Teste Ross SLR260 Fusion: lancha tem bom espaço no cockpit e potencial enorme
Embarcação vem equipada com banheiro, mesmo tendo a proa aberta. Navegação se destaca por ser rápida, firme e segura


A Ross Mariner entrou no mercado em 2015 com o objetivo de produzir lanchas de entrada com motorização de popa. O sucesso dos modelos fez com que o estaleiro avançasse de faixa, investindo em barcos maiores. Assim nasceu a Ross SLR260 Fusion, de 26 pés, que integra a linha Sport Luxo Ross — daí as letras que a embarcação carrega em seu nome.
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Levamos a Ross SLR260 Fusion de proa aberta, que se tornou um dos sucessos da marca, para navegar em um dia de mar não muito calmo no Canal de São Sebastião, em Ilhabela.
Já no embarque, chama atenção a generosidade da plataforma de popa, de 1,10 metro de comprimento, com muito espaço livre para movimentação, em consequência da motorização de centro-rabeta.


Embora não tenha um móvel gourmet — como acontece nas lanchas de porte maior — , o modelo já vem com base de inox no piso para fixação do suporte de churrasqueira a carvão removível (item opcional) e com um chuveirinho bem à mão.


A escada para quem volta da água, fixada a boreste, tem quatro degraus, como deve ser. E ainda há um sofá de três lugares na entrada do cockpit voltado para o mar, com encosto móvel, conversível em solário. A estrutura se soma à plataforma de popa, tornando o espaço ainda mais agradável.


Em tempo, a flexibilidade na configuração tem tudo a ver com o jeito brasileiro de curtir a vida a bordo ao ar livre quando o barco está parado: tomando banho de sol e aproveitando a água.
O projetista caprichou também na distribuição de espaço no cockpit. Os 2,60 metros de largura refletem na possibilidade de acomodar até 11 pessoas durante o dia, embora o ideal sejam 8. Ou seja, é possível levar a família inteira para passear.


A área de convivência conta com um grande sofá em L, a bombordo, e outro menor a boreste – ambos com assentos profundos e encostos bem estofados. Sob os bancos, sobram paióis para guardar cabos, defensas e até uma caixa térmica (mas esta, em um lugar fixo).


No centro, a mesa de madeira com três porta-copos tem o tampo chanfrado e sem cantos vivos, evitando acidentes e facilitando a circulação. O piso de EVA — característico em lanchas de pequeno e médio porte — é nivelado de proa a popa, o que ajuda na sensação de conforto ao se acomodar no cockpit.


O tanque de combustível tem capacidade para 230 litros e fica no centro, praticamente sob a mesa. Contudo, falta uma tampa de acesso ou um tipo de janelinha que permita visualizá-lo sem a remoção do piso.


Na unidade testada por NÁUTICA, a lancha estava equipada com um capota de lona fixada na targa de fibra, que, por sua vez, tem várias caixas de som e luzes de LED, que produzem uma iluminação confortável.


Outros itens de série são um pequeno móvel com pia, porta-copos, geleira, lixeira e móvel do tipo cristaleira, com espaço para muitas taças e meia dúzia de garrafas. Os pega-mão, curvados e em inox, têm fitas de LED ao redor. Embora em bom número, ainda caberiam mais dois na passagem entre o banheiro e a proa.


A propósito, o acesso à parte da frente do barco feita por uma passagem lateral a bombordo e com luzes de cortesia, é outro ponto de destaque. Não há degraus nem portinholas para vencer, o que torna a circulação muito fácil. Basta apenas levantar parte do para-brisa para passar.


Conforto em todos os detalhes
Na proa, a amurada alta — ou altura dos bordos — garante uma navegação muito mais seca e segura, mesmo em mar aberto. E ainda há guardas-mancebos robustos em inox com dois porta-varas, para quem desejar alternar passeios com pescarias.


A caixa de âncora está equipada com guincho elétrico (item opcional, mas não muito comum em lanchas desse porte), que facilita muito a vida na hora de fundear. Ao lado, ainda dentro dessa caixa, fica o bocal para entrada de água doce no tanque de 140 litros. Os cunhos de amarração são de aço inox.


Os sofás têm um desenho inteligente, com ótimo apoio para as costas independente do lado que o passageiro estiver. Tudo isso cercado de itens de conforto, como porta-copos (distribuídos por toda parte, com iluminação em volta), luzes de cortesia e dois alto-falantes opcionais.


O projeto é feliz também no posto de comando. O assento do banco de pilotagem vem com rebatimento, oferecendo uma visibilidade muito boa, tanto para os lados quanto para o painel de instrumentos e a bússola. O para-brisa, de vidro temperado escurecido e alumínio anodizado, protege o piloto e não atrapalha a visão. O volante é retrátil.


