Conheça a história do “Titanic dos Alpes”, navio a vapor que será resgatado 90 anos após naufragar

Embarcação foi afundada propositalmente em 1933, no Lago Constança, na Europa

19/02/2024
Foto: Domínio Público

Embarcações no fundo do mar nem sempre são sinônimo de tragédias. Algumas, inclusive, vão parar nas profundezas do oceano para se tornarem recifes artificiais. O “Titanic dos Alpes” também teve um motivo específico para ser levado a 210 metros de profundidade — diferentemente do “Titanic oficial”.

Em 1933, mais de 90 anos atrás, o imponente navio a vapor Säntis, de 48 metros, viveu seus últimos suspiros na superfície, antes de ser naufragado propositalmente no Lago Constança, entre a Suíça e a Alemanha.

Foto: Domínio Público

A decisão de levar a embarcação para o fundo do mar aconteceu devido a uma escolha que trouxe consequências diferentes das imaginadas. Como um navio a vapor, o Säntis, até então, utilizava motores movidos a carvão. Contudo, uma ideia de trocar o mineral por petróleo foi crucial para o fim das atividades do “Titanic dos Alpes”.

 

Isso porque, logo após a mudança, essa área entrou em uma crise econômica que custou a atividade do navio, já que o barco acabou se tornando impróprio para navegação e muito caro para ser desmontado. Sendo assim, a então proprietária do Säntis, Swiss Lake Constance Shipping Company, levou a embarcação até o meio do lago e a afundou.

O Resgate do Säntis

O Säntis foi afundado em 1933, e assim permanece até hoje. Contudo, em 2013, uma expedição subaquática acabou se deparando com os destroços do barco, o que levou o navio a ser comprado pela Romanshorn Ship Salvage Association, instituição que traçou um plano para trazê-lo de volta à superfície.

 

Atualmente, o navio se encontra a cerca de 210 metros de profundidade e, graças à escuridão e a falta de oxigênio, o Säntis está bem conservado — pelo menos por enquanto. De acordo com os mergulhadores que o encontraram, a pintura original está intacta, sendo possível ainda visualizar o nome da embarcação.

Foto: Domínio Público

A cada dia que passa, porém, trazer o navio à superfície e apresentá-lo ao público nessas condições fica mais difícil, já que a embarcação está ameaçada por mexilhões Quagga, espécie que foi introduzida na região e avistada pela primeira vez em 2016.

 

Esses mexilhões têm se propagado rapidamente, trazendo um risco real de deteriorar o navio preservado há mais de 90 anos. Até o momento, eles foram encontrados, inclusive, na chaminé do barco, o que limita o tempo disponível para resgatá-lo — missão programada para março deste ano.


Silvan Paganini, presidente da Ship Salvage Association, conta que para trazer o “Titanic dos Alpes” até a superfície “a solução mais econômica é usar sacos de elevação. Funcionam como balões subaquáticos: você os enche de ar e eles se elevam.”

 

Para isso, mergulhadores fixarão os sacos na embarcação e, em seguida, inflarão para trazer o navio mais próximo da superfície. Durante a primeira etapa, o Säntis será elevado ao leito marinho a uma profundidade de apenas 12 metros, antes de chegar à superfície, em abril.

 

A ideia é que, uma vez resgatado, o navio seja levado a um estaleiro próximo, em Romanshorn, para eventualmente ser exibido em algum museu da Suíça.

De onde veio o nome “Titanic dos Alpes”?

O Säntis foi apelidado de ‘Titanic of the Alps’ (ou “Titanic dos Alpes”, em português) por trazer consigo semelhanças com a embarcação da White Star Line. Segundo Paganini, “ambos os navios possuíam uma máquina a vapor de três cilindros, algo muito raro.”

 

As similaridades se estendem também pela forma como as embarcações naufragaram. “A popa subiu ao ar com a bandeira hasteada alto, isso também era semelhante ao Titanic”, explicou Paganini.

 

Na idade, contudo, as embarcações se diferem, já que o Säntis foi comissionado 20 anos antes do naufrágio do Titanic.

 

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