Arqueólogos restauram piso de mármore em vila submersa do Império Romano
Azulejos de "segunda-mão" dão indícios de que a elite romana enfrentava pressões econômicas no final do século 3 d.C
Restaurar um piso de mármore não é das tarefas mais fáceis, imagina, então, debaixo d’água. Pois foi o que fizeram os arqueólogos do Parque Arqueológico Subaquático de Baia, na Itália, com os azulejos de uma vila romana submersa, localizada na comuna italiana de Bacoli, datada do fim do século 3 d.C.
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Segundo uma postagem feita pelo Parque Arqueológico Campi Flegrei, no Facebook, o azulejo encontrado submerso tem origem no final do Império Romano. De acordo com o grupo de pesquisa, o grande salão é típico das residências dos cavalheiros a partir do fim do século 3 d.C, e foi feito com azulejos reutilizados — dando indícios de que a elite romana enfrentava pressões econômicas.
Como podem ver nas fotos, são resultados de reaproveitamento, ou seja, foram usados anteriormente para decorar outros pisos ou paredes. Esse fenômeno também é típico do período da Antiguidade Tardia (entre o século 3 e 5 d.C)– descreveu o Campi Flegrei
A reutilização dos azulejos na vila submersa revela que até mesmo a elite romana sofreu as consequências das pressões econômicas da época. Para reduzir custos, o proprietário do local provavelmente se contentou com mármore de “segunda-mão”.
À moda romana
Com uma técnica decorativa chamada opus sectlie, o piso era produzido em pedaços de pedra cortados em padrões geométricos, que se encaixavam como um quebra-cabeça — diferente dos mosaicos, por exemplo, que utilizavam peças pequenas e de tamanho igual.
Segundo os arqueólogos, a obra foi erguida no final do Império Romano, e tinha mais de 250 m² de extensão. Desde então, as paredes com mais de 10 metros de altura da antiga vila desabaram, mas seus restos continuam preservados.
O grupo de pesquisa explica que as placas restauradas foram colocadas em tanques de água doce, para eliminar os sais naturais do mar. No que diz respeito ao design, o padrão do azulejo é composto por quadros adjacentes com círculos no centro — como na imagem abaixo.
Milhares de lajes de mármore e centenas de formas diferentes foram reunidas para criar uma geometria altamente encaixada– explica o Parque Arqueológico de Campi Flegrei
Entretanto, a missão de restaurar os azulejos dessa vila romana submersa ainda não acabou. O Parque Arqueológico Campi Flegrei descreveu o trabalho como um “desafio novo e extremamente complicado, devido a extrema fragmentação dos restos e sua grande extensão”.
Na publicação, o perfil pontua que, além da escavação e restauração submarina, ainda acontece o trabalho em terra, e que pretendem estudar azulejo por azulejo para “tentar recompor um módulo inteiro”.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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