Imagens inéditas de expedição no cânion de Mar del Plata podem revelar 40 novas espécies
O que os olhos não veem, a ciência não estuda. Justamente para iluminar o que estava oculto, uma expedição do Instituto Schmidt Ocean mergulhou nas profundezas do cânion submarino de Mar del Plata, na costa da Argentina. A bordo de um navio e guiando um robô de alta tecnologia, cientistas exploraram um mundo nunca antes visto e, agora, acreditam ter amostras que podem representar até 40 novas espécies ainda não catalogadas.
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O trabalho em campo aconteceu entre 23 de julho e 10 de agosto deste ano, com a grande estrela da expedição: o veículo operado remotamente (ROV) SuBastian.
Equipado com tecnologia de ponta, o robô permitiu aos pesquisadores desbravar ambientes até então inexplorados e capturar amostras de um mundo nunca antes visto — e, de quebra, ainda gerou imagens do ballet da vida submarina em alta-definição. O desafio, agora, é transferir a empolgação do fundo do mar para os laboratórios e confirmar as descobertas.


Essas imagens não ficaram restritas ao navio. Elas foram transmitidas ao vivo no YouTube do instituto e atraíram milhares de espectadores. Muitos animais e organismos foram flagrados pelas lentes do SuBastian e alguns deles, inclusive, ganharam fama na superfície. Foi o caso do “Patrick Estrela da vida real“, filmado em 26 de julho, que viralizou por seu “bumbum” protuberante.
Do presente para o futuro
Segundo o Schmidt Ocean, a última expedição na região dos cânions em Mar del Plata havia acontecido em 2012 e 2013, quando cientistas utilizaram redes de pesca e de arrasto para coletar amostras.


Apesar das ferramentas precárias e tecnologia quase inexistente, o trabalho forneceu evidências de jardins de corais e esponjas de água fria, descobriu novas espécies e ainda gerou mais de 60 artigos científicos.
Já o trabalho recente do Instituto Schmidt Ocean, com tecnologia de ponta, observou as profundezas até então desconhecidas não apenas em alta qualidade, mas em profundidade — algumas amostras foram coletadas a milhares de metros abaixo do nível do mar.


O principal objetivo da expedição era fornecer uma base sólida para pesquisas dessa e de próximas gerações, com imagens e amostras de um dos maiores cânions de águas profundas da Argentina.
Celebrando as profundezas
Ao final do trabalho, o cientista que liderou a expedição, Daniel Lauretta, celebrou os números conquistados pelo estudo. Em entrevista divulgada pelo próprio instituto, ele disse acreditar que as amostras coletadas do fundo do mar possam pertencer a até 40 novas espécies ainda não catalogadas pela ciência.


As buscas nas profundezas da costa argentina revelaram um cenário de tirar o fôlego: paredes de rocha cobertas por corais de múltiplas cores, uma imensa área de fundo macio repleta de “octocorais” e até mesmo recifes de um tipo de coral endurecido, da espécie Desmophyllum candidum, rara de se encontrar em águas mais rasas.


A pesquisadora Brenda Dotti, que também trabalhou na expedição, destacou a importância de entender as espécies e ecossistemas do fundo do mar, para que detalhes sobre a superfície terrestre também venham à tona.
O oceano não é um ambiente exilado, tudo está conectado. É importante entender quais espécies habitam, como se distribuem e quais papéis ocupam-afirma


No fim das contas, a equipe da expedição acredita ter conseguido materiais suficientes para contribuir com a ciência desta e de futuras gerações. Os conteúdos compartilhados nas redes sociais, inclusive, têm como objetivo atingir também os mais novos, para que se interessem pela carreira acadêmica de pesquisa científica e queiram continuar com os estudos.
Imagens inéditas capturadas na expedição:


































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