Lembra dela? Baleia jubarte reaparece no Brasil 25 anos depois do primeiro avistamento
Primeira aparição registrada do animal em águas brasileiras ocorreu em setembro de 1998, na Bahia
Após 25 anos do seu primeiro avistamento, reapareceu no Brasil, na região de Ilhabela, litoral norte de São Paulo, uma baleia jubarte que tinha sido avistada pela primeira vez em setembro de 1998, no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, localizado no sul da Bahia.
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Através do sistema de fotoidentificação, os pesquisadores que monitoram e catalogam as baleias que passam por águas brasileiras, reconheceram o animal com base nas fotos da cauda das jubartes, feitas durante cruzeiros de pesquisa e turismo. Dessa maneira, o registro é comparado com outros catálogos no mundo.
Com esse registro, os pesquisadores conseguem colher informações sobre o tamanho populacional, migração, distribuição, fidelidade às áreas de alimentação e reprodução da espécie. Os padrões únicos na cauda do animal são como uma impressão digital e possibilitam uma precisa identificação.
Sendo assim, a baleia jubarte foi foto-identificada por observadores em ambas as aparições que teve no Brasil. Em processo apelidado de “match”, a plataforma científica chamada Happy Whale — responsável pela identificação de animais marinhos — comparou as caudas e afirmou que se trata da mesma baleia.
Segundo o pesquisador Milton Marcondes, esse programa de inteligência artificial reconhece os padrões serrilhados com 98% de precisão. Além disso, contam com acervo de fotos de baleias pelo mundo todo, alimentado por pesquisadores e pessoas comuns que registram os saltos das baleias.
Antes, a gente fazia a comparação manual, levava meses, a gente acabava se enganando e o programa agiliza a comparação. Qualquer pessoa que fotografar uma baleia pode colocar no sistema para saber a origem, por onde já passou– Milton Marcondes
Embora seja incrível o reaparecimento da baleia jubarte no Brasil, Milton disse que não possui muitas informações sobre ela. Mesmo com a falta de um histórico maior, a estimativa é que o animal tenha mais de 30 anos de idade — que não significa velhice, já que sua expectativa é de viver 60 anos.
Ter animais mais velhos, significa que as ações de proteção estão dando certo, que estamos permitindo que as baleias cheguem ao potencial de vida natural, coisa que não tinha antes com a caça. Mostra que as populações de jubarte estão indo bem– Milton Marcondes
No entanto, esse espaço de 26 anos entre o primeiro e o segundo avistamento não é o recorde, segundo Milton Marcondes. De acordo com o pesquisador, há um caso com mais de 30 anos e alguns de 40, com o maior sendo o de 46 anos, registrado na plataforma Happy Whale.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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