Orcas caçam em duplas para comer mais rápido, revela estudo na Noruega
Pesquisadores registraram o comportamento com drones e observaram padrão em tática eficiente


Há quem prefira companhia na hora de fazer uma refeição — e esse comportamento parece ser popular entre as orcas. Um novo estudo mostrou que esses cetáceos caçam em duplas para aumentar o sucesso na captura de presas. A descoberta foi feita por cientistas que acompanharam a dinâmica de alimentação das chamadas “baleias assassinas” no norte da Noruega.
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Utilizando drones para registrar o comportamento dos animais em águas rasas, os pesquisadores conseguiram observar, de forma não invasiva, como as orcas (Orcinus orca) se organizam durante a caça de arenques — pequenos peixes que nadam em grandes cardumes, essenciais na dieta desses predadores.


O estudo, liderado por Paolo Domenici, do Instituto de Biofísica do Conselho Nacional de Pesquisa em Pisa, na Itália, revelou o padrão surpreendente de que as orcas preferem atuar em pares fixos e com funções bem definidas. A pesquisa analisou 26 desses animais durante uma semana de inverno, entre 2016 e 2017.
Parceria de longa data
Em cada dupla, uma orca assumia o papel de atacante, enquanto a outra servia de ajudante. Os papéis não se invertiam e os pares se mantinham estáveis — geralmente formados por um animal maior e mais velho com outro menor, possivelmente um parente.


A coreografia da caçada era precisa: o ajudante se posicionava de barriga para cima, ambos mantinham ângulos e distâncias constantes e, no momento certo, davam os chamados “tapas” nos peixinhos seguindo o mesmo padrão. O resultado? Muito mais peixes em menos tempo, com a refeição sempre dividida entre os dois.


As orcas solitárias, por outro lado, capturavam menos presas e levavam mais tempo para se alimentar. A vantagem da caça em dupla, portanto, não era só em eficiência, mas também em cooperação e economia de esforço.


Cooperação sofisticada
Publicado em julho na revista científica Current Biology, o estudo é um dos primeiros a documentar esse tipo de caça cooperativa estruturada entre orcas, pontuando detalhes como distâncias e ângulos seguidos no comportamento de caça.


Os cientistas identificaram padrões como coordenação espacial, divisão de tarefas com especialização de papéis, preferências por parceiros fixos e partilha justa do alimento.
Segundo Domenici, entender esse comportamento é essencial para proteger a espécie. “Precisamos saber qual é o comportamento regular para podermos protegê-las”, disse o pesquisador à Science News. Ao mapear padrões naturais, os cientistas conseguem avaliar melhor os impactos da atividade humana sobre esses gigantes do mar.
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