A 2 mil metros de profundidade: China terá laboratório submarino
Para estudar fundo do mar, projeto já começou e usa tecnologias de missões espaciais


Enquanto alguns olham para o espaço, a China busca entender melhor o fundo do mar. Para isso, o país está construindo uma estação submarina, que vai funcionar a 2 mil metros de profundidade no Mar da China. As informações foram divulgadas através de um comunicado do Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de Ciências.
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Chamado de Instalação de Pesquisa do Ecossistema de Emanação Fria, o laboratório será tripulado, podendo abrigar até seis pesquisadores por vez em períodos de um mês. A expectativa é de fique pronto dentro de apenas cinco anos, em 2030.
A estrutura está sendo feita a partir de Guangzhou, uma cidade portuária a noroeste de Hong Kong, no rio Pérola, que deságua no sul do Mar da China.


Segundo a Academia Chinesa de Ciências, o projeto do laboratório submarino incorpora tecnologias desenvolvidas em missões espaciais tripuladas e submersíveis de mar profundo, assim como sistemas de suporte à vida feitos para operações de mineração.
Para ampliar as condições de pesquisa, serão construídas cabines de experimentação científica, de navegação e operação e de detecção multifuncional, além de alojamentos e geradores auxiliares.
O grande foco do laboratório submarino
Apesar do interesse em explorar o fundo do mar, esse laboratório submarino tem um foco principal: estudar emanações frias. Esses locais do leito marinho têm fluidos ricos em hidrocarbonetos, liberados a partir de rachaduras no solo oceânico devido a atividades geológicas e mudanças de pressão.
Esses espaços guardam ecossistemas únicos, carregados de microorganismos que se desenvolvem a partir de um processo chamado quimiossíntese — que produz compostos orgânicos a partir de reações químicas inorgânicas, principalmente em bactérias, como as nitrobactérias e ferrobactérias.
As emanações frias fazem parte dos ciclos profundos do carbono e podem gerar recursos biológicos inexplorados. O metano, inclusive, um potente gás do efeito estufa, escapa nesses locais, interagindo com a atmosfera e o oceano.
O projeto do laboratório submarino busca impulsionar pesquisas e desenvolver tecnologias para a indústria, uma vez que estudos no fundo do mar podem revelar mais sobre a vida em ambientes extremos e sobre a extração segura de hidratos de metano, o que ainda beneficiaria a China em sua meta de neutralidade de carbono até 2060.
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