Entenda como grandes navios podem ameaçar o futuro dos tubarões-baleia
Pesquisa aponta que mudanças climáticas aumentarão consideravelmente o risco de colisões entre o animal e embarcações


Os sinais das consequências do aquecimento global estão cada vez mais evidentes no planeta. Chuvas torrenciais, calor extremo, oceanos mais quentes. Tudo isso impacta, principalmente, a vida animal. No mar, os tubarões-baleia (Rhincodon typus) têm, além do calor, um outro oponente em vista: os grandes barcos comerciais.
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Uma coisa, contudo, está diretamente ligada a outra, conforme revelou um estudo publicado na revista Nature Climate Change, produzido por cientistas britânicos da Universidade de Southampton e da Marine Biological Association (MBA). Segundo eles, o aumento das temperaturas oceânicas forçará a espécie a migrar para áreas que coincidem com rotas marítimas movimentadas.


Para chegar à conclusão, os pesquisadores rastrearam o movimento desses animais via satélite, combinando os dados obtidos com projeções de modelos climáticos globais, o que resultou em cenários para a distribuição da espécie até 2100.
Olhando da perspectiva em que as altas emissões continuam e a população segue dependente de combustíveis fósseis, mais de 50% dos principais habitats marinhos poderão ser afetados, principalmente na Ásia.


Uma mudança de habitats, então, seria necessária, e é aí que os tubarões-baleia devem encontrar as embarcações comerciais como outra ameaça.
Isso porque em regiões como o Pacífico Norte, a costa dos Estados Unidos, o Mar da China Oriental e no oceano Atlântico Norte há uma sobreposição preocupante entre os tubarões-baleia e as rotas de tráfego marítimo, que tornaria o encontro entre eles até 15 mil vezes mais frequentes até o final do século.
Essas mudanças no habitat dos tubarões-baleia foram mais extremas em cenários de alta emissão-Freya Womersley, autora principal do artigo
Apesar de seu tamanho, que pode alcançar os 20 metros de comprimento, os tubarões-baleia não escapam de serem atingidos e gravemente feridos por grandes navios.
Há, contudo, um cenário positivo entre as possibilidades, que seria proveniente de investimentos em desenvolvimento sustentável, visando limitar o aquecimento global a no máximo 2°C. Com isso, a pesquisa revela que algumas regiões poderiam até registrar um aumento nos habitats dos tubarões-baleia.
Tubarão-baleia é o maior peixe do mundo
Considerado o maior peixe do mundo, podendo atingir mais de 20 metros de comprimento e pesar até 21 toneladas, o tubarão-baleia (Rhincodon typus) é um “filtrador”, uma vez que se alimenta principalmente de plâncton, pequenos peixes e crustáceos. O animal, inclusive, nada com a boca aberta, de forma a filtrar a água e capturar seu alimento.


Apesar do tamanho, a espécie que vive em águas tropicais e temperadas quentes surpreende pela tranquilidade e não representa ameaça aos humanos — inclusive, é conhecido por sua curiosidade e interação pacífica com mergulhadores.
Atualmente, o tubarão-baleia está listado como espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), devido à pesca excessiva e ao comércio de barbatanas.
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