Baleia mais solitária do mundo: o mistério que intriga pesquisadores desde 1989
Conhecida como 52-hertz, animal tem canto único e não consegue se comunicar com outras baleias
Detectada por oceanógrafos pela primeira vez em 1989 no Norte do Oceano Pacífico, a baleia mais solitária do mundo é um mistério desde então. Isso porque o animal nada sozinho na imensidão do oceano, uma vez que seu canto, em uma frequência única de 52-hertz, faz com que ela não seja ouvida por outras baleias — cujos cantos alcançam de 10 a 39-hertz.
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Profissionais do Institutito de Oceanografia Woods Hole, dos Estados Unidos, foram os responsáveis por detecta-lá pela primeira vez, através de um Sistema de Monitoramento Sonoro da Marinha norte-americana, usado durante a Guerra Fria para a detecção de submarinos inimigos.
Sem espécie identificada, a baleia acabou sendo “batizada” de 52-hertz, nome de seu canto único e razão pela qual o animal intriga pesquisadores há mais de 30 anos. A vocalização da baleia solitária possui uma frequência maior que a das outras, além de padrões diferentes.
Desde 1992, oceanógrafos passaram a detectar a 52-hertz anualmente, e confirmaram que ela possuía um canto singular, que era ouvido uma vez por temporada e de apenas uma fonte. Apesar disso, o animal nunca foi avistado.
Em um artigo publicado na Deep-Sea Research, o pesquisador William Watkins, especialista em acústica marinha, destaca ainda que os padrões de migração do animal não remetem a nenhuma espécie conhecida.
Watkins acompanhou a 52-hertz por 12 anos, com a ajuda de hidrofones e sistemas de captação de sons embaixo d’água espalhados pela costa dos Estados Unidos. “Os registros deixados por ela não estão relacionados a nenhuma das outras que são acompanhadas todos os anos, como as baleias-azuis, as baleias-comuns e as jubartes“, comentou o pesquisador.
Há indícios, no entanto, de que pode ser um indivíduo de espécie híbrida, entre baleia azul e comum– explica William Watkins
Além de Watkins, outros pesquiadores participaram do estudo sobre a 52-hertz, entre eles, Mary Ann Daher. A cientista afirma que o canto incomum da baleia pode ser resultado de alguma má-formação do animal. “Ela canta na frequência errada mas ouve na frequência certa, o que a deixa sozinha no oceano a procura de parceiros para reprodução,” destacou a cientista.
Acolhida pela comunidade
Todas as pesquisas em torno da 52-hertz levaram os pesquisadores a considerá-la, realmente, a baleia mais solitária do mundo, já que, de fato, o animal nada sozinho, sem se fazer ouvida por outros animais. A história dramática da baleia, no entanto, fez com que ela ganhasse uma legião de fãs em terra firme.
A história começou quando os resultados das pesquisas de Watkins foram publicados no jornal The New York Times, em 2004. A partir daí, produções artísticas, como documentários, curta-metragens, músicas e filmes foram desenvolvidos ao redor da baleia.
Uma das obras mais conhecidas é o documentário “A baleia mais solitária”, que mostra a busca pela 52-hertz por um grupo de cinco pesquisadores navegando pela costa da Califórnia. O projeto, lançado em 2021, contou com a produção e o apoio de Leonardo DiCaprio.
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