Pinguim aparece em praia de Cabo Frio (RJ), surpreende banhistas e levanta dúvida: é normal?

Apesar de ter sido visto navegando tranquilamente, presença do animal em águas brasileiras levantou questionamentos

12/07/2024
Pinguim-de-magalhães

Um vídeo publicado no Instagram chamou a atenção dos internautas por mostrar um pinguim nadando nas águas da região de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Filmado por um banhista, o animal parece tranquilo, mergulhando e voltando à superfície das águas transparentes. Mas, afinal, ter pinguins no Brasil é normal?

Os pinguins são aves oceânicas da ordem Sphenisciformes, adaptadas à vida aquática graças a sua capacidade de usar as asas para propulsão — o que resulta em uma velocidade de até dez metros por segundo embaixo d’água.

 


Quando se pensa em um pinguim, contudo, a imagem que vem à mente é a de um animal vivendo no gelo, bem longe de um país tropical como o Brasil. Muito por isso, o registro do animal em águas brasileiras levantou questionamentos quanto à naturalidade de sua presença por aqui.

Pinguins no Brasil: é normal?

Apesar de as consequências do aquecimento global ocasionarem cenas incomuns no reino animal, a presença de pinguins no Brasil é considerada normal — ao menos nessa época do ano. Isso porque todos os anos, durante o outono-inverno, os pinguins migram das águas da Patagônia, na Argentina, em busca de alimentos e águas mais quentes.

 

Portanto, de março a setembro, sobretudo os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) passam pelas águas do sul e sudeste brasileiro. Sua presença nas praias, como no vídeo, se dá principalmente por pinguins mais jovens, que acabam se perdendo da corrente marítima.

Pinguim-de-magalhães

Segundo informações do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) e do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha, desde maio de 2024, já foram encontrados cerca de 43 pinguins-de-magalhães nas praias de São Paulo — 24 resgatados vivos, 19 sem vida e 11 seguem em reabilitação na Unidade de Estabilização de São Sebastião e no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba.

 

Em entrevista à CNN, o oceanólogo Hugo Gallo Neto explicou que “os pinguins que chegam aqui, em sua grande maioria, são animais jovens e por serem a primeira migração, eles se perdem do grupo. Muitos chegam debilitados, exaustos, desnutridos e com algumas doenças adquiridas no percurso”.


Viu um pinguim? Saiba o que fazer!

O Instituto Argonauta orienta que, ao encontrar um pinguim, vivo ou morto, não se deve tocar no animal — para que ele não sofra ferimentos extras ou fique estressado. Além disso, aqueles que visualizarem as aves não devem manusear as carcaças do animal.

 

Caso o animal seja encontrado no litoral paulista (principalmente em Ubatuba), o PMP-BS/Instituto Argonauta deve ser contatado por meio do telefone 0800 642 3341. Se possível, elabore uma sombra e afaste o pinguim de animais domésticos para que ele fique protegido dos demais perigos até que a equipe chegue.

 

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