Após 86 anos, aeronave de pioneira da aviação pode ter sido encontrada no meio do Oceano Pacífico

Imagens de sonar capturaram objeto que pode ser o avião pilotado por Amelia Earhart

02/02/2024
Contorno do que seria o Lockheed Electra, aeronave que Amelia pilotava quando desapareceu. Foto: Deep Sea Vision / Divulgação

Pioneira da aviação, Amelia Earhart foi uma mulher que não só sobrevoou a vida na Terra como deixou por aqui um legado. Seus feitos seguem sem perder a significância e, um deles, responsável por tirar sua vida, acaba de ganhar um novo capítulo. O avião que ela pilotava quando desapareceu, em 1937, pode ter sido encontrado — no coração do Pacífico.

Um grupo de exploração, conhecido como Deep Sea Vision (DSV), acredita ter encontrado o icônico avião da piloto Amelia Earhart, no meio do Oceano Pacífico. A DSV divulgou imagens de um sonar subaquático, onde é possível observar o contorno do que seria o Lockheed Electra, aeronave que Amelia pilotava quando desapareceu tentando dar uma volta ao mundo.

Foto: Deep Sea Vision / Divulgação

A localização exata do achado não foi informada pela DSV, mas o grupo afirma que a aeronave está a mais de 16.000 pés (4.900 metros) debaixo d’água, cerca de 161 quilômetros a oeste da Ilha Howland, entre Austrália e Havaí, onde Earhart esperava reabastecer sua aeronave durante sua aventura.


“Uma das características-chave mais exclusivas da aeronave eram os distintos estabilizadores verticais duplos na cauda”, escreveu Tony Romeo, ex-piloto e CEO da Deep Sea Vision, em um e-mail enviado à Live Science. Tony, aliás, fez uma expedição de US$ 11 milhões (cerca de R$ 54 milhões em conversão realizada em janeiro de 2024) para encontrar o local no fundo do mar.

Descoberta ainda não foi confirmada

As imagens do que seriam o avião de Amelia Earhart foram registradas por um sonar, aparelho usado para mapear o fundo do mar para fins de navegação ou para procurar objetos perdidos. Apesar de especialistas dizerem que os registros são credíveis o suficiente, há grupos que contrapõem a ideia. Um deles é o Grupo Internacional para Recuperação de Aeronaves Históricas (TIGHAR).

 

“Para que as asas de um Electra se dobrassem para trás, como mostrado na imagem do sonar, toda a seção central teria que falhar nas junções asa/fuselagem — e isso simplesmente não é possível”, disseram representantes do TIGHAR em comunicado à Live Science.

Foto: Deep Sea Vision / Divulgação

Eric Terrill, cientista marinho do Scripps Institution of Oceanography, parte da Universidade da Califórnia, em San Diego, Estados Unidos, levanta outro ponto: “as imagens das profundezas extremas onde a Deep Sea Vision capturou a varredura podem parecer pouco claras.”

 

Para defender a descoberta do DSV, Romeu explica que “os dados do sonar aparecerão cada vez mais esticados quanto mais longe o alvo estiver. Por esta razão, as asas parecem estar esticadas ou ‘varridas’”.

Você notará que a cauda também parece ter sido ‘varrida’ pelo mesmo motivo. Se a cauda e as asas estiverem ‘endireitadas’, o formato do alvo se parece muito com o Lockheed Electra– explicou Romeu ao Live Science

O CEO da Deep Sea Vision mencionou ainda que “existe a possibilidade de que seja outra aeronave ou mesmo um avião da Segunda Guerra Mundial. No entanto, não há registo de desaparecimentos de aeronaves nesta área.”

 

A equipe da Deep Sea Vision planeja voltar ao local ainda este ano com uma câmera submarina para investigar mais, de acordo com o The Wall Street Journal.

Amelia Earhart, muito mais que uma pilota

Amelia Mary Earhart foi dada como desaparecida no Oceano Pacífico em 2 de julho de 1937, enquanto tentava realizar um voo ao redor do mundo. Pioneira da aviação dos Estados Unidos, Amelia foi ainda autora de livros como Last Flight (1937) e The Fun of It (1932).

Foto: Lucia Roblego / Divulgação

Defensora dos direitos das mulheres, Earhart foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar. Amelia foi primeira a receber a “The Distinguished Flying Cross“, condecoração militar atribuída a funcionários ou membros alistados das Forças Armadas dos EUA reconhecidos por atos de “heroísmo ou conquista extraordinária” — condecoração que recebeu por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico.

 

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