Ilha deserta há 30 anos ganha condomínio flutuante com contêineres

Com soluções sustentáveis, local abriga cerca de 100 moradores na Dinamarca

10/01/2025
Foto: Urban Rigger / Divulgação

Em Copenhague, capital da Dinamarca, uma ilha que permaneceu deserta por mais de 30 anos hoje abriga um moderno condomínio de apartamentos flutuantes feitos em contêineres. Batizado de Urban Rigger, o local chama atenção pelas características de integração da comunidade que ali vive e, principalmente, pela sustentabilidade empregada à beira-mar.

Projetado pelo renomado arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, o Urban Rigger foi inaugurado em 2015 como uma opção mais popular, visto que a cidade vivia uma escassez de moradias desse perfil à época.

 

O condomínio de contêineres empilhados buscou ainda fazer o uso de zonas portuárias não utilizadas, a fim de transformá-las em comunidades prósperas, como é o caso da ilha de Refshaleøen.

 

 

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O local, que um dia serviu como estaleiro, estava abandonado há mais de 30 anos. Hoje, abriga cerca de 100 moradores de 20 nacionalidades diferentes, em 72 apartamentos flutuantes. As moradias são restritas a estudantes ou pessoas com mais de 50 anos.

Como alternativa às construções tradicionais em terra, o Urban Rigger explora os benefícios sociais e sustentáveis ​​alcançados pela vida na água– destaca a empresa

Conheça os apartamentos flutuantes do Urban Rigger

O condomínio possui seis unidades da Urban Rigger e, em cada uma deles, nove contêineres estão dispostos em círculo, sobre uma plataforma flutuante. Desse modo, ao centro, cria-se um pátio central. A estrutura possui três andares: dois na superfície e um terceiro abaixo do nível do mar.

Foto: Urban Rigger / Divulgação

Uma característica importante do projeto é que ele visa integrar seus moradores, que falam inúmeros idiomas diferentes. Assim, o pátio formado ao centro dispõe de bicicletários, cais para caiaques, pranchas de surf, plataforma de banho e churrasqueira.

 

O espaço ainda dá acesso a duas escadas: uma que leva ao piso inferior e outra que liga os moradores aos apartamentos do segundo andar.

Foto: Urban Rigger / Divulgação

São, ao todo, doze residências de estúdio de 23 m² a 30 m². Os maiores apartamentos estão no primeiro andar, formado por três contêineres dispostos em formato triangular, com um imóvel em cada.

 

No segundo nível ficam os outros nove apartamentos de 23 m², dispostos em grupos de três dentro dos contêineres. Uma escada leva ao terraço, com vista para os canais de Copenhague. Apesar de compactas, as moradias são aconchegantes e equipadas com o essencial.

Foto: Urban Rigger / Divulgação

O destaque vai para a vista para o mar, que leva aos moradores os benefícios de se viver perto da água. Em relato, um deles, chamado Mads, mencionou que acorda, liga a máquina de café e vai nadar. “Quando eu termino, o café já está pronto”.

 

Já para Matilde, uma das estudantes que mora em um dos contêineres, o legal é poder pular na água “diretamente da janela ou do terraço”.

Foto: Urban Rigger / Divulgação

O piso inferior, por sua vez, abriga uma sala técnica, depósitos individuais e instalações comuns, como cozinha, sala de estar e lavandaria.

Sustentabilidade

Segundo o Urban Rigger, o condomínio de apartamentos flutuantes em contêineres tem um consumo de energia 34% inferior em comparação com os imóveis em terra. Para chegar a esse resultado, algumas soluções foram implementadas ao projeto.

 

No segundo andar, além do terraço, estão outros dois telhados, voltados a soluções sustentáveis. Um deles é coberto por plantas sedum, um tipo de suculenta resistente e neutra em CO2, que ajuda tanto no isolamento térmico, quanto na proteção do telhado e na redução de ruído.

Foto: Urban Rigger / Divulgação

O terceiro terraço carrega um sistema fotovoltaico, responsável por fornecer água quente aos moradores e alimentar as bombas de baixo consumo de energia para o aquecimento dos espaços — tudo conectado às redes de energia, água e esgoto da cidade.

 

“O Urban Rigger incentiva uma vida consciente. Desde a pequena habitação e consideração de recursos até a gestão de resíduos. Os residentes são incentivados a cuidar do seu entorno e a compreender o seu impacto individual”, destaca a empresa.

Reduzimos o impacto no meio ambiente e também economizamos dinheiro nas despesas de aquecimento– destaca Adam, um dos moradores

Os apartamentos ainda dispõem de janelas de três folhas, que visam preservar o calor. Já as paredes são revestidas de bambu, tida como uma madeira de rápido crescimento que usa menos água, pesticidas e fertilizante para crescer.



De olho no aumento do nível do mar, uma ameaça cada vez mais eminente por conta das mudanças climáticas, o Urban Rigger quer ser uma opção viável para lidar com o problema.

 

“Em 2050, 90% das cidades do mundo terão de lidar com a subida do nível do mar para proteger as pessoas que vivem perto das margens dos rios e das costas. Não estamos apenas ficando sem espaço, estamos perdendo-o. Ao construir sobre a água, recuperamos espaço”, destaca a empresa.

 

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