Abandonado há 30 anos, navio petroleiro pode causar catástrofe ambiental na África

Embarcação que carrega um milhão de barris de petróleo pode provocar um desastre ecológico, diz ONU

03/08/2023
Foto: PNUD/ Reprodução

O navio petroleiro FSO Safer (navio tanque-flutuante de armazenamento e descarga) está abandonado há 30 anos, mas agora se tornou uma ameaça real. A embarcação corre o risco de explodir ou derramar uma enorme quantidade de óleo pelo Mar Vermelho, no Iêmen.

Porém, o decadente navio está sendo finalmente descarregado pela ONU (Organização das Nações Unidas). No momento, os especialistas estão trabalhando para remover o petróleo bruto sem que o óleo exploda, o petroleiro se desfaça ou ocorra um derramamento maciço.

Foto: UNRCO Yemen/ Reprodução

Com o objetivo de transferir todo óleo do navio petroleiro abandonado para outra embarcação, o residente e coordenador humanitário da ONU para o Iêmen, David Gressly, disse que a operação está estimada em US$ 141 milhões, quase R$ 700 milhões (valores convertidos em agosto de 2023).

Entretanto, o alto custo da operação ainda sairia mais barato do que um potencial vazamento. O valor da limpeza do incidente é estimado em US$ 20 bilhões, quase R$ 98 bilhões (valores convertidos em agosto de 2023), e se tornaria o quinto maior derramamento de óleo de um navio-tanque na história.

 

A equipe está bombeando entre 4.000 e 5.000 barris por hora e, até as últimas atualizações, as Nações Unidas já transferiram um terço do petróleo da embarcação, finalizando assim a primeira fase da operação.

Quais seriam as consequências?

As consequências de um grande derramamento de óleo do navio petroleiro seriam devastadoras, principalmente num país destruído por anos de guerra civil, onde 17 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar.

 

O derramamento devastaria comunidades pesqueiras na costa do Mar Vermelho do Iêmen, além de expor comunidades inteiras a toxinas com risco de vida, segundo a ONU. Suas consequências também atingiriam as costas da Arábia Saudita, Eritreia, Djibouti e Somália.

Um vazamento dessa magnitude provocaria poluição do ar em grande escala, e geraria a possibilidade do tráfego de navegação vital — através do Estreito de Bab al-Mandab para o Canal de Suez — sofrer prolongadas interrupções, com bilhões de dólares perdidos por dia.

 

Além disso, as usinas de dessalinização na costa do Mar Vermelho podem ser fechadas, cortando as fontes de água potável para milhões de pessoas. Tamanho impacto ambiental nas águas acabaria com 200 mil meios de subsistência.

 

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