Os interruptores estão à mão e as telas digitais tornam a navegação mais intuitiva. A chave-geral do barco fica a boreste, abaixo do manete do acelerador, quase na altura do pé do piloto. O que falta é uma tampa — talvez de acrílico — para protegê-la da água.


Agora no que se trata de itens de conforto, há um aparelho de som potente, bons apoios para os pés, porta-trecos e saída USB para recarregar celulares.
Ao lado do posto de comando, fica o banheiro embutido. Acima dele fica um aparador de fibra com porta-copos vazados. O banheiro tem pé-direito de 1,54 metro, vaso sanitário elétrico, guarda-objetos, espelho, lixeira, iluminação em LED, vigia com abertura para ventilação e, para finalizar, pia com torneira e ducha com água pressurizada.


A porta de entrada do toalete é feita em acrílico, no estilo de correr, e tem puxador e fechadura. Quanto ao acabamento interno, em vez da fibra aparente o espaço vem com revestimento em tom de cimento queimado, com toques de linho italiano. Nem parece o banheiro de uma lancha de 26 pés de proa aberta.


Na caixa de luz, que fica na parte interna, é nítido o bom nível das instalações elétricas, com fios codificados, o que é um ponto positivo, no entanto seria ainda melhor se os cabos elétricos fossem estanhados e certificados.


Debaixo do sofá de popa fica o compartimento do motor. A tampa do espaço tem manta térmica e é bem macia no manuseio, graças a um conjunto de amortecedores. Há bastante espaço para a manutenção do motor de centro-rabeta Mercury, que pode ser V6 de 250 hp ou V8 de 300 hp.
Design inteligente, navegação prazerosa
No teste de mar, a Ross SLR260 Fusion estava equipada com um motor de centro-rabeta a gasolina Mercury 4.5 V6 de 250 hp, acoplado a rabeta de hélices contra-rotantes Bravo 3, com relação de transmissão de 2,2:1 e hélices passo 22,5”. A bordo estavam 4 pessoas, 230 litros de combustível e 140 de água. Ainda assim, a lancha impressionou positivamente.


Motor engatado, com 2.500 rpm ela começa a planar. Com 3.000 rpm, chega a quase 19 nós. Um pouco mais de motor, aos 3.500 giros, navegamos a 25 nós. Aos 4.000 rpm, 29 nós, sem caturrar. Isso demonstra que o barco foi, de fato, bem construído.
Vamos então ao extremo: 4.590 rpm. Nesse regime de rotação, alcançamos 34,6 nós de máxima, na média, uma boa marca para o conjunto casco-motor. Ficou a sensação de que a velocidade final poderia ser ainda um pouco maior, se não fossem as condições adversas do mar.


Na aceleração, a Ross SLR260 Fusion foi da marcha lenta aos 20 nós (37 km/h) em 7,3 segundos, performance padrão para um barco desse porte com motorização de centro-rabeta. Não bastasse a rápida aceleração, fez curvas acima de 30 nós com boa agilidade e sem derrapar nadinha, perdendo apenas 1,5 nós.


Além disso, o casco se mostrou estável com os 2,57 metros de boca, não tendo causado qualquer grande impacto, nem respingado. O cockpit se manteve sempre seco — qualidades que contam muitos pontos em uma lancha de passeio.


O estaleiro oferece a opção de um motor V8, também a gasolina, de 300 hp. A potência maior, porém, só é recomendada para quem faz questão de muita velocidade.


Saiba tudo sobre a Ross Marine 260 Fusion
Características técnicas
- Comprimento máximo: 8,08 metros (26,5 pés);
- Boca: 2,57 metros;
- Calado com propulsão: 0,95 metro;
- Ângulo do V na popa: 21°;
- Borda-livre na proa: 0,96 metro;
- Borda-livre na popa: 0,96 metro;
- Peso: 1.800 kg*;
- Tanques de combustível: 240 litros;
- Capacidade de água: 140 litros;
- Pessoas/dia: 11;
- Motorização: um motor de centro-rabeta a gasolina de 200 hp a 300 hp.
*Peso aproximado da lancha com um motor a gasolina de centro-rabeta Mercury 4.5 V6 de 250 hp e equipamentos padrão, considerando tanques vazios e ninguém a bordo.
Quanto custa
- R$ 329 mil, com motor 4.5 V6 com rabeta Alpha I;
- R$ 339 mil, com rabeta Bravo 3.
Pontos altos
- Casco corta bem as ondas;
- Bom arranjo do cockpit;
- Plataforma de popa grande.
Pontos baixos
- Chave-geral sem proteção;
- Acesso ao tanque de combustível limitado;
- Faltam pegadores no cockpit.


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