Pilotar jet em 1 dia? Como funciona o Motonauta Especial
NÁUTICA foi pra água para experimentar nova habilitação e os passeios guiados de jet


Motos aquáticas facilmente despertam a vontade de acelerar sobre as águas, seja pela adrenalina ou facilidade de transporte. Mas ainda é comum ver pessoas não-habilitadas pilotando jets — algo arriscado e ilegal. Para driblar isso, a Marinha do Brasil lançou a habilitação Motonauta Especial, simplificando a emissão do documento, e a reportagem de NÁUTICA foi testar essa modalidade.
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Parte de uma atualização de 2024 na Normam 212, a novidade é conhecida como “Passeio Guiado de Jet“. Isso porque o habilitado na chamada Carteira de Habilitação de Amador Motonauta Especial (CHA-MTA-E) precisa de apenas algumas horas para ficar apto a pilotar um jet alugado, por 30 dias, supervisionado por um profissional.
Para entender melhor tudo isso, a equipe de NÁUTICA foi até a Represa Billings, na Grande São Paulo, no primeiro Estabelecimento de Aluguel de Moto Aquática (EAMA) credenciado no Brasil para exercer essa modalidade, a Argonauta Jet Experience. Aqui, você confere como tudo isso funciona e o que é necessário para embarcar nessa novidade.


Afinal, o que é a habilitação de Motonauta Especial?
Inicialmente, é necessário entender o que é a CHA-MTA-E. Trata-se da Habilitação de Amador Motonauta Especial. Isso porque o documento, diferentemente da carteira de Habilitação para Motonauta (MTA) tradicional, é emitido em poucas horas.


Embora fique pronta em instantes e seja emitida pela Marinha no mesmo dia, essa habilitação é válida por 30 dias e também limita os locais em que o condutor poderá pilotar.
No caso, o habilitado como Motonauta Especial só poderá pilotar um jet nas dependências de uma EAMA credenciada, afinal, é lá que ele alugará a embarcação e terá o apoio de um profissional para participar de um Passeio Guiado de Jet.


Na experiência vivida por NÁUTICA, quem liderou esse processo foi Marcello Souza, diretor da Argonauta.
Nada melhor do que a locação em um estabelecimento credenciado. É ter a certeza de que as motos aquáticas tem manutenção e que o instrutor é capacitado– ressaltou o diretor à NÁUTICA
O processo para a emissão da Motonauta Especial
Para a emissão da Motonauta Especial, o interessado deve comparecer a uma EAMA e passará por treinamentos tanto teórico, quanto prático.
Isso inclui a apresentação de um vídeo elaborado pela Marinha, com informações importantes de segurança e de como uma moto aquática atua na prática, com exemplos de situações que acontecem com frequência com quem pilota um jet.


Em uma segunda etapa, o aluno passa por uma série de explicações ainda no computador, em que são apresentadas uma série de prerrogativas de segurança complementares, bem como termos técnicos para ficar de olho.
Já junto ao jet, mas ainda fora d’água, é hora de aprender como funcionam pontos importantes da embarcação, como aceleração, freio e o sistema de hidrojato. Com tudo isso em mente, é hora de tomar conhecimento da embarcação na água.


Um profissional fica encarregado de orientar o aluno, já na água, sobre como a moto aquática funciona na prática. Nesse momento, o instrutor fica na garupa, e mostra as complexidades da embarcação — que, diferentemente do que pode parecer, não é tão simples assim de pilotar.


Pontos como tempo de retorno e resposta são apresentados, bem como meios de manter a embarcação sempre na rota correta. Ali, o aluno também aprende como colocar o jet no neutro, acelerar e atracar, por exemplo.
Como funciona o Passeio Guiado de Jet
Com a Motonauta Especial em mãos, é hora de curtir os Passeios Guiados de Jet. Essa atividade acontece em uma EAMA, onde você pode alugar uma moto aquática para participar do passeio, pilotando seu jet sozinha em um percurso pré-definido e acompanhada de um guia profissional.


Na experiência vivida pela reportagem de NÁUTICA, Marcello Souza foi o responsável por conduzir o passeio. A atividade pode envolver até seis pessoas, tanto habilitadas na CHA-MTA-E, quando na CHA-MTA,


O número de profissionais no comando do passeio vai variar de acordo com o tamanho da turma. Para grupos com até 3 motos aquáticas é preciso um guia. Se houver de 4 a 6 jets, serão dois guias: um como líder e outro na retaguarda do grupo.


Durante o passeio guiado, o aluno tem autonomia para exercer o que aprendeu, com a garantia de que um profissional está à disposição para ajudá-lo, caso seja necessário. Nesse processo, o guia também tem autonomia para fazer alertas de segurança, que são parte do aprendizado.


Um exemplo prático, que aconteceu durante o passeio da equipe de NÁUTICA, foi quando a repórter que vos fala acabou se aproximando mais do que deveria da margem da Represa Billings. Nesse momento, Marcello, que orientava o trajeto, alertou dos perigos dessa ação.
Isso porque as margens, principalmente de represas, além de serem mais rasas, costumam conter dejetos dos mais variados tipos. E mesmo o menor deles é capaz de interferir no funcionamento da embarcação, o que pode facilmente resultar em um acidente.
O que é preciso para tirar a Motonauta Especial
Gostou da ideia e quer experimentar um Passeio Guiado de Jet? Primeiramente, é necessário ter mais de 18 anos e ter em mãos um documento de identificação (RG ou CNH).


Depois, basta dirigir-se até uma EAMA. Atualmente, a única em atividade no Brasil é a Argonauta Jet Experience, localizada na Av. Amazonas, 254, em Rio Grande, São Bernardo do Campo (SP).
Equipamentos obrigatórios, como colete salva-vidas, são cedidos pela EAMA. A sugestão, porém, é que o interessado leve protetor solar, óculos de sol, sapatilhas, boné e luvas.
Vale ressaltar que os passeios guiados na Argonauta atualmente operam com capacidade reduzida, devido ao período de adaptação da modalidade. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (11) 94574-8231.
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