Histórico: Navio-Veleiro Cisne Branco tem primeira mulher praça na tripulação
Aos 20 anos, Anna Carla atua na embarcação desde abril de 2025. Conheça a história!


O universo náutico está cada vez mais feminino! Uma prova viva desse movimento é Anna Carla Azevedo Moraes Pires, uma jovem de 20 anos natural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ), que se tornou a primeira mulher praça da história do Navio-Veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil (MB).
Navio-veleiro Cisne Branco confirma presença na Refeno; faça sua inscrição
Compostos marinhos contra o câncer: cientista da Marinha ganha prêmio por pesquisa
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Desde abril deste ano servindo na tripulação do barco, a militar formada atua como braço direito do contramestre — profissional responsável pelo funcionamento dos aparelhos de manobra do convés. O trabalho exige atividades como, por exemplo, escalar mastros de até 46 metros.


Preciso conhecer cada detalhe do meu mastro e garantir que todas as atividades, como a dobradura das velas, sejam executadas com precisão– explicou Anna Carla à Agência da Marinha
Por mais exigente e responsável que seja, a praça garante que está vivendo um sonho — principalmente pelo simbolismo de, mesmo tão jovem, ser a primeira mulher a ocupar tal função no histórico Cisne Branco.
Sinto muito orgulho. Não apenas por estar aqui, mas por servir de inspiração para outras mulheres da minha geração acreditarem que também podem alcançar esse sonho– revelou a praça
Inclusive, a meta de trabalhar no histórico Navio-Veleiro não vem de agora. Para a Agência da Marinha, ela conta que conheceu o barco durante sua formação como militar, em Itajaí (SC), e prometeu para si mesma que retornaria ao Cisne Branco não como visitante, mas tripulante.


Vale ressaltar que esse não é primeiro desafio de Anna Carla na carreira militar. Com pouco mais de dois anos a serviço na Marinha, ela serviu a bordo do navio de escolta Fragata “Defensora” (F41), sendo essa a primeira experiência a bordo da jovem nas Forças Armadas.
Visualizo uma carreira estável, porque gosto do que faço. Também desejo formar uma família e sentir-me realizada tanto como militar quanto como pessoa– contou a marinheira à Agência da Marinha
Está no sangue
Se engana quem pensa que a primeira mulher praça da história do Cisne Branco está sozinha na vida militar. A atual marinheira cresceu num ambiente familiar propício para a sua atual formação: dois irmãos serviram as Forças Armadas, sendo um pelo Corpo de Fuzileiros Navais e outro no Exército.


Com incentivo familiar, seu objetivo profissional estava traçado. Para alcançá-los, ela direcionou o foco de estudos aos conteúdos exigidos nos concursos de ingresso à Marinha do Brasil. “Tive meus estudos interrompidos na pandemia e enfrentei dificuldades financeiras para continuar estudando, mas nunca desisti”, relembra.
Depois de muito esforço, a marinheira alcançou o seu grande objetivo e, de quebra, ainda abriu as portas para mais mulheres atuarem como praças no Cisne Branco. Um novo capítulo foi escrito pela militar, que aconselha as jovens que querem ingressar na mesma carreira:
Estudem com dedicação. A vida a bordo impõe desafios, mas também oferece grandes recompensas


Segundo a Agência da Marinha, a tripulação do Cisne Branco conta com outras três mulheres: duas oficiais e mais uma praça, além de Anna Carla.
Um barco histórico
Estar a bordo do Cisne Branco como tripulante é algo para poucos. Afinal, se trata da embaixada flutuante do Brasil, que representa o país mundo afora e carrega 25 anos de história, mais de 30 nações navegadas e aparições em regatas, festivais e eventos náuticos. Não à toa, a embarcação é um símbolo da Marinha.


Imponente, o navio-veleiro ostenta 76 metros de comprimento, com direito a 25 velas brancas que encantam a todos que a observam. Não faltam itens históricos dentro deste ícone, a exemplo de candelabros do século 19 e lustres que eram preenchidos com óleo de baleia para iluminar o espaço.
O Cisne Branco também tem papel de destaque na formação de militares — como a Anna Carla. A embarcação tem uma tripulação fixa composta por cerca de 60 profissionais que auxiliam na formação de trabalhadores para as Forças Armadas, como Aspirantes da Escola Naval, alunos do Colégio Naval e Aprendizes-Marinheiros.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Em cinco episódios, produção recria tragédia e desdobramentos em busca de justiça
Brasil apresenta duas embarcações movidas a hidrogênio que ficam como herança tangível da conferência: o BotoH2 e o JAQ H1
Conhecida como “Airbnb” dos barcos, empresa de aluguel de embarcações é parceira oficial do evento, onde consolidará sua entrada no mercado de vendas
A bordo do famoso “Veleiro-Escritório”, ele deu volta ao mundo, inspirou velejadores e abriu as costas e rios do Brasil para o resto do globo
Fundador da Flexboat, Jaime Alves fez dos barcos infláveis um símbolo da náutica brasileira. O empresário morreu aos 72 anos




