Conheça o Volitan, barco voador que está próximo de se tornar realidade na Amazônia
Criado pela startup AeroRiver, embarcação deve chegar para o transporte de cargas e pessoas na região em 2026


Já ouviu falar do Monstro do Mar Cáspio? Esse foi o nome dado pela inteligência norte-americana aos ecranoplanos russos (veículo que combina características de barcos e aeroplanos), utilizados durante a Guerra Fria. Se o nome lhe é familiar, saiba que o Brasil em breve ganhará um modelo parecido, mas com intenções muito diferentes, que prometem revolucionar o transporte de cargas e pessoas na Amazônia.
Conheça a história do “Titanic dos Alpes”, navio a vapor que será resgatado 90 anos após naufragar
Casal constrói casa flutuante e revela prós e contras de morar em lago
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
O projeto em questão se chama Volitan, e foi desenvolvido pela startup AeroRiver, incubada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e criada em 2021, por engenheiros da região Norte do Brasil. A proposta é que o “barco voador” seja o primeiro ecranoplano do mundo destinado a operações fluviais, inicialmente, nos rios amazônicos.


A ideia não surgiu por acaso, já que a região amazônica soma aproximadamente 6,74 milhões de km², e faz conexões entre suas 62 cidades, principalmente, pelos rios — tarefa nem sempre fácil, por conta dos problemas logísticos da região. Segundo a startup, o Volitan promete chegar a esses destinos em um terço do tempo do que levariam as lanchas mais velozes do mercado.
Como funcionará o barco voador Volitan
Os aviões voam graças a baixa pressão produzida sobre suas asas. O Volitan, por sua vez, é inspirado nos ecranoplanos, que utilizam o efeito solo — que causa uma sobrepressão sob as asas de formato especial — , criando um “colchão de ar” que dá sustentação à aeronave em voo rasante, normalmente sobre uma superfície aquática — mesmo que ele também funcione em terra firme.


Em entrevista à Época Negócios, Felipe Bortolete, diretor técnico e um dos fundadores da AeroRiver, explicou que “quando o veículo opera utilizando o efeito solo, o consumo de combustível é reduzido drasticamente. Quanto mais baixo ele voa, menos combustível é consumido. Então, quanto mais próximo o ecranoplano estiver da superfície do rio, mais econômico ele será.”
O nosso veículo aproveita o efeito solo, mas ele também é projetado para voar sobre a copa das árvores em alguns trechos onde é rio é muito sinuoso, sempre respeitando o limite de 150 metros de altitute. Em trechos assim, o veículo atuará como um avião– Felipe Bortolete, à Época Negócios
Com 18 metros de comprimento, o barco voador terá autonomia para percorrer uma distância de até 450 quilômetros sem reabastecer, operando a uma altura entre 5 e 10 metros da água, com velocidade de 81 nós (150 km/h). Essa máquina será capaz de transportar dez passageiros, ou, ainda, uma tonelada de carga, emitindo, de acordo com a empresa, menos dióxido de carbono (CO2) do que embarcações e aeronaves tradicionais.
Atualmente, o barco voador passa por testes técnicos. De acordo com Bortolete, um sistema de controle está sendo desenvolvido, para que a altura do veículo em relação a superfície não seja controlada pelo piloto, mas, sim, já configurada, fazendo com que o Volitan possa manter o nível determinado de altura (150 metros) automaticamente.


A AeroRiver espera que um protótipo do Volitan realize seu primeiro voo sob o efeito solo em 2025, e a certificação do veículo — que ainda terá suas normas definidas por órgãos reguladores no Brasil — está programada para 2026, quando o barco voador deve estrear no mercado.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Navios afundaram em 1710 e, por séculos, foram considerados embarcações piratas. Entenda o caso!
Mensagem enviada para um parente de Londres revela postura ressabiada de sobrevivente do naufrágio
Evento que aconteceu de 26 de abril a 4 de maio reuniu mais de 100 embarcações e registrou resultado acima do esperado
Filial em Palhoça ficará responsável pela produção da nova SR220 Icon. Nova center console chega em julho
Tripulação conclui 1ª pernada da viagem com imprevistos, aprendizados e parada no RS. Assista no Canal NÁUTICA