Mais de 350 km: grupo de amigos refaz expedição de jet pelo litoral de RJ e SP
Percurso contou com presente da natureza e parada em praia de novela icônica


Expedições de jet são sempre grandes aventuras e, como tal, reservam também grandes surpresas — boas e ruins. Para os amigos do grupo Caveiras do Mar, o percurso escolhido, de aproximadamente 230 milhas náuticas (cerca de 370 km) não era novidade, mas tinha um objetivo: ser mais tranquilo e bem aproveitado do que quando foi percorrido por eles mesmos pela primeira vez, em 2021.
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Naquela época, sair de Itacuruçá, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, e chegar a Ilhabela, em São Paulo, foi uma verdadeira missão que, apesar de concluída, deixou ao grupo um gostinho de “poderia ter sido melhor”.


Da primeira vez ficamos dois dias em Ilhabela tomando Dorflex para curar o esforço físico que a gente fez– relembra Flávio Sobral, um dos integrantes do Caveiras
Desta vez, então, o grupo fez uma pequena mudança na rota. Além de incluir mais paradas — da primeira vez, o trajeto foi feito no mesmo dia — , substituíram a Capital da Vela por outra cidade do litoral norte de São Paulo: Ubatuba. Assim, o mapa ficou marcado com as seguintes paradas: Itacuruçá (RJ); Paraty (RJ); Ubatuba (SP); Sítio Forte, em Ilha Grande (RJ); e Mangaratiba (RJ).
O percurso, para Flávio, que atua como agente de investimento no mercado financeiro, constitui “uma das áreas de navegação mais bonitas do Brasil”. No final das contas, não só a mudança no roteiro fez a diferença. Desta vez, parecia mesmo que a natureza queria que a história fosse outra.
Em sincronia com a natureza
Com suas motos aquáticas, Alexandro Brandão (Yamaha FXHO), Felipe Brandão (Yamaha FXHO), Cristiano Guimarães (Sea-Doo Explorer 170), Eduardo Barbosa (Sea-Doo GTX 300), Ewaldo Peixoto (Yamaha FXHO), Flávio Sobral (Sea-Doo Explorer 170), Marcus Vinicius (Sea-Doo GTX 170) e Givanildo dos Santos (Sea-Doo GTX 300) partiram de Itacuruçá, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro, rumo a Ubatuba, no litoral de São Paulo, no dia 16 de janeiro.


O planejamento da equipe, que tinha ainda outros dois integrantes como grupo de apoio em terra, contou com quase 40 itens indispensáveis para uma expedição tranquila — entre eles, claro, o Dorflex. Âncora, rádio, água, lanterna, documentos… nada ficou de fora. Mas quem encheu mesmo cada espaço do jet foi a esperança de uma viagem tranquila e bem aproveitada pelos oito pilotos.
Para isso, a ideia foi fazer paradas a aproximadamente cada 100 km, visando uma navegação mais sossegada em comparação à primeira vez, quando o esforço físico quase venceu o grupo.
Foi legal porque avaliamos melhor vários pontos de parada que já conhecíamos. Aproveitamos muito mais– destaca Sobral


Quem também deu uma mãozinha no objetivo dos amigos na expedição de jet foi a mãe natureza, que os presenteou com o famoso mar de azeite — ao menos durante boa parte do percurso.
Demos sorte porque pegamos uma condição de mar excepcional. O mar ficou muito baixo– relembra Sobral
Assim, o grupo pôde ainda desfrutar da vantagem de economizar combustível. Para se ter uma ideia, uma das paradas previstas para abastecimento na ida foi pulada, uma vez que não houve necessidade. Em média, cada jet consumiu 183 litros.


Aproveitar para comer ostras direto do produtor em Passaterra, na Ilha Grande, e observar cardumes enormes de botos pelo caminho foram também pontos fortes da expedição, que teve ainda o gostinho especial de um churrasquinho raiz na ilha Anchieta, em Ubatuba, e uma parada especial na praia de Tarituba, onde foi gravada a famosa novela “Mulheres de Areia”.
Expedição de jet: aventuras e seus dilemas
Embora o mar tranquilo tenha dado aos jeteiros tempo de sobra e um “problema bom de resolver”, como define Flávio, nem tudo são flores em uma expedição de jet — afinal, expedições são aventuras, e aventuras sempre trazem surpresas boas e ruins.


As boas já estão claras, mas as ruins vieram, principalmente, em um trecho próximo à Paraty, ainda na ida. “Pegamos um mar muito alto e inexplicável”, conta Sobral. Ele explica que a situação foi bem fora do padrão, com um mar bastante “grosso” entre as ilhas do Algodão e Deserta — essa última, onde o grupo buscou abrigo.
Foi num local que a gente nem podia imaginar– destaca Sobral
A situação fez com que os pilotos precisassem usar sua experiência para manter o motor da embarcação em giro constante, visando economizar o combustível que, até então, estava sobrando. “O combustível tem que ser bem calculado, deve-se fazer uma condução bastante consciente”, reforça Flávio.
Um dos integrantes, porém, como novato, acabou desviando um pouco da rota e consumindo mais combustível do que deveria, o que obrigou o grupo a realizar, na volta — e no mar — um abastecimento de emergência.
Apesar das turbulências, o trajeto difícil não durou mais que uma hora, e nem de longe ofuscou o brilho da expedição, concluída com sucesso e a tempo do almoço do dia 20 de janeiro.


Para as próximas expedições, o grupo de amigos planeja sair de jet já de Ilha Grande e seguir até o Guarujá, também no litoral de São Paulo. Flávio, por sua vez, almeja um dia navegar para o Sul do país, chegando até Florianópolis. “Precisa de mais tempo, mas sei que é possível”.
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