Eike Batista desafia seguidores a quebrarem seu recorde na travessia Santos-Rio
Nas redes sociais, empresário provocou público a bater marca de 3 horas e 1 minuto, estabelecida por ele ainda em 2006
Foi a bordo do Spirit of Brasil, um supercatamarã de 46 pés que, em 2006, o empresário Eike Batista estabeleceu um novo recorde para as 194 milhas da travessia mais famosa do Brasil, a Santos-Rio. Em apenas 3h1min47s, ele e os colegas Gilberto Sayão (ao volante) e Paulo Melo (na navegação) concluíram o trajeto, desbancando o então recordista Paulo Renha (3h29min50s).
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Agora, Eike busca um navegador tão fanático quanto ele para bater a marca, conforme expressou através de um vídeo em seu Instagram, posteriormente republicado por NÁUTICA. “Tô desafiando quem queira passar esse recorde”, mencionou ele.
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A tarefa, contudo, não deve ser nada fácil. O empresário chegou ao número expressivo em sua segunda tentativa de realizar a travessia, visto que na primeira “o mar não estava para recordes”, conforme contou a edição 209 da Revista Náutica.
No mar é assim mesmo. É preciso paciência e respeitar a lei do mais forte– expressou Eike à época
Na ocasião, as ondas chegavam a quase dois metros de altura na saída da barra, e o comandante Eike Batista abortou a missão. Na segunda tentativa, contudo, o sucesso foi absoluto — mesmo com percalços.
A bordo da Spirit of Brazil, uma superlancha catamarã de 46 pés e 1,5 milhão de dólares, construída nos Estados Unidos e equipada com dois motores de 1.800 cv cada, Eike, Gilberto e Paulo reduziram em expressivos 28 minutos o recorde de Paulo Renha, presidente da Real Powerboats na época.
Não à toa. A superlancha era também superveloz. Para se ter uma ideia, durante um bom tempo, a velocidade média da travessia foi de 70 nós (com um pico de 114 nós, ou 211 km/h), chegando a ser mais rápida que o helicóptero que acompanhava o percurso.
O tempo do trajeto só não foi ainda mais rápido porque, no lugar das ondas que atrapalharam a primeira tentativa da travessia, o obstáculo, naquele momento, foi outro — ou melhor, outros, já que foram dois.
No primeiro imprevisto, na chegada à Ilhabela, Eike, acidentalmente, desligou o cabo de força do barco com os joelhos, por duas vezes. “Foi um susto danado. De repente, o barco simplesmente parou de funcionar. E para descobrir que tinha sido só um cabo solto?”, relatou Eike na ocasião.
O incidente roubou precisos cinco minutos do trio, entre a perda de aceleração e a identificação da falha. Já o outro problema foi bem mais sério: na saída da Baía de Ilha Grande, um dos motores passou a funcionar a, no máximo, 3.000 rpm, quando o normal seria o dobro disso. O problema estava na alimentação de combustível.
Resultado: a potência do conjunto, equivalente a cinco motores de Fórmula 1 juntos, despencou, e a velocidade média, que até então vinha na casa dos 70 nós, baixou para menos de 50 nós. Na chegada à
Barra da Tijuca, na Zona Sul carioca, a Spirit of Brazil chegou a arrastar-se a míseros 35 nós, quando, naquele instante, as condições de mar permitiriam acima de 100.
Para equilibrar o barco, eu tinha que ficar compensando a rotação no outro motor, sem poder dar tudo o que eles tinham– explicou Eike à NÁUTICA naquele ano
Não fosse isso, o novo recorde poderia facilmente ter chegado a impressionante marca de 2h40m, conforme as previsões da época.
Confira os melhores tempos da Santos-Rio
1974
Com uma Carbrasmar 32, a Pangaré Trio, Wallace Franz e mais dois tripulantes vão de Santos ao Rio sem parar, e estipulam o primeiro recorde: 5h38min23s.
2002
Com a Go Pulga, uma lancha Real de 26 pés equipada com dois motores Mercury Promax, de 376 hp cada, Paulo Renha baixa esta marca em quase uma hora: 4h40min11s.
2005
Sabendo que poderia ser bem mais rápido, Paulo Renha volta a disputa e com a mesma Go Pulga e baixa em mais de uma hora o recorde anterior, que era seu mesmo: 3h29min50s.
2006
Disposto a conquistar mais um título na motonáutica, Eike Batista manda construir a Spirit of Brazil, nos Estados Unidos, equipa-a com dois super-motores e crava 3h01min47s.
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