Polvo pega “carona” nas costas do tubarão mais rápido do mundo; assista
Registro aconteceu enquanto pesquisadores realizavam expedição em busca de predadores, na Nova Zelândia


Um polvo “preguiçoso” conseguiu uma caroninha marota para descansar seus muitos tentáculos a bordo do tubarão mais rápido do mundo. Não, o relato não pertence a uma fábula ou um episódio de desenho animado. Isso realmente aconteceu nas águas da Nova Zelândia e foi registrado em vídeo.
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Na gravação, é possível ver os animais em perfeita e pacífica harmonia, com o polvo-maori (Macroctopus maorum) em cima do tubarão-mako (Isurus oxyrinchus). O polvo, inclusive, pode ter vivido uma grande aventura a bordo do tubarão, visto que a espécie atinge até 50km/h.
A filmagem aconteceu em dezembro de 2023, mas só veio a ser divulgada em março deste ano pela Universidade de Auckland. Assista ao vídeo:
O registro aconteceu ao redor do Golfo de Hauraki e encantou os pesquisadores, na mesma medida em que os deixou perplexos. Afinal, tal interação entre os animais é totalmente atípica: enquanto os polvos-maori costumam viver principalmente no fundo do mar, os tubarões-mako ficam mais próximos à superfície.
Não faz sentido que esses dois animais estejam no mesmo lugar e hora para se encontrarem– Rochelle Constantine, ecologista marinha da universidade ao New York Times
Para a pesquisadora, o encontro improvável entre o polvo e o tubarão é um “lembrete das maravilhas do oceano” — por mais aleatórias que sejam. Não à toa, a postagem da universidade no Instagram descreve a situação como “uma das coisas mais estranhas” que Constantine já viu, embora a pesquisadora destaque o quão “calma” foi a cena, com ambos os animais parecendo bem contentes com a situação.
Nasce uma amizade?
Os pesquisadores, que de cara não identificaram o que estavam em cima do tubarão, agora já deram até um apelido para essa nova “amizade” atípica: sharktopus (mistura das palavras “tubarão” e “polvo”, em inglês).


Durante as filmagens, realizadas enquanto os cientistas estavam em expedição à procura de predadores marinhos, Constantine achou que a “mancha” em cima do tubarã-mako pudesse ser uma boia ou até mesmo um grande machucado perto da cabeça do animal.
A percepção de que se tratava de um polvo veio apenas quando sua colega, Wednesday Davis, lançou um drone para ter uma visão melhor. Só assim, as duas conseguiram ver os tentáculos se movendo.
Ao apoiar iniciativas de conservação, podemos ajudar a garantir que esses momentos extraordinários continuem acontecendo– Rochelle Constantine
Entretanto, a vida real pode não ser como nos desenhos animados. De acordo com Constantine, existe a possibilidade de que o polvo tenha caído e sido devorado pelo tubarão após o encontro. Por outro lado, um outro cenário estima que o polvo tenha caído no fundo do mar em segurança, devido às águas rasas — para a ecologista marinha, as duas hipóteses são igualmente prováveis.


Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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