Marte influencia oceanos da Terra com “redemoinhos gigantes”; entenda
Ciclos provocados pela interação entre os planetas faz com que as correntes oceânicas profundas fiquem mais vigorosas
Não é novidade que o chamado planeta vermelho se tornou o queridinho dos estudiosos que buscam entender seu funcionamento e identificar semelhanças com a Terra. Mas o que um estudo recente trouxe à tona é que Marte influencia os oceanos profundos do globo azul por meio da formação de “redemoinhos gigantes”.
Casal transforma container de navio em casa aconchegante e sustentável
Tonelero: submarino brasileiro é lançado em evento no Rio de Janeiro
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
A evidência surgiu depois que cientistas das Universidades das de Sydney e Sorbonne — na Austrália e França, respectivamente — analisaram sedimentos coletados nas perfurações de centenas de locais de águas profundas, realizadas ao longo do último meio século, para retroceder ao passado da Terra e compreender a força das correntes oceânicas.
Eles, no entanto, não esperavam detectar um ciclo de 2,4 milhões de anos, responsável por alterar o vigor das correntes do fundo do mar. Ou seja: a cada ciclo, as correntes profundas aumentam e diminuem.
Para Adriana Dutkiewicz, coautora do estudo publicado na revista Nature Communications, só há uma maneira de explicar esses episódios: por meio “das interações entre Marte e a Terra orbitando o Sol”, disse em comunicado.
Como Marte influencia os oceanos?
Os planetas se afetam mutuamente devido a um fenômeno chamado “ressonância”, em que os dois corpos em órbita se aplicam um “empurrão” e uma atração gravitacional.
Na Terra, essa interação resulta em períodos de aumento de energia solar — ou seja, um clima mais quente que, consequentemente, deixa as correntes oceânicas mais vigorosas, segundo o estudo. Os pesquisadores descrevem essas correntes como “redemoinhos gigantes”, capazes de erodir com o fundo do mar e causar grande acumulação de sedimentos.
Inclusive, foi por meio desse acúmulo que os autores desvendaram os redemoinhos. Afinal, em condições calmas, os sedimentos no fundo do mar formam camadas contínuas. Devido às fortes correntes oceânicas influenciadas por Marte, foi possível visualizar claramente as perturbações nos sedimentos.
Vale destacar que, embora os ciclos de 2,4 milhões de anos alterem o aquecimento das correntes, fazem parte de um ciclo natural e não têm a ver com o aquecimento global provocado pelas emissões de gases do efeito estufa.
Efeitos
O estudo sugere que o efeito provocado pela influência de Marte nos oceanos pode ajudar a mitigar alguns impactos do potencial colapso da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC), provocado pelo aquecimento global.
Trata-se de uma circulação oceânica crucial, que transporta água quente dos trópicos para o extremo norte do Atlântico. Sem ela, haveria consequências climáticas catastróficas, como rápida queda das temperaturas em alguns locais, e aumento em outros.
“Nosso trabalho não diz nada sobre o que pode ou não acontecer com a AMOC”, afirma Dietmar Müller, coautor do estudo. “O que queremos dizer é que, mesmo que a AMOC seja encerrada, ainda existem outros processos para misturar o oceano, embora os seus efeitos sejam bastante diferentes.”
Outro temor é de que, sem a AMOC, as águas superficiais ricas em oxigênio deixariam de se misturar com águas profundas, resultando em um oceano estagnado e sem vida. Com a circulação profunda mais vigorosa em águas mais quentes, isso seria evitado.
Os autores concluem a pesquisa afirmando que, por mais incertas que sejam as interações que garantam a dinâmica do oceano no futuro, esperam que seus novos resultados ajudem na construção de melhores modelos climáticos.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Tags
Relacionadas
Parada técnica do cruzeiro Villa Vie Odyssey rendeu a Gian Perroni e Angela Harsany um novo rumo além do programado roteiro mundial de 3 anos
Piloto brasileiro de F1 participou ativamente da construção de seus 3 barcos; um deles, Ayrton jamais conheceu
Novidade teve investimento de R$ 10 milhões e promete centro de eventos, bar rooftop e área vip na Marina da Glória
Essa será a primeira vez que um país africano receberá a competição, que acontece de 1º a 11 de maio de 2025; hexacampeão, Brasil briga por vaga
Animal só foi encontrado sete vezes ao longo da história, o que o torna um verdadeiro enigma para a ciência