Teste FS 355: um novo padrão de design, luxo e conforto do estaleiro catarinense
Com visual moderno, cabine sofisticada e acabamento superior, a lancha dá o seu maior espetáculo navegando


Concebida para ser um modelo global, com acabamento mais refinado, a FS 355 caiu no gosto de público e crítica, transformando-se em uma das atrações do momento. Logo, a recepção positiva já era esperada desde quando a FS Yachts fez a apresentação dessa lancha à imprensa e convidados, em uma cerimônia especial, em Florianópolis, realizada dias antes do lançamento para o público no Rio Boat Show.
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Com ela, o estaleiro catarinense, com sede na cidade de Biguaçu, estabelece um novo padrão de design, luxo e performance para a marca, em atividade desde 1998, com milhares de barcos na água.



É uma lancha criada com muita paixão, muita vontade de evolução e mudança. É o espelho do que a FS Yachts está se tornando hoje– Almiro Thibúrcio, sócio proprietário do estaleiro
Depois de visitá-la no estande do estaleiro, na Marina da Glória, aproveitamos uma manhã ensolarada do outono carioca para conferir o desempenho da FS 355 nas águas, dentro e fora da Baía de Guanabara. Confiante no produto, eles não hesitarem em nos oferecer a unidade número 1 para fazer o teste. E ficamos surpresos com o que vimos. Tanto atracada quanto em navegação.
Com 10,80 metros de comprimento (35,43 pés) e 3,50 m de boca, a FS 355 é uma lancha de proa acessível, com solário protegido, sem perder o conforto de uma grande cabine. O cockpit, homologado para 14 pessoas, oferece recursos para um day use amplo.


A começar pela área de popa (no modelo testado, estava revestida com madeira teca), que traz o requinte de uma abertura lateral da murada (ampliação do convés), a boreste, somando-se à plataforma de popa muito bem aproveitada.


O pulo-do-gato para ganhar espaço foi a instalação de um sofá com encosto facilmente desmontável, com a frente voltada para a praça de popa e a parte de trás, para o mar, ocupando o lugar normalmente reservado ao móvel gourmet, que foi deslocado para o cockpit.
Como o encosto é móvel, como blocos de montar, o usuário pode removê-lo e transformar o sofá em um segundo solário (o outro fica na proa), entre outras possibilidades. E ainda há uma geleira na cabeceira do sofá, a bombordo.
Essa flexibilidade na configuração tem tudo a ver com o jeito brasileiro de curtir a vida ao ar livre a bordo quando o barco está parado, tomando banho de sol e curtindo o contato com o mar.


Na plataforma de popa, a escada para quem volta da água tem de quatro degraus e fica voltada para boreste, evitando a proximidade dos motores.


Além disso, o piso do centro da plataforma de popa abre, para o levantamento dos motores, que, recolhidos, ficam inteiramente fora da água.
No cockpit, protegido por uma capota do tipo T-top com excelente altura (ninguém bate a cabeça na cobertura de fibra), há um grande sofá com formato de J, entre ré e bombordo, e uma pequena extensão a boreste.


Pelo menos sete pessoas podem se acomodar ali, sem apertos. Ou até nove, apertando um pouquinho. E ainda há dois lugares ao lado do piloto no posto de comando, que tem assento triplo.
A mesa de centro tem base de inox e tampo de teca rebatível, sobre o qual se distribuem oito porta-copos. O móvel gourmet, a boreste, tem acabamento impecável em Corian e conta com churrasqueira com grelha elétrica (com botão corta-corrente ao lado, para evitar incêndio), pia, porta-trecos, geladeira de gavetas e geleira.


Mais à frente, a bombordo, há outra geleira e um nicho (porta-trecos) com porta-copos ao lado.
O banco do piloto tem assento rebatível, além de regulagem de altura. No painel, as duas telas de 12 polegadas cada estão bem-configuradas e toda botoeira está à mão, assim como o comando do guincho, o Zipwake (sistema automático de flaps) e o joystick.


E não faltam aqueles itens que todo mundo exige hoje numa embarcação, como porta-celular, saída USB e porta-copos.


A posição de pilotagem com o comandante sentado é das melhores, com ótima visão tanto da proa como das laterais. Mas, com o piloto em pé (especialmente para pessoas com altura de 1,95 m), o espaço entre o assento dobrado e o timão é um pouco apertado (ficou meio “seja breve”), embora o volante seja escamoteável. Nas próximas unidades, certamente, o estaleiro melhorará essa ergonomia.
O acesso à proa é feito por uma passagem lateral, a bombordo, com a subida de dois degraus. Para isso, é necessário abrir a uma portinha de fibra e levantar parte do para-brisa (que na unidade testada por NÁUTICA era de acrílico, mas nas próximas será substituído por vidro temperado, que oferece uma visão mais nítida e precisa).


