Imagens de redemoinho de algas impressionam, mas preocupam os cientistas; entenda
Embora encante pela beleza, a enorme espiral de 25 quilômetros de diâmetro representa uma séria ameaça à vida marinha
Pode parecer impressionante este registro de um redemoinho de algas, com cerca de 25 quilômetros de diâmetro, que surgiu no Mar Báltico — entre Finlândia, Estônia e Rússia. Entretanto, as imagens flagradas pelo satélite Landsat 8 mais preocupam do que encantam os pesquisadores.
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De acordo com o Observatório da Terra da NASA, essa espiral foi responsável por deixar verdes as águas do Golfo da Finlândia. Porém, o problema nem está na coloração, mas sim na criação de uma enorme e tóxica “zona morta”, causada pelas algas quando se acumulam próximas à superfície.
Esse fenômeno é chamado de “zona morta”, pois quando estão em grande número na superfície, essas algas diminuem temporariamente a quantidade de oxigênio nas águas abaixo. Logo, acabam sufocando as criaturas marinhas próximas, de acordo com a instituição Woods Holes Oceanographic.
Não é a primeira vez que esse evento acontece, mas o que preocupa ainda mais os pesquisadores é que as florações — ou seja, o crescimento excessivo das algas — estão cada vez maiores. Além disso, estão se tornando mais frequentes e mortais para outros animais marinhos.
Vale ressaltar que as algas já florescem naturalmente nessa região do mar durante o verão, pois a mistura vertical do oceano traz uma abundância de nutrientes à superfície. Porém, o despejo de produtos agrícolas na água e outras interferências humanas faz com que o crescimento seja fora do normal.
No olho do redemoinho
A essa altura, você já deve ter entendido que as aparências enganam. Afinal, esse redemoinho consistia principalmente de minúsculas bactérias marinhas fotossintéticas — conhecida como cianobactérias –, além de alguns plânctons, da espécie diatomáceas.
Para formar esse gigantesco redemoinho de algas, as criaturas microscópicas ficaram presas no local por conta de duas correntes oceânicas opostas, que colidiam naquela região. Segundo os cientistas, é até comum que esses seres sejam arrastados, mas formar uma espiral tão perfeita como essa é raríssimo.
Um grande sinal de alerta
Como já mencionado, o que causa maior preocupação é a falta de oxigênio, ocasionadas pela “zona morta” das florações. Entretanto, o aumento das temperaturas da superfície do mar colabora para que os oceanos retenham menos oxigênio que o normal.
Assim, se torna mais difícil a descida dos níveis de oxigênio para os níveis mais profundos. Ainda por cima, um estudo de 2018 revelou que a quantidade de ar no Mar Báltico durante o século passado caiu para o grau mais baixo dos últimos — pasmem — 1.500 anos.
Se for depender do ritmo em que o planeta está seguindo, a tendência é que esse fenômeno de redemoinho de algas aconteça cada vez mais. Afinal, as temperaturas da superfície do mar estão atingindo níveis recordes, que propicia a maior frequência das florações.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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