Pesquisa divulga expectativa de recuperação do Rio Doce após tragédia em Mariana
Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Renova, que realiza ações para reparar o desastre que aconteceu em Mariana, o volume de rejeitos no leito do Rio Doce será reduzido em 61,1% até 2030.
O mar de lama que devastou o Rio Doce no final de 2015, durante o rompimento da Barragem do Fundão, na cidade de Mariana (MG), gerou enorme impacto ambiental e humano. Cinco anos depois do desastre que comoveu o país, uma pesquisa evidencia que as porções do curso d’água estão se recuperando.
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O estudo, conduzido por Carlos Tucci, professor colaborador do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH-UFRGS), foi divulgado pela Fundação Renova, que executa programas e ações de compensação aos danos causados pelo vazamento da barragem de Fundão.
A conclusão da pesquisa traz evidências de que o rio tem se recuperado, sobretudo na área da jusante da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, que reteve 10,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos no rompimento em Mariana.
Para constatar se houve melhora, foi realizada uma simulação via software de quanto o rio foi se recuperando ao longo dos anos, considerando que ele reteve 23,4 hm³ (hectômetros cúbicos) de rejeitos no rompimento de 2015 — considerando que 1 hm³ equivale a 1 milhão de metros cúbicos.
O modelo proposto na pesquisa apontou que houve uma redução de 34,6% no volume de resíduos do leito do Rio Doce até 2019, ano no qual esses despejos ocupavam volume de 15,3 hm³.
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A estimativa é que essa redução melhore ainda mais e chegue a 61,1% até 2030. A Fundação Renova afirma, em comunicado, que mesmo após essa data, ainda poderá haver depósitos de rejeito, mas grande parte desse material será retido por ações de reparação, crescimento da vegetação local, e estabilização do fundo de todos os rios afetados.
A pesquisa também ressalta a boa notícia de que os valores de descarga de sedimentos já tendem aos valores históricos medidos antes do rompimento da barragem no local, próximo a jusante da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves.
Por outro lado, o rio Gualaxo do Norte, que também foi contaminado no incidente, não apresentou essa mesma melhora em relação à quantidade histórica de sedimentos que eram depositados em seu leito antes do acontecimento destrutivo.
Sem considerar ações e alternativas de manejo, a recuperação total do Gualaxo do Norte ocorrerá totalmente até 2032, estima a pesquisa. Porém, em um cenário mais otimista, isso deve acontecer já em 2024, quando houver apenas 10% de rejeito na calha.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão da jornalista Maristella Pereira.
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