Teste Triton 410 HT: cabinada versátil na motorização traz tendências que agradam

Embarcação carrega estilo atraente e preza pelo conforto em família, com direito a teto solar e dois camarotes

16/06/2025
Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Estar atento às tendências do mercado é uma das tarefas que um estaleiro deve manter para não ficar para trás. E nisso a paranaense Triton Yatchs não dá margem para comentários. Foi incentivado pelas principais tendências que o estaleiro lançou, durante o São Paulo Boat Show 2023, a Triton 410 HT, uma lancha que logo caiu no gosto dos clientes.

Motivos para já começar popular não faltaram: a lancha tem 12,60 m de comprimento (41,3 pés), um bom padrão de laminação, estilo atraente e interior amplo e bem iluminado. Ideal para quem busca uma cabinada com teto solar para dois casais mais um solteiro em pernoite.

 

Com o modelo, o estaleiro ampliou sua linha de lanchas de 23 a 52 pés — números que o colocam em destaque entre os fabricantes nacionais. Assista ao Teste NÁUTICA:

 

 

 

Antes de embarcar, a Triton 410 HT chama atenção pelo design: suas linhas impressionam positivamente mesmo quem não têm familiaridade com lanchas cabinadas. Tudo parece harmônico e equilibrado. A superestrutura é compacta e tem entradas de ar para os motores quem lembram guelras de tubarão — o que agrega pontos ao visual elegante.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Grandes janelas laterais de vidro, um igualmente amplo para-brisa e o teto solar elétrico (daí a sigla HT, abreviatura do inglês hard-top) marcam a casaria dessa que é a quarta maior lancha do estaleiro. Como era de se imaginar, o barco oferece uma generosa iluminação natural para os ocupantes no salão.

 

Acima da 410 HT estão: Triton 44 Flyer e as vesões flybridge e hard-top dos modelos Triton 470 e Triton 52.

Teste da Triton 410 HT

Um dos destaques está na proa que, apesar de lançada, é larga junto ao convés, o que resulta em aumento do volume interno. Uma das novidades nessa área foi a instalação de um sofá de dois lugares na frente do solário (que é duplo, com encostos reclináveis).

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Há também um banco de madeira sextavado no bico de proa. Com tudo isso, a área se transforma em um pequeno lounge, onde até seis pessoas podem se acomodar e interagir de uma maneira relaxada, protegidas por um guarda-mancebo de bom tamanho, feito de aço inox.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

No cockpit, a bombordo, paralelo ao caprichado posto de comando com banco duplo, foi instalado sobre um grande móvel de fibra uma espécie espreguiçadeira. Embora ocupe um bom espaço no salão e destoe um pouco do arranjo geral do ambiente, ele serve para aumentar o pé-direito do único banheiro da lancha, no convés inferior, que chega a 1,89 m de altura na entrada.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

No salão, a altura varia entre 1,79 m junto à porta entrada e 1,90 m. Tem um sofá em L a boreste para três ou quatro pessoas, com mesa de centro e outro sofá menor a bombordo, este para duas pessoas. Opcional no salão, o ar-condicionado é uma boa pedida para os dias quentes do verão.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

O posto de comando, com 1,70 m de pé-direito, está equipado com poltronas individuais para o condutor e um acompanhante. Um monitor multifunção de 12 polegadas com GPS e sonda ocupa o centro do painel, mas há espaço para outro monitor do mesmo porte, se o proprietário optar por instrumentação totalmente digital. Timão, manetes e botões de controle da parte elétrica estão à mão do condutor.

