Navio naufragado há quase 300 anos carregava sabres e moedas valiosas
Artefatos encontrados por arqueólogos foram restaurados às condições originais

Navios naufragados sempre despertam interesse por seus possíveis segredos escondidos, ainda mais quando se trata de uma embarcação de quase 300 anos atrás. Naufragado desde 1740, o navio Rooswijk tinha mais do que segredos: portava cerca de 2.500 artefatos, como centenas de lâminas de sabre e milhares de moedas.
Portugal planeja novo cabo submarino que deve ligar Europa aos Estados Unidos
Onda de calor extremo transforma mar da Flórida em banheira de hidromassagem
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Antes deteriorados por crustáceos, os itens antigos revelaram desenhos e detalhes impressionantes para a época. Vale ressaltar que a embarcação acabou presa na areia, sendo despedaçada pela força do mar ao passar do tempo.

Descoberto em 2005 por um mergulhador, o navio Rooswijk é pertencente à Companhia Holandesa das Índias Orientais e está há cerca de 25 metros de profundidade do mar, na costa de Kent, na Inglaterra. Tamanha profundidade fez com que Martijn Manders, líder do projeto na Agência de Patrimônio da Holanda, exaltasse a operação.
O naufrágio de Rooswijk está a aproximadamente 25 metros de profundidade em um ambiente altamente dinâmico. É preciso muito esforço para escavar um naufrágio nessas condições – Martijn Manders.
Um dos cinco baús resgatados do mar continha cerca de 100 lâminas de sabre. Além disso, quase 2 mil moedas de prata foram recuperadas por equipes britânicas e holandesas entre 2017 e 2018. Acredita-se que metade do dinheiro a bordo era contrabandeado da Cidade do México.

O processo de recuperação está sendo feito pelo Historic England’s Research Facility, no Reino Unido. Com ferramentas de alta tecnologia, os especialistas em conservação removeram as grossas camadas de conchas e pedras que se acumularam nas peças ao longo dos séculos.
Após o trabalho de limpeza, as lâminas das armas revelaram gravuras como lua, sol, estrelas e até mesmo cobras. Além disso, os sabres estavam sem punho, sendo difícil saber se seriam usados por soldados ou vendidos.
Tem sido fascinante revelar lentamente os muitos segredos escondidos por centenas de anos dentro dos objetos encontrados dentro do local do naufrágio de Rooswijk – Angela Middleton, conservadora arqueológica sênior da Historic England.

História do Rooswijk
Pertencente a Companhia Holandesa das Índias Orientais, o navio Rooswijk naufragou em 1740, quando viajava de Texel, na Holanda, rumo a Jacarta, da Indonésia. Na ocasião, a embarcação acabou presa na areia de Goodwin Sands, na Inglaterra, sendo despedaçada pela força do mar.

O desastre matou todos os 237 tripulantes a bordo, incluindo o capitão Daniel Ronzieres, Gerrit Hendrick Huffelman, responsável pela prestação de cuidados médicos e Pieter Calmer, um marinheiro que já havia sobrevivido ao naufrágio de Westerwijk.
Até então, o navio Rooswijk estava em sua segunda viagem para o leste, afundando cerca de 8km do continente britânico. O naufrágio ocorreu em 9 de janeiro de 1740, mas só veio a ser descoberto em 2004, por um mergulhador armador, no extremo nordeste de Kellett Gut, Reino Unido.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
As "ondinhas" formadas pelos barcos parecem inofensivas, mas são perigosas
Navegação noturna envolve mais riscos e exige o dobro de atenção no posto de comando; confira
Equipamento pode ter diferentes formas e adequações; saiba qual faz mais sentido para o seu barco
As obras poéticas de Aude Bourgine pretendem despertar admiração pela natureza e o desejo de protegê-la
Local foi inundado há 64 anos para a construção da barragem hidrelétrica e hoje recebe mergulhadores