Pane seca: Marinha dá dicas de como prevenir a falta de combustível a bordo
Frequentemente identificada durante as fiscalizações, a situação gera multas e traz risco eminente à vida dos passageiros


O verão está chegando e com ele inúmeros barcos passam a navegar nas águas brasileiras. Nesse momento, um risco recorrente — embora evitável — também ganha força: a famosa “pane seca” (ausência de combustível na embarcação). Não à toa, ainda em meio à primavera, a Marinha do Brasil (MB) já chama atenção para o tema com dicas de como evitá-lo.
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Sair para se divertir com a família e os amigos e não conseguir retornar à costa pode transformar a experiência a bordo em um verdadeiro trauma. Além de um grande percalço, a pane seca traz risco eminente à vida dos passageiros, além de gerar multas.


Ainda assim, segundo a MB, a ausência de combustível a bordo é recorrente nas atividades de esporte, recreio e turismo náutico, sendo uma das ocorrências mais frequentes identificadas durante as fiscalizações. Tudo isso por uma causa simples: a falta de planejamento.
Quem se planeja, se protege
Negligenciar o planejamento de uma viagem vai muito além de não cumprir horários ou abandonar o check-list. No caso da pane seca, o condutor costuma se basear exclusivamente nos marcadores de nível de combustível, especialmente aqueles que desconhecem o consumo real dos motores de seu barco ou não levam em conta fatores externos, como correnteza e carga embarcada.
Manutenções precárias ou tanques improvisados — o famoso “gato” — também deixam o navegador jogando contra o próprio time.
A Encarregada da Divisão de Inspeção Naval e Vistorias da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ), Primeiro-Tenente Camilla Marçal do Nascimento, ressalta as orientações previstas nas Normas da Autoridade Marítima (NORMAM), que recomendam a utilização da “regra de um terço” no cálculo do combustível. Ela ressalta que a pane seca é uma ocorrência evitável.
Trata-se de uma infração à segurança da navegação e essa negligência pode levar a autuações, multas e na abertura de um inquérito administrativo– destaca
Fica a dica!
Você já ouviu falar da “regra de um terço”? Essa é uma das orientações previstas nas NORMAM e destacada pela Primeiro-Tenente. Nela, recomenda-se “um terço de combustível para a ida, um terço para a volta e o restante como reserva de segurança.” Orientações adicionais ainda incluem:
- Conhecimento profundo sobre a embarcação: entender o consumo exato do motor;
- Reabastecer antes de sair: não confiar apenas no nível do tanque;
- Levar em conta os fatores externos que afetam diretamente o consumo: vento, maré, correnteza e peso da carga;
- Revisão completa: antes de cada saída, verificar todo o sistema de combustível (mangueiras, filtros, conexões), o motor (óleo, correias, refrigeração) e o sistema elétrico.
A MB ainda reforça a importância do aplicativo NAVSEG (disponível para Android e IOS), ferramenta oficial da Marinha, para o registro do plano de viagem. O sistema permite à Autoridade Marítima o acesso prévio a informações sobre a rota planejada, o número de pessoas a bordo e o tempo estimado de retorno, o que agiliza o resgate em caso de emergência, como a pane seca.
Deu pane seca? Saiba o que fazer
Caso as medidas preventivas não sejam tomadas e a embarcação registre pane seca, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) orienta que a prioridade seja a segurança da tripulação e dos passageiros a bordo. As principais recomendações são:
- Faça com que todos a bordo coloquem os coletes salva-vidas;
- Caso a profundidade no local permita, lance a âncora para evitar que a embarcação fique à deriva;
- Comunique a emergência através da sinalização com luzes e apitos;
- Acione a Marinha do Brasil pelo rádio VHF, no canal 16, ou pelo telefone 185, disponível 24 horas;
- Se estiver usando o NAVSEG, a Marinha do Brasil terá condições de agilizar o resgate.
Enquanto aguarda o resgate, é recomendado ainda economizar bateria, atualizar a posição da embarcação e manter a tripulação e os passageiros calmos. Vale destacar que o uso de galões de combustível extra é desaconselhado pela MB devido aos riscos de manuseio e armazenamento. Apenas tanques portáteis homologados são admitidos em embarcações de esporte e recreio.
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