Com ajuda de superiates, projeto quer identificar 100 mil novas espécies marinhas

Segundo pesquisadores do Censo Oceânico, apenas 10% da vida marinha já foi descoberta

17/05/2023
Foto: Ocean Census / Reprodução

Identificar pelo menos 100 mil novas espécies marinhas é o objetivo do Censo Oceânico, lançado pela The Nippon Foundation e pelo instituto Nekton em abril deste ano. Além disso, a iniciativa oferece para a indústria de superiates a possibilidade de contribuir em pesquisas.

 

O projeto é um esforço colaborativo global de organizações científicas, empresariais, de mídia e da sociedade civil para explorar e catalogar a biodiversidade dos oceanos.

Entre a imensidão dos mares, estima-se que apenas 10% da vida marinha já tenha sido identificada — em outras palavras, cerca de dois milhões de espécies que vivem sob as águas ainda precisam ser descobertas. Segundo a organização do projeto, a frota global de iates privados pode contribuir para a ciência oceânica nessa missão.

A beleza e a diversidade da vida marinha no oceano ainda estão além da compreensão humana – Jyotika Virmani, do Schmidt Ocean Institute, parceiro do projeto

Foto: Ocean Census / Reprodução

Para Rob McCallum, fundador da EYOS Expeditions, curador da Nekton e membro fundador da Yachts for Science, “a comunidade de superiates quer apoiar as causas oceânicas, mas, muitas vezes, não sabe como”.

Como vai funcionar o Censo Oceânico

Segundo o Censo Oceânico, as espécies descobertas em expedições serão enviadas para imagens de alta resolução e sequenciamento de DNA, em uma rede de Centros de Biodiversidade englobando países de alta, média e baixa renda em todo o mundo.

 

Redes de taxonomistas (profissionais que fazem a identificação e classificação de organismos) se conectarão virtualmente para desenhar o que a equipe científica chama de “formas de vida digital”, para completar as descrições das espécies.

Foto: Associated Press & Nekton / Reprodução

Os dados serão adicionados a uma rede de centros de dados em todo o mundo e disponibilizados gratuitamente para cientistas, tomadores de decisão e o próprio público.

 

Nos últimos 200 anos, a taxonomia tradicional tem sido um processo lento e metódico. Para se ter uma ideia, a taxa média de descoberta de novas espécies gira em cerca de 2.000 por ano e permaneceu praticamente inalterada desde o século 19, explicou Alex Rogers, diretor científico do Censo Oceânico.


 

O projeto pretende descobrir 100 mil novas espécies em apenas uma década, já que as revoluções na imagem digital, sequenciamento e aprendizado de máquina permitiriam descobrir a vida marinha rapidamente e em escala.

 

Essa base de conhecimento poderá avançar a compreensão de vários aspectos da ciência, incluindo produção de oxigênio, ciclagem de carbono, produção sustentável de alimentos e evolução da vida na Terra.

 

A urgência de ações para entender o oceano e suas possíveis respostas às mudanças climáticas, bem como seu potencial para mitigar emissões e adaptação por meio de soluções baseadas na natureza, foi destacada pela falta de progresso no aquecimento global detalhado no Relatório do Clima do IPCC 2023.

 

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