EXCLUSIVO: dono de lancha encalhada em Bertioga revela à NÁUTICA o que aconteceu
Modelo de luxo de 52 pés passou dois dias na areia do Canto do Indaiá, litoral de SP
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Uma lancha encalhada na areia chamou atenção nos últimos dias em Bertioga (SP). Com o nome de “Abençoada IV”, a embarcação foi filmada por quem passava pelo Canto do Indaiá. Publicado no Instagram de NÁUTICA, o vídeo teve mais de 1,1 milhão de visualizações. O time de reportagem de Náutica encontrou o dono do barco, que explicou o contexto do incidente.
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A lancha de luxo de 52 pés foi filmada no último domingo (26). Seu proprietário é Carlos Pires, de 55 anos, que tem a companhia da “Abençoada IV” pelos mares há pelo menos oito anos. No sábado (25), no entanto, ela lhe deu um verdadeiro susto.
Parece até um milagre– define Carlos
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Naquele dia, Carlos, acompanhado de mais três pessoas, saiu da Marina Del Rey, na estrada Guarujá-Bertioga, rumo ao Indaiá, para um encontro de embarcações.
Tinha acabado de fazer a revisão dos motores e um teste rápido em um canal, no dia anterior– conta o dono da Abençoada IV
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A lancha seguiu caminho sem problemas, como o esperado, até chegar ao destino. Lá, porém, um dos motores “morreu”, fazendo com que Carlos precisasse manobrar o barco com apenas um dos dois equipamentos. Pouco tempo depois, porém, o segundo motor também parou de funcionar.
Liguei para o mecânico, que sugeriu um ‘sangramento’, por suspeitar de uma entrada de ar– explica
A atitude, conhecida como “sangria”, refere-se à remoção de ar do sistema de combustível — e deu certo. Os motores estavam funcionando. Mais tarde, porém, Carlos resolveu ligar a embarcação novamente para testar, e foi aí que percebeu que um dos motores tinha parado mais uma vez.
Na dúvida sobre como agir, o proprietário aceitou a ajuda de colegas presentes, que se ofereceram para “puxá-lo” quando fossem embora. O problema, segundo ele, é que com a espera pelos colegas acabou se estendendo e o clima começou a mudar.
O mau tempo fez com que muitos barcos fossem embora ao mesmo tempo. Carlos considerou que não seria prudente fazer o mesmo com um motor só.
Priorizando a segurança, sua ideia foi deixar a lancha onde estava, para, no dia seguinte, buscá-la cedo para levar de volta à marina num reboque. E assim foi feito. O barco lá ficou, com um marinheiro a bordo.
O dia seguinte
A chuva, que se aproximava enquanto Carlos ainda estava no encontro, realmente veio. E com força. “Houve uma grande ventania, acompanhada de uma tempestade”, recorda o proprietário, que ressalta que o marinheiro passa bem.
O barco foi arrastado com corrente e tudo para a areia. Graças a Deus não bateu em ninguém, não foi para as pedras e o marinheiro ficou bem– conta
“No dia seguinte fomos lá olhar, para tentar tirar o barco. Fomos inclusive bem atendidos por um cabo da Marinha chamado Daniel”, relata. A tentativa acabou não dando certo. A alternativa, então, foi esperar por uma maré mais alta na segunda-feira (27).
A maré veio e, com o auxílio de um trator, que fez uma piscina ao redor do barco, a lancha flutuou, possibilitando sua retirada. “Só subimos o barco no dia 28”, conta Carlos.
Parece até um milagre, eu fiquei espantado. Não tirou absolutamente nada do barco, nem o eixo– ressalta o proprietário
As lições que ficam do incidente
Apesar do ocorrido ter sido “uma fatalidade” e Carlos reconhecer que “não sabia que os colegas ficariam até mais tarde nem tinha como prever que o clima viraria tão rápido”, algumas lições ficam.
A medida correta que eu tomei foi não arriscar sair à noite com o barco em risco, ainda mais com todo mundo correndo por causa da tempestade– destaca
Para o proprietário, se ele tivesse arriscado, não seria possível “segurar o barco sendo rebocado”. Ele explica que a lancha “ia bater nas pedras do canal ou ainda nos barcos de Bertioga”.
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Ela foi abençoada mesmo. Eu, quando vi o barco na areia, pensei ‘arrebentou tudo’. E não teve nada– comemora
Para Carlos, vale ressaltar a diferença de um barco bem-feito, como ele considera sua lancha. “Aguentou, não deu problema de nada. Impressionante”, ressalta. Ele, contudo, não deixa de destacar que “as manutenções estavam todas feitas”.
Por enquanto, a suspeita para o incidente que deixou a lancha encalhada em Bertioga, segundo Carlos, gira em torno de uma possível entrada de ar no motor, ou, ainda, um problema de diesel.
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