Histórico: abertura das Olimpíadas terá delegações a bordo de 94 barcos no Rio Sena
Evento que acontece daqui a 30 dias será celebrado pela 1ª vez fora de um estádio; parte do público poderá assistir de graça
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Sempre emocionante, recheada de surpresas e muita sincronia, a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos é um dos momentos mais aguardados da maior evento esportivo do planeta. Neste ano, porém, as arquibancadas darão lugar ao cais, e o gramado, ao rio Sena. Isso porque, pela primeira vez na história, a celebração acontecerá fora de um estádio — e a bordo de 94 barcos.
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No dia 26 de julho — daqui exatos 30 dias –, cerca de 10,5 mil atletas cruzarão o centro de Paris por 6 km, passando por monumentos como a catedral de Notre-Dame, o Hotel de Ville, a sede da prefeitura, e o Grand Palais, diante de um público estimado em 326 mil pessoas, além de 1,5 bilhões de espectadores ao redor do mundo.
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Para que quem estiver fora da França possa ter o gostinho desse momento histórico, os 94 barcos que levarão as delegações estarão devidamente equipados com câmeras.
Já para os milhares de visitantes esperados para a cerimônia, oitenta telões e alto-falantes ficarão estrategicamente posicionados, para transmitir cada detalhe.
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Aliás, a celebração contará com entrada gratuita para grande parte do público que atracar em Paris, já que um lugar no cais superior dispensará a necessidade de ingressos.
Por outro lado, os que desejarem acessar o cais inferior, da ponte Austerlitz à ponte Iéna, precisarão pagar pelas entradas — que atualmente custam a partir de 7,5 mil euros (cerca de R$ 44,5 mil reais em conversão realizada em junho de 2024).
Planejamento e “plano B” para a abertura das Olimpíadas
Apesar de um evento em um estádio não ficar imune a adversidades, uma Cerimônia de Abertura Olímpica no rio Sena, a bordo de embarcações, carrega muito mais possíveis complicações que o normal.
Para se ter uma ideia, cada embarcação levará 45 minutos para percorrer o trajeto previsto — se tudo der certo –, cruzando a cidade de leste a oeste, sob a escolta de botes da guarda costeira e de 45 mil policiais civis e militares.
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O clima, porém, é quem detém o maior poder de mudar toda essa estrutura. Nas últimas semanas, o mau tempo fez com que o nível do Sena subisse, o que impediu a realização de alguns testes. Mas Amélie Oudéa-Castera, ministra do Esporte da França, confia que a chegada do verão mudará esse cenário.
A condição meteorológica vai melhorar, menos chuva, mais calor, isso vai nos ajudar para o sucesso deste plano de ação– afirmou a ministra
De qualquer forma, a França já se organizou para mudar a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos caso imprevistos aconteçam. Entre as alternativas está a diminuição do número de espectadores ou, em último caso, se a parada fluvial não for possível, pode haver um desfile de atletas sobre a ponte de Iéna, entre a torre Eiffel e o Trocadéro.
Mas, ao que depender de Amélie, “é o plano ‘A’ que irá acontecer, o que não nos impede de antecipar outros cenários. Um plano ‘B’ ou ‘C’ são possíveis, mas até este momento, eles não têm razão de ser acionados”.
A poluição do Sena: maior desafio de Paris 2024
A organização das Olímpiadas de Paris 2024 tem tirado de letra o prazo de entrega das arenas temporárias, conseguindo respeitar o cronograma previsto. Mas uma peça específica de toda a enorme estrutura que envolve a maior competição do planeta ainda está fora do lugar: a limpeza do rio Sena.
Além de palco de abertura dos Jogos, o rio sediará as provas de maratona aquática e natação do triatlo. A ideia da organização era deixar as águas ideais para uso dos atletas até a data de início das competições, mas autoridades foram surpreendidas pelas mudanças climáticas, que levaram a Paris o início de ano mais chuvoso dos últimos 30 anos.
Entre janeiro e março de 2024, a capital francesa teve uma média 220 mm de precipitação, valor próximo de 1995, quando choveu quase 250 mm, de acordo com a base de dados do site meteorológico Infoclimat — um recorde para o período do ano.
Com isso, não só a qualidade da água mas o nível do rio tem dado à organização do evento o seu maior desafio. A ministra Amélie confia no plano de ação pensado há anos para a realização das Olimpíadas que, segundo ela, teve “meios importantes mobilizados e orquestrados pela prefeitura da região.”
Nós estamos confiantes da nossa capacidade de manter o calendário das provas como ele foi colocado na cena– disse ela durante um evento-teste com parte dos barcos
Dentre os projetos que visam deixar o rio Sena próprio para banho a tempo está a construção do Bassin D’Austerlitz, um grande tanque usado para tratar o excesso de água da chuva no Sena durante tempestades, com investimento aproximado de 1,4 milhões de euros.
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