Templo perdido de civilização retratada em Indiana Jones é encontrado submerso

Arqueólogos descobriram escritas em latim e estruturas de mármore com mais de 2 mil anos em santuário nabateu

03/11/2024
Foto: Michele Stefanile/Scuola Superiore Meridionale/ Divulgação

A Itália não para de entregar estruturas debaixo d’água. Desta vez, os arqueólogos encontraram, ao longo da costa italiana de Pozzuoli, perto de Nápoles, um templo milenar feito de lajes de mármore, que contém inscrições submersas e altares antigos.

Segundo os pesquisadores, os achados fazem parte das ruínas de um santuário de 2 mil anos atrás, que teria sido erguido por imigrantes de Nabatea, um antigo reino da Península Arábica — que, inclusive, foi retratado no filme “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989).

Foto: Michele Stefanile/Scuola Superiore Meridionale/ Divulgação

Inclusive, o povo Nabatea gera fascínio por suas riquezas da antiguidade. O curioso é que as atividades deste templo milenar foram encerradas antes do declínio geral da região, já que o local está permanentemente “fechado” com uma mistura de concreto.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pela descoberta — incluindo membros da Scuola Superiore Meridionale, da Itália — , este “é o único [santuário] atualmente conhecido fora de Nabatea”. Conforme a história, este antigo reino estava situado entre as Penínsulas Arábica e do Sinai.

 

O estudo que relata sobre o templo milenar foi publicado na revista Antiquity.

O auge e o fim do templo Nabatea

Como relatado pelos pesquisadores, o antigo templo “à la Indiana Jones” está localizado numa grande área portuária romana, completamente submersa na atual cidade de Pozzuoli. Esse território se estende por uma faixa de 2 km e foi erguido com arquitetura da Roma antiga.

Foto: Michele Stefanile/Scuola Superiore Meridionale/ Divulgação

A existência de um santuário nabateu na área portuária confirma que havia uma comunidade daquela região participando das atividades comerciais– diz a pesquisa

O santuário teve seu auge durante a Era Augusta (de 31 a.C a 14 d.C), quando o porto local lidava com o transporte de grãos. Para os pesquisadores, a construção “era um local de culto, um refúgio para estrangeiros e, especialmente, um local de troca, negócios e comércio”.

Área onde foi encontrada o templo submerso. Foto: M. Silani/ Scuola Superiore Meridionale/ Divulgação

Porém, como dito anteriormente, as atividades desta construção foram encerradas antes mesmo do declínio romano na região. Segundo os pesquisadores, a retração do comércio dos nabateus e o fim de seu “pequeno monopólio” — no século 2 d.C, suspeitam os cientistas — são as explicações “mais simples” para o fim do santuário.

O que foi encontrado no templo?

Antes deste templo perdido encontrado em Pozzuoli, a identificação da construção por equipes locais já tinha começado em 2023, enquanto mapeavam o fundo do mar. Logo, as paredes com cerca de 10×5, arquitetura romana e duas salas submersas chamaram a atenção dos exploradores.

Foto: Michele Stefanile/Scuola Superiore Meridionale/ Divulgação

Na mais recente expedição, foram avistados os altares feitos em mármore, além de inscrições em latim, como “Dusari sacrum” (em português, algo como “consagrado a Dushara”). Dushara era o principal Deus daquela região politeísta — que adorava vários deuses.

 

Entretanto, novas explorações estão previstas para ajudar tanto na compreensão sobre o santuário Nabatea e sua queda, quanto para conhecer melhor sua arquitetura.

 

Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida

 

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