Por que “bolha fria” está resfriando parte do Oceano Atlântico?
Enquanto oceanos esquentam pelo mundo, anomalia faz com que parte dele esfrie
Na contramão dos recentes relatos sobre o aquecimento de oceanos pelo mundo, uma mancha chamada “bolha fria” (conhecida como “cold blob”, em inglês), localizada entre o Canadá e a Groenlândia, parece estar contrariando essa tendência.
Vila de 8 mil anos, construída sobre palafitas, é encontrada no fundo de lago na Albânia
Onde de calor extremo transforma mar da Flórida em banheira de hidromassagem
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Mesmo com o mês de julho sendo o mais quente da história recente, os cientistas vêm observando há anos uma estranha bolha fria, responsável por manter as temperaturas do Oceano Atlântico mais amenas e geladas do que o normal.
No mapa térmico compartilhado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), é possível visualizar uma mancha azulada, no norte do Oceano Atlântico. Enquanto isso, o restante do globo está em vermelho, indicando altas temperaturas no oceano.
Mudanças climáticas
Uma das teorias mais aceitas para explicar a bolha fria atribui a anomalia à desaceleração de um sistema oceânico importante: a Circulação Meridional de Capotamento do Atlântico (AMOC, em inglês). O sistema de correntes oceânicas transporta águas quentes dos trópicos até o norte do Atlântico.
Segundo estudo realizado pela Universidade Estadual da Pensilvânia, as mudanças em grande escala nos padrões climáticos podem significar um papel importante na formação da bolha fria.
A mudança na circulação atmosférica é significativa o suficiente para induzir um impacto de longo prazo nos sistemas climáticos – Laifang Li, professora da universidade e coautora da pesquisa.
Além disso, um padrão de circulação atmosférica envolvendo um sistema de baixa pressão perto da Islândia, junto a um sistema de alta pressão perto das ilhas dos Açores — conhecido como Oscilação do Atlântico Norte (NAO, em inglês) — também tem contribuído significativamente para a existência da bolha fria.
Esse efeito influencia a forma como os ventos do oeste sopram no oceano. Segundo Li, durante uma fase do NAO, os ventos sobre o Atlântico Norte subpolar se intensificam, ajudando a explicar o motivo da bolha fria não ser sinal de uma não-existência do aquecimento global – mas apenas uma manifestação da mudança climática.
Quais serão os impactos da bolha fria?
Embora possa ser encarada como uma ferramenta boa contra o derretimento das geleiras no Ártico — e reduzir a temperatura média global — os pesquisadores da Penn State não estão muito otimistas com essas possibilidades, e buscam entender os impactos negativos da bolha fria.
Aumenta a instabilidade na atmosfera e favorece a passagem de tempestades que podem atravessar a bacia oceânica e trazer eventos climáticos extremos para a América do Norte e Europa – Laifang Li, pesquisadora
Além disso, a pesquisadora ainda acrescenta que a bolha fria “pode adicionar outra camada de complexidade às projeções de futuros eventos climáticos de alto impacto”. Por isso, os cientistas consideram importante acompanhar a sua evolução.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Principais projetos estratégicos em andamento, construções do navio polar e de nova fragata serão destrinchadas durante o Rio Boat Show 2024
Marca de combustíveis náuticos premium terá estande interativo na Marina da Glória e será parceira do NÁUTICA Talks
Iate, veleiros, catamarãs, lanchas e botes estarão atracados na Baía de Guanabara, de 28 de abril a 5 de maio
Com dois modelos, especialista em carros de luxo terá estande no famoso Espaço dos Desejos
Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela, e Luiz Guilherme, head de marketing da confederação, falarão sobre o tema no Rio Boat Show