 

A visibilidade do piloto para a proa é boa, desde que os encostos dos solários estejam abaixados e que nenhuma defensa esteja em pé nos respectivos suportes embutidos no guarda-mancebo na proa. O guarda-mancebo, junto as bochechas da lancha, é um lugar prático para deixar as defensas — mas não com o barco navegando.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Entre o salão e a parte traseira da lancha há uma porta dobradiça de vidro com estrutura de inox, com lâminas distribuídas para os dois bordos, para não prejudicar o equilíbrio do casco.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Na praça de popa, com 1,20 m de comprimento, o sofá em L com mesa no centro acomoda até quatro pessoas nas refeições ao ar livre. Um armário do tipo cristaleira para guardar copos e taças e outro para proteger a chave geral e a tomada de cais completam o ambiente.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

A plataforma de popa, com 1,81 m de comprimento e espaço gourmet, é fixa. Na unidade testada por NÁUTICA, estava revestida com EVA (item opcional, mas altamente recomendado tanto pela estética quanto pela praticidade que oferece, pois evita escorregões e é fácil de manter). No espaço gourmet, a churrasqueira a carvão é opcional, assim como a churrasqueira elétrica.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Homologado para até 14 pessoas, o convés superior não é tão grande, embora seja fluido e bastante confortável. Em compensação, o convés interior da Triton 410 HT é espaçoso, encaixando-se como uma luva nas necessidades de uma família que procura uma lancha propícia a viagens curtas de fim de semana, com pernoites confortáveis para até cinco pessoas.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

A cabine, com altura máxima de 2,05 metros, tem um camarote fechado na proa, com 1,74 m de pé-direito na entrada e cama de casal a boreste. Também há outro camarote aberto (com fechamento opcional) na meia-nau, com cama para acomodar duas pessoas e, claro, com pé-direito menor (apenas 0,85 m), já que este ambiente fica debaixo do convés do salão.

 

Na sala, o sofá longo para quatro pessoas pode ser convertido em uma cama de solteiro. Com isso, cinco pessoas podem dormir a bordo.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

O banheiro tem box fechado (0,84 m x 1,05 m) independente com 1,78 m de altura e vigia com abertura para entrada de ar. O acabamento, porém, é um pouco simples, ao menos na unidade testada por NÁUTICA, na qual o proprietário optou por deixar o piso na fibra, em vez de revesti-lo com EVA.

 

Na cozinha, há gavetas e armários para guardar utensílios e mantimentos, um fogão elétrico por indução de duas bocas (na unidade testada por NÁUTICA faltaram as travas para as panelas não saírem do lugar devido ao balanço natural do barco na água), um micro-ondas de 28 litros e uma geladeira náutica de 12 V e 70 litros da Elber, equipamento resistente e durável, ideal para ser usado a bordo.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

A cabine vem de fábrica com ar-condicionado de 16 mil BTU, bem como sensor de monóxido de carbono. A luz natural ilumina o ambiente tanto pelo para-brisa quanto pelas janelas laterais. Ainda assim, sentimos falta de vigias nos camarotes e na sala.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

No compartimento dos motores, também conhecido como “casa das máquinas”, o pé-direito é de 0,67 m. Aprovamos o espaço para fazer a manutenção de rotina nos motores e a qualidade geral da montagem, com cabeamento elétrico e a rede hidráulica bem organizados. Uma manta acústica ajudaria a reduzir o nível de ruído, que não chegou a ser alto neste barco.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Extintor de incêndio com acionamento manual é item de série. Os tanques de combustível, porém, poderiam ser de metal, alumínio ou aço inox, em vez de polietileno, como é o caso. Não que seja proibido usar tanques de plásticos apropriados à gasolina em lanchas no Brasil, mas os tanques metálicos são mais resistentes e podem ser certificados.

Navegação da Triton 410 HT

Hora de acelerar? Sim! Mas antes, é necessário ressaltar a versatilidade dessa lancha na motorização, que pode ser diesel ou gasolina, de popa ou centro-rabeta.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Entre as várias versões, a Triton 410 HT pode ser equipada com dois motores a gasolina V8 da Mercury de 380 hp cada, configuração que agrada quem deseja economizar um pouco no custo final e não faz questão de longa autonomia — foi essa a versão utilizada na unidade testada por NÁUTICA.

