A 2 mil metros de profundidade: China terá laboratório submarino

Para estudar fundo do mar, projeto já começou e usa tecnologias de missões espaciais

26/03/2025
Foto: melis82 / Envato

Enquanto alguns olham para o espaço, a China busca entender melhor o fundo do mar. Para isso, o país está construindo uma estação submarina, que vai funcionar a 2 mil metros de profundidade no Mar da China. As informações foram divulgadas através de um comunicado do Instituto de Oceanologia da Academia Chinesa de Ciências.

Chamado de Instalação de Pesquisa do Ecossistema de Emanação Fria, o laboratório será tripulado, podendo abrigar até seis pesquisadores por vez em períodos de um mês. A expectativa é de fique pronto dentro de apenas cinco anos, em 2030.

 

A estrutura está sendo feita a partir de Guangzhou, uma cidade portuária a noroeste de Hong Kong, no rio Pérola, que deságua no sul do Mar da China.

Foto: Instituto de Oceanologia do Mar da China / Divulgação

Segundo a Academia Chinesa de Ciências, o projeto do laboratório submarino incorpora tecnologias desenvolvidas em missões espaciais tripuladas e submersíveis de mar profundo, assim como sistemas de suporte à vida feitos para operações de mineração.

 

Para ampliar as condições de pesquisa, serão construídas cabines de experimentação científica, de navegação e operação e de detecção multifuncional, além de alojamentos e geradores auxiliares.

O grande foco do laboratório submarino

Apesar do interesse em explorar o fundo do mar, esse laboratório submarino tem um foco principal: estudar emanações frias. Esses locais do leito marinho têm fluidos ricos em hidrocarbonetos, liberados a partir de rachaduras no solo oceânico devido a atividades geológicas e mudanças de pressão.


Esses espaços guardam ecossistemas únicos, carregados de microorganismos que se desenvolvem a partir de um processo chamado quimiossíntese — que produz compostos orgânicos a partir de reações químicas inorgânicas, principalmente em bactérias, como as nitrobactérias e ferrobactérias.

 

As emanações frias fazem parte dos ciclos profundos do carbono e podem gerar recursos biológicos inexplorados. O metano, inclusive, um potente gás do efeito estufa, escapa nesses locais, interagindo com a atmosfera e o oceano.

 

O projeto do laboratório submarino busca impulsionar pesquisas e desenvolver tecnologias para a indústria, uma vez que estudos no fundo do mar podem revelar mais sobre a vida em ambientes extremos e sobre a extração segura de hidratos de metano, o que ainda beneficiaria a China em sua meta de neutralidade de carbono até 2060.

 

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