Bicho-preguiça é resgatado à deriva no mar do Guarujá; veja o vídeo
O animal, avistado entre as praias do Sangava e Cheira Limão, foi recuperado por agentes da patrulha marítima


No calor do verão, não há nada melhor do que se refrescar no mar e deixar a vida te levar. O problema é que um bicho-preguiça levou isso ao pé da letra e acabou à deriva no mar do Guarujá, litoral de São Paulo, até ser resgatado por agentes do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA).
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O animal foi avistado por duas pessoas que navegavam em uma moto aquática e acionaram os guardas — naquele momento, eles realizavam um patrulhamento de rotina, por volta das 15h. Trata-se de um macho-adulto da espécie preguiça-comum (Bradypus variegatus). O caso aconteceu no início do mês.
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Após o chamado, a embarcação da GDA seguiu para a direção indicada. Alguns minutos depois, a equipe encontrou o animal já afastado da costa, entre as praias do Sangava e Cheira Limão. Totalmente isolado da terra firme, o bicho-preguiça foi resgatado com sucesso pelos agentes.
No vídeo, é possível ver que um dos profissionais se debruça no barco e espera o momento certo para pegá-lo. Porém, o bicho-preguiça parecia debilitado, e como não se sabia há quanto tempo ele estava no mar, os guardas o levaram até o Instituto Gremar, que lida com a gestão de fauna, educação ambiental e projetos de pesquisa.


No instituto, ele foi recebido pela equipe veterinária para reabilitação e solto na natureza, em um remanescente de Mata Atlântica no Forte dos Andradas. Conforme a Gremar informou ao G1, o bicho-preguiça estava bem, sem nenhuma alteração clínica.
Sem preguiça de nadar
Por incrível que pareça, o bicho-preguiça é um exímio nadador! Utilizando seus longos braços para se impulsionar e suas garras para se apoiar em galhos submersos, o animal nada até seis vezes mais rápido do que anda em terra. A espécie alcança até 13 metros por minuto na água, enquanto percorre 2 metros no solo no mesmo período.


Segundo o biólogo marinho Eric Comin, a maioria dos mamíferos tem por instinto boiar e nadar, então não afundam — como no caso do bicho-preguiça resgatado. Sendo assim, eles podem entrar em rios e mares para evitar os parasitas do corpo. No entanto, não foi informada uma hipótese para o animal em questão ter ficado à deriva tão distante das praias.
A versatilidade do preguiça não acaba por aí. De acordo com o biólogo, eles têm a capacidade de diminuir a frequência cardíaca para um terço da taxa normal, além de conseguirem prender a respiração debaixo d’água por 40 minutos. Tais habilidades são cruciais para seu habitat natural, nas florestas tropicais úmidas.


Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), os preguiça-de-garganta-marrom (Bradypus variegatus) estão com a população da espécie decrescente, embora a situação seja considerada “pouco preocupante”, conforme a última avaliação realizada em 2012.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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