conta relação potência/peso —, essa 37 pés (11,30 metros) vem equipada com três Mercury de 300 hp cada – um autêntico foguetinho!

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Neste teste, chegamos a quase 44 nós de velocidade máxima, e isso nas águas não tão lisas assim de Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina.

 

 

Para quem, como o brasileiro, enxerga a plataforma de popa como uma extensão natural do cockpit — porque nenhuma outra parte a bordo deixa tão próximo da água —, e não apenas como elemento de embarque e desembarque, o uso de motores de popa tem uma desvantagem, que é a perda de espaço nessa área.

Sessa C36
Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

No caso da Sessa C36, isso implicou na eliminação do espaço gourmet na plataforma de popa. Em compensação, esses motores são mais leves que seus equivalentes de centro-rabeta, e por isso deixam o barco mais ágil e mais rápido, com ligeira vantagem no consumo de combustível.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Outra vantagem do motor traseiro é que, por ficar fora do barco, sobra mais espaço a bordo, considerando-se uma mesma lancha equipada com motor de centro-rabeta. Inclusive, dá até para instalar um estabilizador.

 

Sem contar que, em águas rasas, ele pode ser levantado mais alto que a quilha da lancha, permitindo que se navegue em baixa profundidade — o que não ocorre, com a mesma facilidade, no centro-rabeta. O acesso para a água é feito por uma escada de quatro degraus, de inox, voltada para boreste.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Ainda na popa há o tradicional chuveirinho (a boreste), cujo diferencial é a opção entre água quente e fria; uma tomada de cais (a bombordo); o bocal de abastecimento de diesel para o gerador (os bocais de gasolina a boreste e água na proa) e os cunhos de amarração e vários balizadores (spot de iluminação), que além de um efeito estético bonito oferecem segurança para a circulação dentro do barco.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A casa de máquinas, sob o piso do cockpit, é ocupada pelo gerador, pelo banco de baterias, por um boiler e pelos tanques de combustível. Chama atenção a qualidade tanto da parte elétrica quanto de hidráulica. E a lancha já está preparada para a instalação de estabilizadores, a critério do comprador.

 

Além disso, o casco foi construído pelo sistema de infusão, que garante maior leveza e resistência. Porém, de resto, a Sessa C36 — com hard-top, ar-condicionado no cockpit e capacidade para até 12 pessoas nos passeios diurnos — preserva as mesmas boas características da versão anterior.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Um bom exemplo disso é a cabine, com pernoite para cinco pessoas em dois camarotes e em uma ótima sala central, além de uma boa cozinha. Sem contar a plataforma de popa, que, embora menor, ainda garante um bom aproveitamento da área externa.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A inconfundível assinatura do Estúdio italiano CentroStile Design está presente já nas laterais do casco: as janelas, em curva, são grandes — o que resulta em maior luminosidade natural na cabine — e combinam harmoniosamente com as linhas do casco.

 

Destaque também para o arranjo inteligente do cockpit, com excelente distribuição de espaços, o que agrada a quem prioriza os passeios diurnos (ou seja, quase todo mundo), com eventuais pernoites a bordo.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O equilíbrio para isso foi alcançado por meio de um arranjo inteligente, em que a mesa e o sofá em “U” não roubam o espaço de circulação. A boreste fica a pia, com água pressurizada quente e fria, geladeira de gaveta de 75 litros, armário e a opção de um cooktop.

 

Mais à frente, ao lado do posto de comando, há uma chaise, ou espreguiçadeira, que fica numa posição bem alta, estratégia que permitiu ao projetista entregar uma cabine com pé-direito de 1,90 metro.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Outros itens de conforto são os dois porta-copos e o apoio para os pés. O banco, individual, tem assento rebatível. Porém, para a pilotagem em pé, o comandante pode ter alguma dificuldade para se encaixar entre o assento rebatido e o volante. Já a posição sentada é muito boa, sem prejuízo para o conforto e a visibilidade.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

A boreste, o controle digital dos motores oferece duas opções de aceleração: com os dois manetes ao mesmo tempo (pilotagem tradicional) ou apenas uma (neste caso, comandando os três motores de uma só vez). No mesmo sistema, além dos manetes, encontra-se o botão active trim, de todos os motores ou individualmente.

O grande teto solar, de acionamento elétrico, tem duas claraboias, o que resulta em melhor aproveitamento da luz natural e em sensação de maior amplitude — sem contar a integração com a natureza.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Na cabine há um confortável camarote de casal na proa (iluminado por duas grandes janelas e uma gaiuta), um sofá elegante na sala central — onde pode dormir mais uma pessoa –, e um camarote à meia-nau fechado, com armário com cabideiro e uma cama de casal enorme (que, por sua vez, não é claustrofóbica, por conta da boa altura sobre a cabeceira e das duas grandes janelas).