 

Especialmente para navegar em grandes represas, proprietários de lanchas procuram cada vez mais embarcações movidas à gasolina, mesmo na faixa dos 40 pés de comprimento. No mar, para este tamanho de barco, a maioria ainda prefere os motores diesel, embora os a gasolina estejam cada vez mais presentes em água salgada.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Navegamos com a 410 HT no grande reservatório de Promissão, perto da cidade de Sales, no noroeste de São Paulo. Na manhã do dia do teste, ventos com rajadas na casa dos 18 km/h (10 nós) geraram ondas baixas e curtas, na superfície geralmente tranquila dessa represa, o que nos obrigou a reduzir um pouco a velocidade.

 

Mas nada que comprometesse a capacidade do casco de cortar ondas, mesmo quando encaramos as vagas de proa. Para sorte do teste, logo os ventos amainaram. Foi quando fizemos as medições a cada 500 rpm, a partir de 2500 rpm, regime no qual a lancha com os dois musculosos motores de centro-rabeta V8 a gasolina de 380 hp cada já estava planando.


A faixa ideal para navegar com este conjunto casco-motor, em termos de autonomia, é entre 3.500 e 4.000 rpm, com velocidades entre 21,7 e 28,5 nós e alcance de até 184 milhas (341 km) em águas calmas, sem vento, com os tanques cheios e com a lancha à meia carga.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

A 5100 giros, a velocidade máxima foi de 38,5 nós, com aceleração até os 20 nós de 10 segundos — números que agradam tratando-se de uma lancha de passeio cabinada na faixa dos 40 pés, e que permitem desempenho com certa esportividade.

 

Vale saber que neste conjunto é preciso manter as rabetas sempre abaixadas e usar bastante os flapes, 100% do curso até os 4.000 rpm, para abaixar mais a proa e, assim, obter o melhor rendimento. Alguns barcos precisam mais dos flapes que outros, lembrando que esses dispositivos são itens de série nesta lancha — o que é bom.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Com boa entrega em relação ao preço de venda, a partir de R$ 2,2 milhões, a Triton Yachts é um estaleiro que costuma cativar seus clientes. Por isso é comum ver proprietários de lanchas mudando de um modelo menor para um maior, para não sair da marca.

 

Na versão testada por NÁUTICA (com motorização a gasolina e vários equipamentos opcionais), o preço estimado é de R$ 2,5 milhões. A avaliação foi feita com dois motores de centro-rabeta a gasolina Mercury 8.2 Mag de 380 hp cada, ar-condicionado 16 mil BTU e gerador Netuno 6,2kVA.

Foto: Victor Santos / Revista Náutica

Enfim, é uma lancha bonita, moderna e desejada, que atesta a evolução contínua do estaleiro paranaense, fundado em 1984, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, que já conta com cerca de 2 mil lanchas entregues. A dica é: acostume-se com a Triton 410 HT, pois ela se tornará frequente em nossas águas.

Saiba tudo sobre a Triton 410 HT

Pontos altos

Preço atraente;
Estilo atraente;
Veloz com motor a gasolina;

Pontos baixos

Tanques de combustível de plástico;
Ausência de trava para panelas no fogão;
Faltam vigias nos camarotes.

Características técnicas

  • Comprimento máximo: 12,60 m (41,3 pés);
  • Boca: 3,70 m;
  • Calado com propulsão: 1,10 m;
  • Ângulo do V na popa: 17 graus;
  • Borda-livre na proa: 1,39 m;
  • Borda-livre na popa: 1,00 m;
  • Peso: 9.500 kg;
  • Tanques de combustível: 1050 litros;
  • Tanque de água: 450 litros;
  • Capacidade (dia): 14 pessoas;
  • Capacidade (noite): 5 pessoas;
  • Motorização: popa ou centro-rabeta;
  • Potência: 2x 320 a 400 hp (centro-rabeta) / 2 x popa de 400 hp cada ou 3 x popa 300 hp cada.
Foto: Revista Náutica

 

 

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