Reformado: após 10 anos, Benjamim Guimarães volta a navegar pelo São Francisco
Símbolo do Velho Chico, embarcação centenária a vapor se prepara para retomar travessia entre Pirapora e Juazeiro


Nunca é tarde para recomeçar — especialmente quando se carrega mais de um século de história. Após uma década afastado das águas, o tradicional vapor Benjamim Guimarães prepara seu retorno ao Rio São Francisco. A previsão é que o barco volte a cortar o “Velho Chico” no próximo dia 28, retomando as travessias entre Pirapora, em Minas Gerais, e Juazeiro, na Bahia.
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A restauração foi assumida pela Eletrobras e, segundo a Prefeitura de Pirapora, demandou um investimento total de R$ 5,8 milhões. O projeto, inicialmente previsto para ser custeado pelo município, foi repassado à estatal após acordo com o Ministério de Minas e Energia.


Construído em 1913 pelo estaleiro norte-americano James Rees & Sons, o Benjamim Guimarães estreou suas viagens no Rio Amazonas antes de ser transferido, em 1920, para o São Francisco, onde transportava passageiros e cargas entre Pirapora e Juazeiro.
Tombado desde 1985 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o vapor carrega dimensões respeitáveis: são 43,85 metros de comprimento por 7,96 de largura. Movido a lenha, a embarcação abriga uma máquina a vapor de 60 CV de potência, que impulsiona o barco a velocidades de até 6,5 nós, que correspondem a cerca de 12 km/h.


Com capacidade para receber até 140 passageiros e armazenar 28 toneladas de combustível, o Benjamim Guimarães volta a navegar como um verdadeiro sobrevivente do tempo. Durante a Segunda Guerra Mundial, a embarcação transportou tropas do Exército Brasileiro responsáveis pelo patrulhamento da costa do Nordeste.
Agora restaurado, o barco está pronto para reescrever novas histórias em sua longa travessia pelo Velho Chico.


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