Curtir paisagens com água diminui a frequência cardíaca, apontam estudos
Efeito positivo da água sobre a pressão arterial foi comprovado em estudos e experiências com humanos
Seja curtindo a navegação a bordo de um barco, seja debaixo do guarda-sol na areia da praia ou ainda à beira de uma piscina, olhar para a água pode trazer benefícios que vão além do lazer. Isso porque estudos comprovaram que olhar para a água diminui a frequência cardíaca e aumenta a sensação de relaxamento.
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Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia mostrou que observar locais com água reduz a frequência cardíaca de forma significativa se comparado a olhar árvores, por exemplo.
O estudo procurou analisar o impacto da observação da água a partir de três aspectos: pressão arterial, frequência cardíaca e relaxamento subjetivo. O resultado apontou que estar na presença da água traz pontos positivos nos três casos, já que, além de diminuir a pressão e a frequência cardíaca, aumenta a sensação de relaxamento.
Indo mais a fundo no tema, dois estudos complementares também foram realizados pelos estudiosos. No primeiro, a pressão arterial e a frequência cardíaca de 32 participantes foram examinadas, a partir da concentração da atenção de todos eles em três pontos diferentes: água de uma piscina, uma árvore em um estacionamento e uma pequena placa em uma rua movimentada.
A análise revelou que olhar para a água por 1 minuto e 40 segundos reduziu a pressão arterial dos participantes de maneira significativa, principalmente se comparado à observação da árvore e da placa. Outro ponto de destaque foi que a frequência cardíaca das 32 pessoas também diminuiu ao focar o olhar no elemento.
O segundo estudo, por sua vez, contou com 73 participantes em um complexo universitário e investigou, de forma mais aprofundada, os pontos da primeira pesquisa: pressão arterial, frequência cardíaca e avaliações subjetivas de relaxamento.
Para isso, os participantes percorreram um trajeto de 1,62 quilômetros com paisagens que passavam por um riacho, dois pequenos lagos e trechos com áreas gramadas abertas e com árvores. A proposta dos pesquisadores foi que, em cada um desses pontos, os participantes alternassem a visão entre a visualização da água e da área com natureza.
Os estudiosos concluíram que a pressão arterial e a frequência cardíaca dos participantes diminuíram nos momentos em que a água entrava no campo de visão — efeito que foi associado à sensação de relaxamento. De acordo com os pesquisadores, a diminuição foi transitória, por conta da alternância de paisagens proposta.
Pesquisas tiveram inspiração nos bebês
Para esses estudos sobre os benefícios de olhar para a água, os pesquisadores tiveram como base algumas análises anteriores, que buscavam entender por que bebês e crianças são atraídos por locais com o elemento.
As análises chegaram à conclusão de que a percepção sobre a água tem componentes inatos, provavelmente refletindo um longo período de seleção natural para detecção e investigação da água. Os mesmos estudos levaram outros pesquisadores a apontarem que a preferência por ver água seria uma propriedade evolutiva.
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