Depois de atraso de 4 meses, cruzeiro de volta ao mundo parte em viagem inaugural
Previsto para iniciar itinerário em maio, Villa Vie Odyssey precisou de reparos e ficou preso em Belfast, na Irlanda do Norte
O cruzeiro Villa Vie Odyssey, de três anos ao redor do mundo, devia ter partido de Belfast, na Irlanda do Norte, em maio. O barco, contudo, ficou atracado por lá durante incríveis quatro meses para reparos, até finalmente, em 1º de outubro, partir para sua jornada inaugural.
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Ironicamente ou não, Belfast é a cidade onde foi construído o RMS Titanic, navio que naufragou logo em sua primeira viagem, em 1912. A associação dessa história com o Villa Vie Odyssey, contudo, se assemelha em tragédia somente pelos — muitos — problemas enfrentados.
Enquanto o cruzeiro estava longe de explorar seus prometidos mais de 400 destinos, os mais de 100 passageiros do navio que já estavam em Belfast aguardando partida foram transferidos para hotéis locais. Eles puderam aproveitar a cidade e seus arredores com custos bancados pela operadora — ao menos enquanto duraram os recursos. Outros, contudo, voltaram para casa, no aguardo da nova data de partida.
Olhando assim, até parece que foi tudo facilmente resolvido, mas a novela do Villa Vie Odyssey já tem muitos capítulos contabilizados.
Uma jornada de problemas e prejuízos
Depois da Life at Sea Cruises cancelar um cruzeiro de 3 anos e gerar prejuízos milionários, o Villa Vie Odyssey surgiu de ex-funcionários desta primeira empresa, prometendo uma nova viagem ao redor do mundo em maio deste ano.
A jornada finalmente começou em 1º de outubro e deve durar por três anos e meio, passando por 147 países e 425 portos, com estadias de dois a sete dias. Para além da diversão nos destinos, os passageiros do navio contam com diversas comodidades a bordo, como piscinas, hidromassagens e restaurantes.
O Odyssey, contudo, não é um navio novo. E é justamente essa característica que colocou, do lançamento do cruzeiro até agora, tantas pedras no caminho de quem investiu ao menos US$ 110.000 (cerca de R$ 615 mil, em conversão realizada em outubro de 2024) para participar da experiência — comprando ou alugando uma cabine.
Antes chamado de MS Braemar, trata-se de um navio de 1993, adquirido por US$ 13 milhões (quase R$ 72,7 milhões), com planejamento de investir mais US$ 10 milhões (cerca de R$ 55,9 milhões) em reformas. O valor, no entanto, já foi dobrado até então.
De acordo com Mike Petterson, CEO da Villa Vie, a embarcação, quando comprada, já estava parada há dois anos, sem documentação de verificações e reparos recentes.
Ainda segundo o CEO, que disse ter “envelhecido 15 anos” nos últimos quatro meses, o Odyssey foi mantido nos mesmos padrões dos navios novos antes do relançamento. E seria isso, juntamente com a falta de documentação, que resultou nos muitos atrasos.
Para se ter uma ideia, o navio originalmente tinha capacidade para levar até 929 passageiros, número que caiu para 600 com as novas áreas dedicadas ao bem-estar, esportes e socialização.
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