A corrosão atacou o barco? Saiba como tratar
Confira as dicas da Revista Náutica de como combater o problema da embarcação corroída — inclusive no motor


Suponhamos que você não tenha seguido as nossas últimas dicas de como proteger o barco da ferrugem e agora sua embarcação esteja sofrendo com a corrosão. Calma! Não se desespere — mesmo que o cenário seja desanimador, ainda há o que ser feito para salvá-la.
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Prepare o sabão, separe uma boa quantidade de água e alguns produtos especiais, porque eles serão essenciais nessa batalha contra a corrosão.
Como tratar a corrosão do barco
No aço inox
Em partes feitas com aço inox (guardamancebos, cunhos, escadinhas e ferragens em geral), use um gel decapante, à base de ácido nítrico, que elimina rapidamente o óxido do inox. Algumas marcas recomendadas são Avesta e Amazônia.


Primeiro, lave bem a peça com água e sabão. Depois, dilua o gel em um recipiente, com um pouco d’água. Em seguida, aplique a solução e deixe-a agir por cerca de 15 minutos.
Por fim, esfregue com sabão e enxágue com água corrente. Pronto: o metal voltará a brilhar. Mas, para protegê-lo contra futuros pontos de oxidação, use cera náutica polidora com frequência.
No alumínio
Em tese, o alumínio naval anodizado, usado em cascos de barcos, só corrói se sofrer avarias ou pancadas. Mas, se isso acontecer, basta polir a área e reaplicar a camada de tinta protetora, encontrada em lojas de tintas convencionais.


Já os alumínios que não são específicos para barcos, mas bastante usados em mastros, retrancas, vigias e outras peças de convés, devem receber tinta protetora antes de irem para a água. E, se a corrosão aparecer, basta repetir o processo do alumínio naval.
No bronze
Por causa do custo mais alto, o uso de bronze nos barcos é raro. Geralmente, limita-se aos hélices e a algumas ferragens nos veleiros, como o corpo de esticadores.
Nos dois casos, para eliminar a corrosão e trazer de volta o aspecto original das peças, basta usar um polidor convencional, como Kaol ou Brasso, ambos feitos à base de querosene e amônia. Hélices são mais vulneráveis, porque, afinal, vivem dentro d’água — e pontos de ferrugem comprometem o seu rendimento.
Aqui também enferruja
Tanto o diesel quanto a gasolina contêm substâncias que podem oxidar os bicos injetores dos motores dos barcos que ficam muito tempo parados — e isso poucos donos sabem.
Apesar de soar estranho, o principal responsável pela corrosão nas partes internas de um motor pode ser o próprio combustível usado para acioná-lo. Como é um líquido higroscópico — ou seja, com tendência a absorver a umidade do ar — , ele acolhe naturalmente a água do meio ambiente.


Nos tanques dos barcos que não navegam com muita frequência, o efeito da mistura do enxofre com a água costuma ser drástico: cria-se um ácido altamente corrosivo, que, como se não bastasse, ainda desenvolve colônias de micro-organismos — a chamada borra — , acelerando ainda mais a oxidação de alguns componentes internos do motor.
É a ferrugem que não se vê. E, por isso mesmo, a pior de todas. Até porque afeta um componente vital nos barcos a motor — o próprio motor! Com a gasolina não é diferente.
Com um dos maiores percentuais de etanol do mundo (30% desde 2025), a gasolina brasileira é problemática para barcos. O álcool absorve umidade e faz o combustível se degradar mais rápido no tanque, danificando o motor. A gasolina adulterada em alguns postos agrava ainda mais o problema.
O resultado, também neste caso, costuma ser catastrófico, porque as impurezas, tanto no diesel quanto na gasolina, corroem e comprometem os bicos injetores dos motores. E, ao menor sinal de corrosão no corpo cilíndrico das válvulas injetoras e na agulha (responsável pelo controle da vazão do combustível), os sinais negativos serão imediatamente sentidos — sobretudo no bolso do dono do barco.


Primeiro, haverá consumo excessivo, pois o combustível não queimará de maneira correta. Ao mesmo tempo, o desempenho ficará mais fraco. E, em seguida, a tendência é todos os bicos enferrujarem, obstruindo o fluxo do combustível e impedindo o motor de funcionar.
Felizmente, é possível evitar esse tipo de prejuízo: basta optar por postos de reconhecida qualidade e jamais deixar o combustível parado dentro do tanque do barco por mais de dois meses — ou até quatro, se o combustível usado for a gasolina Poddium ou o diesel Verana, ambos da Petrobras.


É que todo tanque tem uma saída de respiro, por onde entra a umidade. Por isso, aconselha-se ligar o motor cerca de uma vez por semana ou, se o barco for ficar parado por algum tempo, esvaziar todo o combustível do tanque e guardá-lo vazio. Vale o esforço, porque ferrugem nos bicos injetores é um problema e tanto.
Dica NÁUTICA
Qualquer supermercado tem a solução mais simples para a ferrugem. Para tirar manchas de ferrugem dos cunhos de aço inox, o que deixa qualquer barco com aparência de velho e mal cuidado, a maneira mais simples e fácil é com Semorim, um produto à base de ácido oxálico, encontrado em qualquer supermercado.


A aplicação não requer nenhuma técnica especial, exceto luvas e óculos. Dá para fazer o serviço em poucos minutos. Pingue algumas gotas e espalhe com uma esponja macia (não use nada áspero, porque pode manchar ou riscar a peça), esfregando até cobrir toda a área a ser limpa. O efeito é imediato.
Em seguida, lave com água e sabão. Pronto! Mas, se a mancha não sair, repita mais uma vez o processo. Com os cunhos já sem ferrugem, use então cera náutica, a mesma usada para polir os cascos, porque ela servirá para conservar o brilho e proteger contra a corrosão.
No lugar do Semorim, pode-se, também, usar limpadores para metais cromados (bem mais caros e só encontrados em lojas náuticas), ou massa de polir número 2, misturada com sabão de coco. Ambos fazem o mesmo efeito. Mas, com Semorim, é mais fácil, rápido e barato.
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