Umidade a bordo: entenda como isso afeta seu barco e saiba as respostas para dúvidas comuns
Consequências podem ir muito além de manchas de bolor ou cheiro de mofo; confira dicas para prevenir
O excesso de umidade a bordo nos barcos costuma causar manchas de bolor, cheiro de mofo e um aspecto de cabine mal cuidada. Mas isso é o de menos. Bem mais sérios são as eventuais reações alérgicas que a umidade pode causar nas pessoas e os problemas no funcionamento dos equipamentos da embarcação.
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Se a umidade do ar dentro do barco ficar acima ou abaixo de certos limites, tende a afetar a saúde dos tripulantes, e, também, dos equipamentos. Pensando nisso, a equipe de NÁUTICA separou as respostas para as dúvidas mais comuns sobre esse assunto, e você confere a seguir.
Umidade a bordo: riscos e dicas de como prevenir
Qual o melhor índice de umidade do ar para o conforto das pessoas na cabine de um barco?
Uma umidade relativa do ar (UR) entre 40% e 70% é ideal para o ser humano. Abaixo de 40%, pode provocar problemas no sistema respiratório. Acima de 70%, leva à sensação de “abafamento”, o que é mais frequente nos barcos. Neste caso, a temperatura corporal diminui e o organismo passa a gerar mais transpiração, aumentando a sensação de desconforto.
O que, afinal, a UR mede?
A UR indica quanto de vapor de água está no ar. Ela tem de ser calculada para cada temperatura específica. Quanto mais quente o ar, mais vapor de água pode estar misturado nele. Com uma UR de 100%, começa a condensação do vapor, formando aquele “suor” sobre os objetos ou uma espécie de névoa.
Isso ocorre tanto quando há calor demais quanto frio demasiado. Por exemplo: num calorão de 30 graus centígrados, se houver 26 gramas de vapor de água misturado a 1 quilo de ar, a UR atingirá 100%. Já num frio de 10 graus, ela chegará a este índice com apenas 8 gramas de vapor.
Usar o ar-refrigerado diminui a umidade relativa do ar na cabine?
Sim, e muito. Quando o ar da cabine estiver a 30 graus e com uma UR de 80%, haverá 21 gramas de vapor por quilo de ar. Mas, tão logo este ar passe por aparelhos de ar-refrigerado, diminuirá para 10 graus.
Como nessa nova temperatura só pode haver 8 gramas de vapor de água, 13 gramas dele serão condensados dentro do aparelho e sair pelo dreno. Ou seja, cada vez que for filtrado pelo ar-refrigerado, o ar perde parte substanciosa da sua umidade.
A umidade relativa do ar também pode prejudicar os equipamentos?
Sim. Quando a umidade está elevada, pode provocar a condensação do vapor de água no interior dos equipamentos, causando curtos-circuitos ou correntes de fuga, que são capazes de levar a danos irreversíveis.
Os equipamentos mais sensíveis a esses efeitos são aqueles não previstos para uso náutico, como tv, dvd e micro-ondas. Já o oposto, ou seja, a UR baixa demais, tende a causar o acúmulo de eletricidade estática no corpo humano (aquela que nos faz tomar “choques” ao encostar em algo) e, se ela for descarregada num equipamento, poderá danificá-lo seriamente.
Esterilizadores e secadores de ar funcionam?
Esterilizadores não alteram a UR do ar. Só eliminam fungos, bactérias e resolvem o problema dos mofos e ácaros. Já os secadores podem, sim, operar como os ar-refrigerados, fazendo o ar passar por compostos químicos que absorvem a umidade.
Alguns destes compostos têm um prazo de validade. Outros, como a sílica gel, contam com a vantagem de serem reaproveitados, por meio de um aquecimento, que elimina a água absorvida.
Proteger os equipamentos com capas plásticas ajuda contra os efeitos da umidade a bordo?
Depende. Para se ter uma proteção realmente eficaz contra a umidade do ar, a capa deve impedir qualquer circulação de ar no equipamento. Se isolar o aparelho apenas parcialmente, pode ter o efeito contrário, por acumular ainda mais umidade e impedir que o ar exterior, mais “seco” que dentro, passe por ele. Se não tiver certeza se a capa é realmente estanque, melhor não cobrir os equipamentos.
Por Nicola Getschko, engenheiro, professor da Escola Politécnica da USP e especialista em máquinas e automação.
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