Por seu uma lancha cabinada e, ao mesmo tempo, de proa aberta, a FS 355 oferece melhor aproveitamento de espaço na parte da frente. O solário, cercado de caixas de som e de porta-copos, acomoda bem até três pessoas. E ainda há uma base para fixação de quatro pilares de inox e armação de uma tenda de sombreamento.
Outra boa sacada do projetista foi manter uma área entre o para-brisa e a cabeceira do solário em que dá para duas pessoas ficarem sentadas, facilitando ainda mais a interação entre os tripulantes.


A amurada alta, combinada com o guarda-mancebo firme, transmite bastante segurança na proa. A caixa de âncora conta com pistões hidráulicos para puxar, manter levantada e abaixar a tampa sem trancos. Ao lado, há um chuveirinho para a limpeza do ferro e da corrente.


A cabine, com pernoite para quatro pessoas, tem uma configuração tradicional para esse tipo de lancha, com um camarote em V na proa, outro (ocupando toda largura do casco) na meia-nau e um banheiro com box fechado a boreste, com 1,85 m de altura, além de uma cozinha de apoio a bombordo na sala de entrada.


Porém, ela chama atenção pelo acabamento mais refinado, com muito revestimento (não há fibra aparente), e o ambiente aconchegante, com várias saídas de ar refrigerado e a distribuição de lâmpadas e fitas de led, com iluminação direta e indireta, que transmitem uma sensação ainda maior de conforto.






Sensação, aliás, que a gente começa a sentir ao descer a escada de acesso à cabine, uma vez que a porta de entrada, de material transparente, avança nobre o teto, promovendo o chamado efeito claraboia. O pé-direito ali é de 1,95 metro. A escada, apesar dos degraus estreitos, conta com um pega-mão ao lado, que garante segurança.


Navegação da FS 355
Hora de acelerar. Quatro pessoas a bordo, tanque de combustível com 50% da capacidade total. Mar liso, com ondas de menos de meio metro na Baía de Guanabara e ventos de 5 nós.


Focada no mercado internacional, a lancha estava equipada com dois motores de popa de 300 hp cada — mas, sem perder de perspectiva o brasileiro, também é vendida na versão centro-rabeta. Com 4500 RPM, alcançamos 30,5 nós, com consumo de pouco mais de 65 litros por motor, o que garante uma autonomia de quase 200 milhas.



Fazendo curvas com segurança, não muito abertas nem muito fechadas, perdeu 1,8 nó, o que é praticamente nada nas curvas mais acentuadas. Acelerando um pouco mais, o barco responde rápido aos comandos e navega muito macio, mesmo ao cruzar as marolas (às vezes marolonas) de outros barcos.




A sensação do piloto é a de estar dirigindo um carro confortável. A 5300 rpm, atingimos a velocidade máxima, que foi de 37 nós. No teste de aceleração, precisou de 9,3 segundos para ir da marcha lenta aos 20 nós, outra boa marca.


Apesar da motorização de popa, a FS 355 também tem uma casa de máquinas, com acesso rápido por meio de uma porta/tampa no piso do cockpit. Já a entrada principal fica camuflada na praça de popa, a que se tem acesso com o levantamento de uma parte do piso de teca (a de ré) do sofá.


Dentro do compartimento, com piso operacional, sobra muito espaço para a instalação de um gerador e do equipamento de ar-condicionado, além dos tanques de combustível e de água, dos bancos de baterias e das demais conexões dos sistemas elétrico e hidráulico, tudo com certificações internacionais.


O isolamento termoacústico revela a preocupação do estaleiro em impedir o vazamento de ruídos e em transmitir uma maior sensação de conforto e silêncio por todo o barco.


Em resumo, uma lancha navegadora, ágil, que manobra com facilidade e responde bem aos comandos do piloto, correspondendo à expectativa. Sem dúvida, representa um patamar acima na história do estaleiro.
Saiba tudo sobre a FS 355
Pontos altos
- Design realmente novo e agradável
- Padrão da montagem e construção
- Aproveitamento de espaço no cockpit
Pontos baixos
- Degraus de acesso à cabine são pequenos
- Apoio da porta (para-brisa) de acesso à proa é frágil
- Assento para pilotagem em pé não é confortável
Características técnicas
- Comprimento total: 10,80 m
- Boca máxima: 3,5 m
- Peso sem motores: 7000 kg
- Ângulo do fundo na popa (deadrise): 18°
- Combustível: 938 litros (popa) e 700 litros (centro)
- Água: 200 litros
- Capacidade (dia): 14 pessoas
- Capacidade (noite): 4 pessoas
- Motorização: popa ou centro-rabeta
- Potência: 2 x 300 a 400 hp


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