Aumenta o número de pessoas que moram em barcos no Reino Unido
Com imóveis cada vez mais caros, viver a bordo tem se tornado uma boa opção para quem vive no país
Viver a bordo é o sonho de muita gente, mas no Reino Unido as pessoas estão morando em barcos por conta dos altos preços dos imóveis. Segundo o último censo, de 2022, 35 mil barcos eram usados como moradia na Inglaterra e no País de Gales — um aumento de 30% em 20 anos.
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Os dados são ainda mais surpreendentes no recorte da capital britânica, Londres. A quantidade de pessoas que optaram por esse tipo de habitação praticamente dobrou desde o último levantamento, também de 2022.
Por que as pessoas estão optando por viver a bordo?
Os altos preços dos imóveis estão entre os principais motivos que levam os britânicos a viver a bordo. Isso porque uma embarcação considerada “razoável” custa em média 50 mil libras no país (cerca de R$ 374 mil, em conversão realizada em novembro de 2024).
Por outro lado, o custo médio de um apartamento em Londres é de aproximadamente 440 mil libras (cerca de R$ 3,3 milhões).
Além disso, a geografia local favorece quem deseja morar em barcos. As vias fluviais britânicas foram essenciais durante a Revolução Industrial do Reino Unido, quando as estradas estavam apenas começando a existir.
Para se ter uma ideia, os canais britânicos se estendiam por cerca de 6,4 mil quilômetros. Mas, com o “boom” das ferrovias, o uso desses canais diminuiu. Desde então, alguns foram abandonados e muitos destruídos. Hoje, esse sistema é mais utilizado como forma de lazer.
Desafios de se morar em um barco
Apesar de parecer vantajoso — financeiramente falando –, morar em um barco também tem seus obstáculos.
O custo de manutenção de uma rede de hidrovias de 250 anos, como no caso do Reino Unido, é alto — e vem aumentando cada vez mais por conta do clima extremo e da poluição.
Em 2023, a Canal and Rivers Trust (CRT) — associação que cuida de uma rede de 3.200 quilômetros de canais no país — gastou 40 milhões de libras (cerca de R$ 300 milhões) em manutenção e aproximadamente 30 milhões de libras (aproximadamente R$ 225 milhões) na modernização de reservatórios. Essas despesas são arcadas pelos usuários dos barcos.
Além disso, as licenças de navegação são caras — elas compõem, aproximadamente, 11% da renda da CRT.
Como é viver a bordo no Reino Unido?
Como mencionado anteriormente, a geografia do Reino Unido facilita a navegação pelos canais. Uma das formas mais comuns de moradia a bordo no país são os narrowboats (um tipo de barco estreito). A embarcação foi desenhada especialmente para caber nas eclusas do país.
Apesar do tamanho, as “casas flutuantes” costumam ter todos os cômodos comuns de uma moradia: banheiro, quarto, sala e cozinha. Além disso, viver a bordo possibilita conhecer vários lugares da Grã-Bretanha.
A equipe de NÁUTICA já mostrou a história de Michaela Cordes, que faz sucesso no Tik Tok ao mostrar sua vida a bordo de um narrowboat, e de Adam Lind e Lauren Coley, que também viralizaram ao exibir o estilo de vida morando em um barco.
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