Conheça a história do Barba Negra, um dos mais célebres piratas que já existiu
Entre fósforos acesos no cabelo e saques à colônias, Edward Teach é lembrado até os dias atuais
Ele levou terror pelos mares por apenas três anos (entre 1716 e 1718), tempo suficiente para se converter em um dos mais célebres piratas de sua época, saqueando implacavelmente as colônias inglesas da costa sudeste da América do Norte e do Mar do Caribe. Seu nome? Edward Teach, o Barba Negra.
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Nascido em 1680, em Bristol, na Inglaterra, Edward servia num navio corsário baseado na Jamaica quando decidiu virar pirata, assumindo a identidade de Barba Negra. Para isso, deixou os cabelos revoltos e a barba crescerem e passou a fazer uso de artifícios psicológicos para adquirir respeito e obter uma rápida rendição de suas vítimas.
Entre outras artimanhas, o pirata usava fósforos acesos emaranhados no cabelo para se envolver em fumaça e cheiro de enxofre. Não por acaso, todos tremiam na base ao ver sua bandeira flamular.
A bandeira em questão representava um esqueleto perfurando um coração com uma lança ou, mais provavelmente, um pano preto com uma caveira no centro — o célebre emblema dos piratas.
Dentro de seu arsenal de “guerra psicológica”, pouco antes da batalha ele deixava seus marinheiros acenderem detonadores explosivos falsos, que mantinha enfiados sob o chapéu e a longa barba, obviamente preta.
Em 28 de novembro de 1717, no Mar do Caribe, Barba Negra capturou um navio-negreiro francês chamado Concorde. A embarcação transportava pessoas escravizadas para a Guiana Francesa e estava armada com 14 canhões.
Edward descarregou os membros da tripulação e os escravizados que não quiseram juntar-se aos piratas. Então, reforçou o armamento do navio para 40 canhões e rebatizou-o como Queen Anne’s Revenge (“Vingança da Rainha Anne”, em tradução livre) — o famoso QAR.
Era o que faltava para Barba Negra tornar-se uma lenda. Em seu currículo, ele capturou cerca de 140 navios e espalhou terror, mas (atenção para o detalhe) sem nunca ser cruel com as tripulações adversárias.
Em junho de 1718, o QAR encalhou em um banco de areia na costa da Carolina do Norte. A sorte do pirata Barba Negra parecia ter acabado: seu esplêndido navio estava perdido.
Depois de uma fuga e uma longa perseguição, Barba Negra foi atacado por forças avassaladoras em 22 de novembro. A ofensiva era comandada pelo tenente da Marinha britânica Robert Maynard, que fora enviado pelo governador da Virgínia.
Após uma árdua batalha, Barba Negra foi morto em combate. Seu corpo exibia 25 ferimentos, incluindo cinco de tiros. Dizem que sua cabeça decepada foi presa na ponta do gurupés do navio de Maynard, para desencorajar outros saqueadores dos mares.
O que aconteceu com o navio do Barba Negra?
Depois que o pirata Barba Negra morreu, o seu navio QAR foi engolido pelo mar. A embarcação acabou coberta de corais e escondida dos olhos humanos por quase 300 anos. Em 1996, após extensas investigações, o navio do Barba Negra foi finalmente encontrado, na costa da Carolina do Norte.
Os responsáveis pela descoberta são da Intersal Inc, um grupo de pesquisa privado que opera com permissão do Departamento de Recursos Naturais e Culturais da Carolina do Norte. Os primeiros objetos encontrados foram um canhão e âncoras.
Nos anos seguintes, muitas outras partes do navio do Barba Negra foram descobertas pelo Queen’s Anne Revenge Project, em colaboração com a East Carolina University of North Carolina. Esta associação trata da recuperação, restauração e utilização pelo público do que foi encontrado, e continua a estudar os acontecimentos de três séculos atrás.
O objetivo é desenterrar o que sobreviveu à nave de Edward Teach e descobrir o que realmente aconteceu com o QAR. Foi realmente o erro gigantesco de um comandante experiente como o Barba Negra que fez seu amado navio encalhar? De acordo com os últimos estudos publicados pelo arqueólogo Jeremy Borrelli, a resposta é “não”.
Vale ressaltar que, na época do pirata Barba Negra, as viagens marítimas não eram boas para os cascos de navios de madeira. Bactérias, cracas, parasitas e ondas do mar enfraqueciam as estruturas do barco. Os reparos, então, eram feitos com bainhas de chumbo e pelos de vaca encharcados de alcatrão ou piche para calafetagem.
Esses materiais foram encontrados em grandes quantidades nos destroços do navio do Barba Negra, comprovando que o barco não estava em boas condições quando encalhou. Talvez o QAR já estivesse irremediavelmente perdido e Barba Negra estivesse ciente disso.
Na verdade, depois de perder o navio, ele misteriosamente abandonou parte da tripulação para sair em um pequeno barco, com a maior parte do que havia saqueado. Parecia uma manobra bem planejada. Então, quem sabe, pode ser que o tesouro do Barba Negra ainda esteja em algum lugar. Talvez escondido em alguma ilha deserta, dentro de baús esperando para serem encontrados.
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