Bilionário planeja visita ao Titanic e chama submarino que implodiu de “engenhoca”
Larry Connor está construindo um submersível capaz de alcançar 3,7 mil metros de profundidade


Depois da tragédia envolvendo o submarino Titan – que implodiu ao tentar chegar aos destroços do Titanic, em junho de 2023 –, não era de se imaginar que tão cedo alguém tentaria a façanha novamente. Mas Larry Connor, investidor imobiliário bilionário dos Estados Unidos, está decidido a mostrar que a viagem pode ser feita de forma segura e, para isso, está construindo o próprio submersível.
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Em entrevista ao Wall Street Journal, Connor afirmou que o Titan, da Ocean Gate, falhou em sua missão por se tratar de uma “engenhoca”. Para ter sucesso na viagem ao fundo do mar, o bilionário explica que é necessário “construir um submersível capaz de mergulhar (à profundidade dos destroços do Titanic) várias vezes, com segurança.”


Para mostrar ao mundo que a viagem é segura e possível, Connor não estará sozinho. Quem o acompanha na empreitada da Triton Submarines é o co-fundador da empresa, Patrick Lahey. A dupla pretende mergulhar mais de 3.700 metros até o local do naufrágio em um submersível de capacidade, justamente, para duas pessoas — diferente do Titan, que levava até cinco.


Quero mostrar às pessoas em todo o mundo que, embora o oceano seja extremamente poderoso, ele pode ser maravilhoso e agradável e realmente mudar a vida se você seguir o caminho certo– disse Connor ao Wall Street Journal
Para Connor, o episódio Ocean Gate prejudicou a indústria submersível e manchou a percepção do público sobre as tentativas de inovação no espaço. “Preocupa-me que as pessoas associem submarinos de mergulho, especialmente submarinos novos ou diferentes, a perigo ou tragédia”, disse ele ao Wall Street Journal.


O bilionário reforçou que o novo submarino será certificado pelas autoridades marítimas e levará de dois anos e meio a três anos para ser construído. “Se não conseguirmos fazer isso, o que chamamos de ‘s e s’ — com segurança e sucesso –, simplesmente não conseguiremos”, disse Connor. “Não somos caçadores de emoções. Não somos grandes corredores de riscos”.
O submarino Triton 4000/2 Abyssal Explorer
A nova embarcação que vai se aventurar nas profundezas do oceano em busca dos destroços do Titanic é o Triton 4000/2 Abyssal Explorer, submarino avaliado em US$ 20 milhões (cerca de R$ 100 milhões em conversão realizada em maio de 2024).


O modelo que, em tese, pode realizar a viagem até o Titanic diversas vezes vem sendo projetado por Patrick “há mais de uma década”, conforme explica Connor. “Não tínhamos os materiais e tecnologia. Você não poderia ter construído este submarino há cinco anos”, relata o bilionário.
O projeto do submarino Triton ganhou força alguns dias após a tragédia da OceanGate, quando Connor ligou para Lahey e o incentivou a construir um submersível melhor. Lahey afirmou ao jornal que Connor teria dito a ele “precisamos construir um submarino que possa mergulhar à profundidades do Titanic repetidamente e com segurança, demonstrar ao mundo que podemos fazer isso”.
De acordo com a Triton Submarines, “durante o mergulho, o design protegido das ‘asas de gaivota’ [do submarino] proporciona uma versatilidade de operação incomparável. Com as asas recolhidas, o submersível tem uma forma aerodinâmica para subida e descida, e é capaz de manobrar em espaços incrivelmente apertados”.
A posição baixa das luzes e câmeras é ideal para trabalho macro, observação científica ou filmagem próxima– descreve a Triton Submarines
A dupla ainda não divulgou em que data a possível nova viagem aos destroços do Titanic acontecerá.
Do fundo do mar ao espaço
A ideia de visitar os destroços do Titanic é inusitada, mas nenhuma grande surpresa para a dupla Larry Connor e Patrick Lahey. Em 2021, os dois viajaram às partes mais profundas do oceano — até mais do que onde está o Titanic.
Na oportunidade, eles fizeram três mergulhos: um para a “montanha submarina” na Fossa das Marianas (local mais profundo dos oceanos, a 10.984 metros abaixo do nível do mar, no oceano Pacífico), um para Sirena Deep (a 10.714 metros de profundidade) e outro para Challenger Deep, ponto subaquático mais profundo conhecido no planeta, a cerca de 10.923 metros de profundidade.


Não satisfeito, um ano depois, Connor viajou para o espaço como piloto da Missão Axiom 1, primeira missão com uma tripulação inteiramente composta por civis, organizada pela SpaceX, com destino à Estação Espacial Internacional. O feito o consagrou como a segunda pessoa mais velha a entrar em órbita (71 anos), depois de John Glenn, que entrou no espaço aos 77 anos.
Connor sempre teve espírito aventureiro. Em 1983, participou da Atlantic Championship, correndo em vários níveis nos anos 2000. Em 2003, integrou a equipe vencedora do Petit Le Mans, na categoria LMP675. Dez anos depois, criou a própria equipe, batizada de Team C Racing, que competiu na classe Truck Spec e chegou a vencer a Baja 1000 (corrida anual de automobilismo off-road mexicana) em 2014.
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