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O banheiro, a bombordo, tem um ótimo arranjo, podendo ser acessado diretamente por meio dos dois camarotes. O vaso sanitário foi incorporado ao box, o que resultou em ganho de espaço, além de um banquinho, muito útil na hora do banho.

 

No outro bordo, a cozinha, completa, chama ainda mais atenção por ser equipada com acessórios náuticos, como suportes para panelas sobre o cooktop e trincos com travas nos armários. E ainda há uma abertura envidraçada no teto (claraboia) garantindo a iluminação natural.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

É difícil alguém não gostar dessa cabine, muito bem bolada pelos projetistas italianos.

 

O acesso à proa se dá por passagens laterais nos dois bordos. Lá na frente, os solários podem ser rebatidos (não confundir com cabeceira regulável), convertendo-se em verdadeiras espreguiçadeiras, daquelas típicas de piscinas. Nos dois lados foram instalados porta-copos, pega-mãos e caixas de som marinizadas, para suportar maresia.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Um banquinho de madeira no púlpito de proa estende a área de convivência. Por sua vez, o guincho de âncora pode ser acionado tanto do painel de comando quanto pelos botões laterais a paiol da corrente. E ainda há um chuveirinho do lado.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Sem contar os porta-defensas, que são móveis (ficam escamoteados no corpo do guarda-mancebo) e por isso não ocupam espaço quando não estão cumprindo sua missão.

 

Mas é mesmo na popa, com a instalação do trio de motores (cada um com seu tanque de combustível específico), que a Sessa C36 mais chama atenção.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Essa opção tem tudo a ver com o foco da Sessa Marine no mercado internacional, especialmente para os Estados Unidos, onde os motores de popa têm grande aceitação. Segundo o estaleiro, outras remodelações e novas embarcações vêm aí.

Navegação da Sessa C36

Testamos a Sessa C36 nas águas de Balneário Camboriú, para saber como a lancha anda com os novos propulsores de popa — e se ela é tão eficiente, com seus 900 cavalos, quanto a versão com os dois elogiados motores Volvo D4 DPI diesel, de 270 hp cada.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

E a 37 pés da Sessa Marine não deixou nada a desejar, tanto na agilidade com que faz curvas quanto no desempenho, alcançando incríveis 43,9 nós de velocidade máxima, a 5.900 rpm.

 

Na velocidade de cruzeiro alto, que foi de 32 nós, a 4.500 rpm, os três motores em conjunto consumiram 141 litros/hora, que também se mostrou o regime mais econômico, chegando a uma autonomia de 164 milhas. Já na aceleração, precisou de apenas 7,3 nós para ir do zero aos 20 nós, outra grande marca.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

No posto de comando, o painel foi dividido em três níveis, com o quadro de instrumentos digital dos motores na parte superior, uma tela central de 16 polegadas e a botoeira (de inox) na parte de baixo, onde estão localizados também (do lado esquerdo) o controle digital dos flaps e (do lado direito) o joystick, que facilita as manobras de atracação, principalmente.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

O volante, com revestimento de couro, oferece conforto e segurança para o piloto.

 

Em resumo, a lancha entregou uma performance impressionante, especialmente quando se considera que trata-se de um típico barco-família. Todos estes números indicam uma ótima relação entre peso e potência.

Foto: Victor Santos/ Revista Náutica

Os 900 cavalos, que poderiam parecer excessivos, se casaram muito bem com o casco, que cortou muito bem as ondas, com boa estabilidade nas curvas, tanto enfrentando as próprias marolas quanto as de outros barcos.

Saiba tudo sobre a Sessa C36

Pontos altos

  • Navegação segura e bastante estável
  • Acabamento acima da média
  • O pé-direito da cabine

Pontos baixos

  • A distância entre o volante e o banco na pilotagem em pé
  • O assento basculante pode interferir na chave geral dos motores
  • Sinalização mais intuitiva dos botões no painel

Características técnicas

  • Comprimento total: 11,30 m (37 pés)
  • Boca: 3,50 m
  • Capacidade (dia): 12 pessoas
  • Capacidade (noite): 5 pessoas
  • Pé-direito da cabine: 1,90 m
  • Motorização: três popa, de 300 hp cada
  • Tanque de combustível: 500 litros
  • Tanque de água: 300 litros
  • Tanque de águas negras: 95 litros

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