Com ajuda de superiates, projeto quer identificar 100 mil novas espécies marinhas
Segundo pesquisadores do Censo Oceânico, apenas 10% da vida marinha já foi descoberta


Identificar pelo menos 100 mil novas espécies marinhas é o objetivo do Censo Oceânico, lançado pela The Nippon Foundation e pelo instituto Nekton em abril deste ano. Além disso, a iniciativa oferece para a indústria de superiates a possibilidade de contribuir em pesquisas.
O projeto é um esforço colaborativo global de organizações científicas, empresariais, de mídia e da sociedade civil para explorar e catalogar a biodiversidade dos oceanos.
Vem aí o Marina Itajaí Boat Show! Conheça detalhes do evento
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Entre a imensidão dos mares, estima-se que apenas 10% da vida marinha já tenha sido identificada — em outras palavras, cerca de dois milhões de espécies que vivem sob as águas ainda precisam ser descobertas. Segundo a organização do projeto, a frota global de iates privados pode contribuir para a ciência oceânica nessa missão.
A beleza e a diversidade da vida marinha no oceano ainda estão além da compreensão humana – Jyotika Virmani, do Schmidt Ocean Institute, parceiro do projeto


Para Rob McCallum, fundador da EYOS Expeditions, curador da Nekton e membro fundador da Yachts for Science, “a comunidade de superiates quer apoiar as causas oceânicas, mas, muitas vezes, não sabe como”.
Como vai funcionar o Censo Oceânico
Segundo o Censo Oceânico, as espécies descobertas em expedições serão enviadas para imagens de alta resolução e sequenciamento de DNA, em uma rede de Centros de Biodiversidade englobando países de alta, média e baixa renda em todo o mundo.
Redes de taxonomistas (profissionais que fazem a identificação e classificação de organismos) se conectarão virtualmente para desenhar o que a equipe científica chama de “formas de vida digital”, para completar as descrições das espécies.


Os dados serão adicionados a uma rede de centros de dados em todo o mundo e disponibilizados gratuitamente para cientistas, tomadores de decisão e o próprio público.
Nos últimos 200 anos, a taxonomia tradicional tem sido um processo lento e metódico. Para se ter uma ideia, a taxa média de descoberta de novas espécies gira em cerca de 2.000 por ano e permaneceu praticamente inalterada desde o século 19, explicou Alex Rogers, diretor científico do Censo Oceânico.
O projeto pretende descobrir 100 mil novas espécies em apenas uma década, já que as revoluções na imagem digital, sequenciamento e aprendizado de máquina permitiriam descobrir a vida marinha rapidamente e em escala.
Essa base de conhecimento poderá avançar a compreensão de vários aspectos da ciência, incluindo produção de oxigênio, ciclagem de carbono, produção sustentável de alimentos e evolução da vida na Terra.
A urgência de ações para entender o oceano e suas possíveis respostas às mudanças climáticas, bem como seu potencial para mitigar emissões e adaptação por meio de soluções baseadas na natureza, foi destacada pela falta de progresso no aquecimento global detalhado no Relatório do Clima do IPCC 2023.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Instituto tomou decisão depois de parque com lagoa artificial registrar mais de 30 ataques a banhistas em 2025
Produção chegará ao Disney+ neste domingo (13) no Brasil. Assista ao trailer
Especialista no assunto, Bianca Colepicolo analisa como territórios podem, aos poucos, criar uma cultura náutica
Nova medida busca combater turismo excessivo na Sardenha, que sofre com superlotação no verão
Regatas nas águas da Guarapiranga acontecem em 12 e 13/4. Eduardo Souza Ramos disputa a liderança aos 81 anos